Mais ou menos por esta altura da semana passada, soubemos pela primeira vez do terramoto no Haiti por via do Twitter ou do Facebook ou do YouTube ou de um SMS — através da tecnologia e da Web social.
A terra tremeu numa parte do mundo. E, diferentemente do sucedido em qualquer outro desastre natural anterior — incluindo o tsunami na Indonésia em 2004 e o Furacão Katrina no ano seguinte —, os avanços tecnológicos permitiram que fôssemos testemunhas uns dos outros. Estabeleceu-se uma norma. É deste modo que cidadãos globais ligados pela Web reagem a calamidades globais. Uma consciência colectiva emergiu, fazendo nascer aquilo a que um dos nossos leitores chama o "Cidadão Global 1.0".
Note-se que a designação não é etiquetada "2.0", o vernáculo amiúde usado nos nossos tempos empurrados pelos média sociais [a Web 2.0]. É etiquetada "1.0" por ser ainda uma coisa relativamente nova. O Twitter, afinal, mal tem quatro anos; o Facebook, com seis anos, é apenas um aluno da primária.
Imagine-se se Anne Frank pudesse enviar SMS. Imagine-se o que Martin Luther King, Jr. podia ter feito com o Twitter. Por outras palavras, estamos ainda a tactear à procura do caminho através de tudo isto, a afastar-nos de uma mentalidade"Eu-na-Web", segundo a qual tudo se resume a nós e à nossa presença online, e a passar para uma ética "Nós-na-Web", que é mais sobre como cada um de nós se encaixa numa consciência global maior e em crescimento. (…)
— Jose Antonio Vargas in "Haiti Rebuilds -- The Birth of Global Citizen 1.0", publicado em The Huffington Post
Fonte: Via Optima no Facebook
Muito bom este artigo!!!!
Érica Sena
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