O governo federal publicou no Diário Oficial da União desta sexta-feira (19) o edital do leilão para a contratação da energia elétrica gerada pela Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará. O leilão será realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em 20 de abril, por sistema eletrônico, em Brasília.
O edital, o cronograma e outros documentos referentes ao leilão serão colocados no site da Aneel ainda nesta sexta. O valor do investimento para a construção foi estimado em R$ 19 bilhões.
A Usina de Belo Monte terá capacidade instalada de 11.233,1 megawatts (MW), com geração de 4.571 MW médios de garantia física. Várias empresas já declararam interesse no projeto, como a Vale, Andrade Gutierrez, Votorantim, Odebrecht e Alstom.
O governo já adiou a licitação por três vezes. Em dezembro, a primeira tentativa foi adiada porque o empreendimento não havia recebido a licença do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Uma revisão dos custos da obra, feita pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), atrasou mais uma vez a licitação, que estava marcada para o dia 12 de abril. Na quarta-feira (17), o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou os valores revistos do total da obra (R$ 19 bilhões) e do preço-teto para a tarifa da energia da hidrelétrica (R$ 83 por MW/hora).
A liberação do leilão pelo TCU não minimiza todos os problemas que envolvem a construção Belo Monte. A questão indígena, que já gerou o engavetamento do projeto há vinte anos atrás, continua sem definição. Os índios prometem que se não forem escutados sobre o projeto vão promover uma verdadeira “guerra” no canteiro de obras da hidrelétrica.
Outro problema de Belo Monte são os impactos ambientais que também seguem indefinidos. A hidrelétrica passou por um dos processos de licenciamento ambiental mais controverso da história do país, o que desencadeou um pedido de 40 condicionantes ambientais por parte do Ibama.
A grande questão é que mesmo assim ninguém sabe ao certo qual vai ser o impacto real da hidrelétrica sobre o rio Xingu, a principal fonte de proteína de cerca de um milhão de pessoas, entre a população ribeirinha do Pará e mais de 30 etnias indígenas da região.
Localizada na curva do rio Xingu, a obra de Belo Monte deve remover um volume de terras semelhantes às escavações para a construção do Canal do Panamá.
O terceiro problema é a descontinuidade da geração de energia de Belo Monte. As quatro barragens reservatórios da hidrelétrica foram retiradas do projeto original, o que torna a usina dependente da vazão do rio Xingu e do bom humor da natureza para gerar energia. Um painel de declarou que a hidrelétrica pode gerar em abril 10 mil megawatts médios por causa dos picos de chuvas, mas essa geração pode cair para 690 megawatts em setembro, quando a Amazônia enfrenta o auge da estiagem e seca. O governo defende que a falta de vazão permanente do rio Xingu não é um problema para a empresa que decidir disputar o leilão, pois a variação vai ser custeada pela tarifa de energia, paga pelo consumidor. Agência Brasil
Fonte: Revista Época, 618
Se Balbina foi feita, daquele jeito.
ResponderExcluiressa vai rapidinho.
O mundo dos ribeirinhos, ninguém vai la passar a mão na cabeça.
São os empreiteiros que mandam em Brasília, e as cuecas cada vez mais cheia.
Tadinha da Marina...
Fui...