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terça-feira, 26 de julho de 2016

Novo acordo para reduzir HFCs, gases de efeito estufa, deve sair este ano em Ruanda


Os gases que usamos para nos refrescar estão entre as maiores ameaças para o clima do planeta. Conhecidos como hidrofluorocarbonos, ou HFCs, eles são encontrados em aparelhos de ar condicionado, geladeiras e aerossóis, e são muito mais poderosos para o aquecimento planetário que o dióxido de carbono. 

O HFC mais abundante e em mais rápido crescimento, o HFC-134a, permanece na atmosfera por apenas 13,4 anos, mas nesse período causa 1.300 vezes o aquecimento que o dióxido de carbono provoca ao longo de 100 anos. Só que desde 1990, o uso de HFCs aumentou 258%.  No atual ritmo, em 2050 eles poderão contribuir com até 10% das emissões globais de gases de efeito estufa.  

Por isso, líderes de todo o planeta estão empenhados em chegar a um acordo ainda neste ano para reduzi-los progressivamente. A expectativa é que firmar este compromisso ainda em outubro deste ano, durante reunião a ser realizada em Ruanda. 

Se isso acontecer, será o maior avanço contra as mudanças climáticas desde a assinatura do Acordo de Paris: um cronograma ambicioso de redução dos HFCs  poderia reduzir o aquecimento global em 0,5°C até o final do século em relação ao cenário tendencial. Pode parecer pouco, mas equivale à metade do aquecimento que já provocamos desde o início da era industrial até os dias de hoje – e que está por trás da maior frequência de eventos climáticos extremos, como tempestades e secas, com graves consequências para a produção de alimentos, bem como para a elevação do nível dos mares e a maior incidência de doenças transmitidas por mosquitos.

Os HFCs se tornaram comuns porque vieram para substituir outra classe de gases refrigerantes, os clorofluorocarbonos.  O acordo para banir os chamados CFCs – o Protocolo de Montréal – foi fechado em 1987, mas o foco exclusivo em interromper a destruição da camada de ozônio, que protege a Terra da radiação ultravioleta do Sol, não permitiu avaliar outros potenciais impactos – sobre o efeito estufa, por exemplo. 

Já existem alternativas para HFCs, como o propano, que pode ser usado em pequenos aparelhos de ar condicionado gerando uma fração do impacto ambiental dos HFCs, e a amônia, que não causa efeito de estufa. A segurança regulamentar de um novo acordo – na verdade, uma emenda ao Protocolo de Montréal – é fundamental para que a indústria faça a migração, a qual pode beneficiar as empresas com a venda de novos produtos. Como muitos deles são também muito mais eficientes em termos energéticos, o impacto dessa mudança vai além da interrupção dos danos dos HFCs. 
As negociações, que já duram sete anos, agora estão abordando a linha de base, ou seja, o nível de uso sobre o qual as medidas de contenção serão baseadas, e o cronograma da descontinuidade dos HFCs. Quase 100 países desenvolvidos e em desenvolvimento querem o congelamento dos HFCs em 2021,  já que interromper o rápido crescimento dos HFCs é critico para proteger o clima. A Índia defende uma proposta mais conservadora, que posterga essa data em 10 anos. A China propôs um calendário mais agressivo, mas não tanto como a meta de 2021.

Outro ponto em debate é o custo da transição. O custo total para eliminar os HFCs é estimado entre US$ 8 bilhões e US $ 10 bilhões nas próximas três décadas – algo como 8 ou 10 centavos de dólar por tonelada de dióxido de carbono equivalente. O Protocolo de Montréal prevê um fundo para ajudar os países em desenvolvimento a gradualmente descontinuarem sua utilização de poluentes atmosféricos. Grande parte ou todo o dinheiro deve vir de nações desenvolvidas, como Estados Unidos, Canadá, Japão e os membros da União Europeia.

Entre agora e a reunião de Kigali, Ruanda, os países vão trabalhar em encontros e em conversas bilaterais para transpor os obstáculos sobre datas de descontinuação dos HFCs e o financiamento desse processo.  Mas as expectativas de sucesso são grandes, já que quase todos os países querem claramente chegar a um acordo e ninguém quer ser visto como vilão do clima.

Fonte: AViV Comunicação
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Érica Sena
Pensar Eco

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