quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

A logística reversa em prol do meio ambiente.

 A logística reversa, esta que agora decola, passou a constar da pauta da gestão empresarial no fim da década de 80. Mas, por enquanto, salvo raras exceções, é uma operação que ainda dá prejuízo ou, no máximo, se paga. 
"O processo costuma ser até 30% mais caro que o lucro gerado pelo reaproveitamento de materiais e pela venda de matéria-prima a outras indústrias", diz o engenheiro de produção Paulino Francischini, professor de operações e logística da Universidade de São Paulo.

Por que, então, a preocupação dessas empresas é tão grande?
A resposta: responsabilidade ambiental e preocupação com a imagem corporativa.
...
Os brasileiros, segundo pesquisas de opinião, prestam atenção na preocupação das empresas com o meio ambiente. E muitos estão dispostos a pagar mais caro por um produto no caso de o valor ser destinado a projetos de proteção do meio ambiente. 
Ainda assim, os consumidores, por desconhecimento, são um dos maiores entraves aos processos de logística reversa.

Em 2003, a Itautec criou um programa de reciclagem aberto ao público, mas que acabava atendendo exclusivamente aos computadores da própria empresa e contratos corporativos. Demorou cinco anos para que o primeiro cliente comum procurasse o serviço. Mesmo com o programa gratuito à disposição de todos os clientes, apenas cinco máquinas foram entregues até o momento.

"Embora o consumidor comum esteja mais consciente, a maioria ainda não pensa sobre o lixo ou desiste de lhe dar o destino correto caso isso envolva algum trabalho ou custo", afirma João Carlos Redondo, gerente de sustentabilidade da Itautec.

A falta de interesse não impede outras boas iniciativas.

Desde 2005, a Whirlpool (fabricante das marcas Brastemp e Consul) dispõe de um programa de coleta e reciclagem de geladeiras antigas. Por enquanto, o serviço não é aberto a todos os consumidores. 
As peças usadas são retiradas pela Whirlpool e seguem para uma linha de desmontagem na fábrica da empresa, em Joinville, Santa Catarina (veja o quadro ).


"O maior desafio é chegar ao reaproveitamento total do material dos produtos antigos e ampliar sua coleta, para que o lixo seja zero", diz Paulo Vodianitskaia, gerente de sustentabilidade da Whirlpool Latin America.

Outro braço da logística reversa da empresa cuida das embalagens dos novos produtos.
 Como é feito?
Para ampliar a coleta, ainda restrita a algumas cidades de São Paulo, a Whirlpool firmou uma parceria com uma grande empresa de varejo. Os entregadores da loja que levam a geladeira nova à casa do cliente retiram a embalagem do eletrodoméstico.
  Até agora, o programa recolheu 127 toneladas de papelão, plástico e isopor, destinados à reciclagem. 

 Um outro exemplo de empresas que agem do mesmo modo: 

 

Empresas de bebidas, como Coca-Cola e AmBev, também tentam ampliar o reaproveitamento das embalagens de seus produtos. 

 A AmBev recicla rótulos e reutiliza garrafas retornáveis de plástico e vidro. 

 No início de 2010, a Coca-Cola vai começar a utilizar garrafas PET produzidas a partir de vasilhames plásticos usados (um dos grandes vilões ambientais)

  A tecnologia está disponível no exterior há quase dez anos, vigora na Alemanha e nos países nórdicos, mas é novidade no Brasil. A embalagem usada é triturada e passa por um processo de limpeza. O material é derretido e a resina é misturada à resina nova, para a produção de garrafas. Como experiência a caminho dessa novidade, a empresa já oferece em supermercados e bares de algumas cidades do interior de São Paulo a PET retornável com um atrativo monetário em nome da limpeza. O preço de uma Coca de 1,5 litro em PET retornável varia de 1,59 real a 2,10 reais se o consumidor levar o casco. A mesma garrafa, sem a troca, custa 1,50 real a mais. É uma ideia do passado, do tempo em que nossos pais e avós trocavam o casco, com um quê moderno de sustentabilidade.

Fonte: Revista Veja
http://veja.abril.com.br/301209/5-logistica-reversa-linha-desmontagem-p-246.shtml

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Abs,
Érica Sena
Pensar Eco

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