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domingo, 8 de novembro de 2009

Cemitérios x contaminação do meio ambiente



 Segundo estudos do pesquisador do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo,Alberto Pacheco em 2oo6 encontrei informações interessantes.


A palavra cemitério, do grego koimetérion, “dormitório”, pelo latim coemeteriu, significa recinto onde se enterram e guardam os mortos. Com o advento do cristianismo o termo tomou o sentido de “campo de descanso após a morte”.

Vc sabia que os cemitérios são um risco potencial para o ambiente?


No Brasil, quase sempre, a implantação dos mesmos tem sido feita em terrenos de baixo valor imobiliário ou com condições geológicas, hidrogeológicas e geotécnicas inadequadas. Este cenário poderá propiciar a ocorrência de impactos ambientais (alterações físicas, químicas e biológicas do meio onde está implantado o cemitério) e fenômenos conservadores, como a saponificação.

Os impactos ambientais são mais freqüentes nos cemitérios públicos, os quais, em geral, são implantados e operados de forma negligente. Os impactos ambientais são classificados em duas categorias:

O impacto físico primário - ocorre quando há contaminação das águas subterrâneas de menor profundidade (aqüífero freático) e, excepcionalmente, das águas superficiais.

O impacto físico secundário - ocorre quando há presença de cheiros nauseabundos na área interna dos cemitérios provenientes da decomposição dos cadáveres. Segundo os tanatólogos (estudiosos da morte), os gases funerários resultantes da putrefação dos cadáveres são o gás sulfídrico, os mercaptanos, o dióxido de carbono, o metano, o amoníaco e a fosfina. Os dois primeiros são os responsáveis pelos maus odores. O vazamento destes gases para a atmosfera de forma intensa deve-se à má confecção e manutenção das sepulturas (covas simples) e dos jazigos (construções de alvenaria ou concreto, enterradas ou semi-enterradas).

Contaminação das águas subterrâneas

A decomposição ou putrefação de um corpo compreende várias fases, das quais a fase humorosa ou coliquativa (dissolução pútrida das partes moles do corpo) é a mais preocupante em termos ambientais. É nesta fase (duração de dois ou mais anos) que ocorre a liberação do líquido humoroso (liquame, putrilagem), também conhecido por necrochorume, um líquido viscoso, de cor acinzentada a acastanhada, cheiro acre e fétido, polimerizável (tendência a endurecer), rico em sais minerais e substâncias orgânicas degradáveis, incluindo a cadaverina e a putrescina, duas aminas tóxicas, também conhecidas como alcalóides cadavéricos.

No caso de pessoas que morrem com doenças infecto-contagiosas, para além de outros microorganismos, podem estar presentes no necrochorume os patogênicos, como bactérias e vírus, agentes transmissores de doenças (febre tifóide, paratifóide, hepatite infecciosa e outras) responsáveis pela causa mortis.

Os especialistas são unânimes que o perigo do necrochorume é devido aos microorganismos patogênicos, aos seus riscos infecciosos. Pela ação das águas superficiais e das chuvas infiltradas nas sepulturas ou pelo contato dos corpos com as águas subterrâneas (aqüífero freático), o necrochorume pode atingir e contaminar estas águas. Se as mesmas fluírem para a área externa do cemitério e forem captadas através de poços escavados por populações que vivem no entorno, estas poderão correr sérios riscos de saúde.
Segundo La Cuesta (tanatólogo espanhol), um corpo com 70 kg libera, em média, cerca de 45 litros (valor teórico) de necrochorume.

A saponificação: (fenômeno conservador),forma gordura de aspecto céreo depois dos 5 meses após o sepultaento. Ocorre  em ambiente úmido, pantanoso, logo, este solo não é recomendável para sepultamentos.


Resolução CONAMA

Pela Resolução CONAMA (Conselho Nacional de Meio Ambiente) de 28 de maio de 2003, os cemitérios horizontais e verticais a serem implantados no Brasil terão que requerer licença ambiental para funcionarem.  

 A Resolução estabelece critérios mínimos que devem ser integralmente cumpridos na confecção dos projetos de implantação, como forma de garantir a decomposição normal do corpo e proteger as águas subterrâneas da infiltração do necrochorume.  Cabe informar que o não cumprimento da Resolução implicará em sanções penais e administrativas. 

Agora nesta semana saiu outra notícia sobre os impactos dos cemitérios.

Um trabalho do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (USP) avaliou a ocorrência e o transporte de microrganismos no aquífero freático do cemitério de Vila Nova Cachoeirinha, localizado em terrenos pré-cambrianos, zona norte do município de São Paulo.

Foram verificados vários fatores com monitoramento do efluente, qualidade das águas e possível transporte de elementos químicos, bactérias e vírus.

De acordo com o estudo, as sepulturas com menos de um ano, localizadas próximas ao lençol freático são as principais fontes de contaminação das águas subterrâneas. Foi registrada ocorrência de bactérias e consumo de oxigênio nas águas.

A condutividade elétrica das águas também aumentou devido ao acréscimo de sais minerais. Nas águas próximas das sepulturas houve aumento também na concentração de íons maiores bicarbonato, cloreto, sódio e cálcio, e dos metais ferro, alumínio, chumbo e zinco.  

Fonte: Ambiente Brasil,02/11 

Um comentário:

  1. Olá querida amiga, td bom??
    Como foi seu FDS?
    Estou passando para desejar uma semana recheada de coisas boas para vc e sua família.
    E dizer que tem um presentinho no meu blog, na verdade é uma "Declaração de Amizade", é dedicado a vc com mto amor e carinho, por fazer parte da minha vida e do meu blog. É uma homenagem singela, mas de coração.
    Espero que goste.
    Um abraço da amiga Sil :)

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Érica Sena
Pensar Eco

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