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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Energia verde para reduzir a pegada ecológica



Segundo o relatório Planeta Vivo (2008) da organização WWF a populacão mundial era de 6,5 bilhões de habitantes, em 2005, e tinha uma pegada ecológica per capita de 2,7 hectares globais (gha):

Nossa pegada ecológica global excede, hoje, em cerca de 30% a capacidade de regeneração do mundo. Se nossa demanda continuar nesse mesmo ritmo, em meados de 2030 precisaremos de dois planetas para manter nosso estilo de vida”.

Diante deste quadro assustador, as perguntas que se colocam são:

1) como diminuir a pegada ecológica do mundo ao mesmo tempo em que sabemos que a população do planeta deve atingir 7 bilhões de pessoas até 2012 e 9 bilhões de habitantes em 2050?; 
2) como garantir o “direito ao desenvolvimento” dos países e a geração de emprego e renda? 3) como diminuir o consumo global se o mundo tem mais de um bilhão de pessoas passando fome e alguns outros milhões na pobreza e que demandam mais educação, mais saúde, mais e melhores moradias e maior número de bens de consumo como fogão, geladeira, televisão, bicicleta, motos, carros, etc?

Evidentemente as respostas para estas perguntas complexas não são simples.  
Mas um caminho inicial passa necessariamente pela mudança da matriz energética e a redução da emissão dos gases de efeito estufa que provocam o aquecimento global e agravam a pegada ecológica

O uso do petróleo e do carvão (energia fóssil) é um dos componentes que mais contribui para o aumento da pegada ecológica e para a incapacidade de regeneração do Planeta. O mundo cresceu no último século explorando uma fonte de energia não-renovável e poluidora.

Porém, a Terra oferece fontes limpas, abundantes e renováveis de energia que não são utilizadas adequadamente e não afetam negativamente a pegada ecológica. A irradiação do sol fornece 10 mil vezes mais energia do que a utilizada atualmente pela humanidade. A força dos ventos sozinha é capaz de mover, com sobra, toda a economia mundial.

Diversos países já perceberam que precisam abandonar a dependência do petróleo e do carvão e precisam reduzir a emissão de CO2 e demais gases que provocam o efeito estufa e o aquecimento global. A despeito do fiasco das negociações da COP/15 em Copenhague, os investimentos em fontes alternativas de energia e no processo de descarbonização do sistema produtivo já começou.

Uma das grandes novidades na área de energia verde tem vindo da China. Segundo Thomas Friedman (NYT, 09/01/2010 - ver a referencia do artigo abaixo traduzido no Estadão) o país mais populoso do mundo pretende liderar a Revolução Verde na área de energia. Em parte, esta preocupação do governo chinês decorre de uma questão de segurança energética. Mas parece que os dirigentes chineses perceberam que a Revolução Verde na área de energia é o caminho para reduzir a emissão de CO2, gerar empregos verdes, combater a pobreza, manter o desenvolvimento econômico, elevar a qualidade de vida da população e colocar o país na liderança da economia mundial.

A China saiu do seu modelo maoista de comunas socialistas com baixíssimo consumo, para uma sociedade consumista, altamente dependente de energia fóssil e poluidora. O novo modelo chinês privilegia o desenvovimento e o consumo e, neste sentido, existe uma dúvida se o país está no limiar de uma nova era ou em uma encruzilhada, cabendo as seguintes perguntas que só poderão ser respondidas no médio e longo prazo: Será que a China conseguirá elevar o consumo da sua imensa população e reduzir a emissão de carbono e seus efeitos sobre o aquecimento global? Liderar a revolução verde no setor de energia vai contrabalançar a alta exploração dos recursos naturais? Qual será o efeito líquido do aumento simultâneo do consumo e da redução da emissão de gases de efeito estufa sobre a pegada ecológica da China? A China será a número um nesta área?

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em seu primeiro discurso de Estado da União, no dia 27 de janeiro, pediu aos congressistas americanos para aprovar incentivos para o uso de energia limpa e para a economia de energia. Ele disse: “A nação que liderar o uso de energias limpas estará à frente da economia global, e os Estados Unidos têm que ser esta nação”.

Evidentemente a Revolução Verde no setor de energia limpa não é uma panacéia contra o aquecimento global e a degradação ambiental. Diversas outras ações são necessárias no sentido de evitar o desperdício, tratar e aproveitar o lixo, aumentar a eficiência energética e o uso de matérias-primas na produção e no modo de vida, reduzir o consumo supérfluo, incentivar a alimentação orgânica e vegetariana, etc. No entando, não resta dúvida que a substituição da energia fóssil pela energia renovável e não emissora de CO2 será fundamental para a redução da pegada ecológica quer seja na China, nos Estados Unidos ou em qualquer outro país do mundo.José Eustáquio Diniz Alves*

Referencias:

*José Eustáquio Diniz Alves, Doutor em demografia e professor titular do mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais da Escola Nacional de Ciências Estatísticas - ENCE/IBGE, é colaborador e articulista do Ecodebate

Fonte: Mercado Ético



Um comentário:

  1. Oi querida, metendo o dedo em cumbuca!
    A marina Silva deve procurar associar a mais partidos, se não.
    Sem chance.

    Quanto ao pisão do ser humano, sem chance. Vimos na COP15, que não foi possivel nem um acordo frouxo.
    Teremos de passar por uma fase de falta de alimento e agua. Assim como uma transformação do clima.

    Na China é possivel algo radical pois o estado forte sem a interferencia do povo, como vimos na dieta do filho único.

    Boa sorte aos sobreviventes.

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Érica Sena
Pensar Eco

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