Crédito de imagem: Paulino Menezes
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A
pesca de tainha no litoral das regiões Sul e Sudeste do Brasil está acima do
sustentável, enquanto a biomassa do estoque da espécie está abaixo do
necessário para manter a atividade.
As conclusões estão em estudo de avaliação
de estoque da tainha apresentado pela diretora-geral da
Oceana no Brasil, Mônica Peres, durante reunião do Comitê Permanente de Gestão
e do Uso Sustentável dos Recursos Pelágicos do Sudeste e Sul (CPG Pelágicos),
na sede do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). O comitê é formado por
24 pessoas, representando paritariamente o governo e a sociedade civil. A Oceana é uma das organizações que integram
o colegiado.
A
Oceana propôs a inclusão, no Plano de Gestão da Tainha, do estabelecimento delimites máximos de captura
“Precisamos urgentemente definir e
implementar cotas de captura, além das outras medidas de manejo tradicional, já
que as medidas de limite do esforço de pesca (número de barcos, número de dias
de pesca) podem não ser suficientes para manejar esse estoque nos anos de
supersafra, aumentando os riscos de colapso da pesca no futuro”, esclarece
Mônica.
O
estudo inclui informações sobre captura desde o ano 2000 até 2015 (período em
que as informações de captura e esforço de oito das principais pescarias
estavam disponíveis), além de dados de biologia da espécie (crescimento,
reprodução, mortalidade) e de abundância dos cardumes. As informações permitem
estimar o tamanho da população e geram informações básicas para o manejo da
pesca.
Estabilidade
As
cotas, segundo Mônica, vão, ainda, dar estabilidade à atividade produtiva. “O
setor saberá quanto poderá pescar num período de vários anos, sem ficar
dependendo de portarias a cada safra. Além disso, traz sustentabilidade ao
ecossistema”, diz. O limite de captura também traz vantagens econômicas, de
acordo com a diretora geral da Oceana.
“Se o setor pesca demais, o preço cai.
Se há cotas, pode-se negociar a venda com antecedência”, avalia.
As
ameaças ao estoque de tainha se agravaram a partir da supersafra de 2007. “Até
2006, as capturas totais estavam abaixo do limite sustentável. Em 2007, foram
capturadas 13 mil toneladas. A biomassa caiu abaixo do sustentável e, depois
disso, mesmo com capturas anuais baixas, a biomassas não se recuperou”, informa
Mônica.
A
proposta da Oceana é incluir as cotas como mais uma ferramenta para o manejo da
tainha. “Não sugerimos que se substituam todas as medidas pelas cotas, mas a
gente precisa delas também”, diz.
Crédito de imagem: Paulino Menezes |
Saiba
Mais
O
Brasil tem uma das maiores pescarias de tainha do mundo, responsável pela
mobilização de uma frota industrial de traineiras e frotas de média escala,
além de milhares de pescadores artesanais.
A
safra da tainha se dá justamente durante o período reprodutivo, quando os
peixes formam grandes cardumes, saem dos estuários e migram ao longo da costa
para desovarem no mar. Por causa dessa característica, a tainha torna-se muito
vulnerável às frotas pesqueiras.
Oceana – A Oceana foi criada em 2001 e é hoje a
maior organização global que trabalha exclusivamente na proteção e recuperação
dos oceanos dos países em que têm escritórios, por meio de campanhas e estudos
científicos. A Oceana está em sete países e mais a União Europeia que, juntos,
são responsáveis por 40% da captura mundial de peixes. A Oceana já conquistou
mais de 100 vitórias, evitando a pesca excessiva, a destruição de habitat, a
poluição e a mortalidade excessiva de espécies sensíveis como tartarugas, golfinhos
e tubarões. A recuperação da abundância original dos oceanos significa que mais
de um bilhão de pessoas desfrutarão de uma refeição saudável de frutos do mar,
todos os dias, e para sempre.
A Oceana atua no Brasil desde julho de 2014.
Maiores informações podem ser acessadas no http://brasil.oceana.org
Fonte: Partners Comunicação
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Érica Sena
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