Inscreva-se no Feed do Pensar Eco e receba os posts por email!

www.pensareco.com

terça-feira, 2 de março de 2010

Em busca de nossas raízes- Ricardo Cardim

Filipe Redondo





MÃOS NA TERRA
O dentista Ricardo Cardim e a ambientalista Rebeca Lerer criaram ações para reflorestar a cidade
Alguns paulistanos estão seriamente empenhados em fazer São Paulo perder o feio apelido de “selva de pedra”. O cenário de bairros desérticos e poucas concentrações de vegetação está se modificando, graças a projetos de arborização da prefeitura e ações organizadas por cidadãos incomodados com a cara acinzentada da cidade. Os “amigos do verde” têm razões de sobra para se preocupar: com 11 milhões de habitantes, a capital paulista tem cerca de 2 milhões de árvores. Nova York, por exemplo, tem 8, 5 milhões de habitantes e 5 milhões de árvores, com uma área semelhante. “Árvore não é enfeite, é uma prestadora de serviços urbanos”, diz Ricardo Cardim, mestrando em botânica na Universidade de São Paulo, destacando que a falta de vegetação afeta até o funcionamento da cidade. O especialista afirma que as árvores evitam enxurradas e retêm até 80% da chuva que cai em suas copas e escorre lentamente para o solo. “Sem contar a manutenção de temperatura da cidade, retenção de barulho e filtragem do ar.”

A atual administração diz que está investindo na arborização urbana. A prefeitura afirma ter plantado cerca de 700 mil árvores nos últimos cinco anos. “Quando começamos o governo, em 2005, não havia um plano de arborização e a média de plantio era de 20 a 25 mil árvores por ano”, diz o secretário do Verde e Meio Ambiente, Eduardo Jorge. Em 2006, foram contratadas quatro equipes para fazer o plantio, e a secretaria passou a incentivar as subprefeituras a plantar mais mudas. “Desde então, passamos a cultivar de 150 mil a 200 mil novas árvores anualmente”, afirma.

80% das árvores da capital vêm de outros países.
As espécies paulistanas hoje são raras
A guerrilha verde ganhou corpo com ações particulares, como a da galeria Matilha Cultural, na Vila Buarque. No fim de 2009, um grupo organizado pela instituição reuniu vasos de plantas e fez jardins em vagas de estacionamento na Rua Rêgo Freitas, no centro da cidade, na ação batizada de Vaga Viva. “A ideia era chamar a atenção para o abaixo-assinado que estávamos organizando pelo plantio de mais árvores no bairro”, diz a coordenadora do espaço e ambientalista Rebeca Lerer. Na ocasião, 18 mudas foram plantadas com o auxílio da prefeitura e o apoio dos moradores do bairro. A partir de março, as ações do Vaga Viva passarão a ser mensais, com palestras e oficinas sobre jardinagem.

Mas não basta sair plantando; é preciso saber qual é a muda certa para não desequilibrar um ecossistema já comprometido. Segundo Ricardo Cardim, 80% das árvores da capital são originárias de outros países. As espécies características da cidade, que deram nomes a muitos bairros, hoje são raras. ”Em lugar de cambuci, de araçá e de ipê, nossos parques e calçadas têm árvores bolivianas, australianas e japonesas”, diz Cardim. “São Paulo tinha uma riqueza que se perdeu, uma vegetação muito específica.”

O paulistano de 31 anos também é dentista e dedica boa parte de seu tempo para estudar a vegetação e desenvolver mudas de plantas prestes a desaparecer. Ele já plantou 600 mudas e, em 2008, fundou a Associação dos Amigos das Árvores. A entidade conscientiza a população sobre a importância do verde e organiza grupos para plantação. Além disso, suas experiências e pesquisas são transformadas em textos didáticos no blog http://arvoresdesaopaulo.wordpress.com, que teve 200 mil acessos em 2009. Lá, o dentista publica fotos de espécies, tira dúvidas dos leitores, indica mudas e explica como deve ser feito o plantio.

Filipe Redondo
BERÇÁRIO VERDE
Ricardo Cardim tenta reproduzir mudas de espécies raras em um viveiro na USP
Estudos de Cardim e da própria prefeitura apontam que o clima tropical faz com que árvores estrangeiras se desenvolvam com mais facilidade e tomem o espaço de plantas nativas. As duas espécies mais comuns aqui são a boliviana tipuana e a indiana figueira-benjamim. Esta tem mudas vendidas por cerca de R$ 3. “As pessoas compram esses vasos e, quando a planta cresce, plantam na rua. A intenção é boa, mas é quase um atentado à cidade. A figueira-benjamim cresce muito, suas raízes quebram o solo e causam muita dor de cabeça.”

Para agravar esse quadro, a prefeitura recebeu mil ocorrências de quedas de galhos e árvores por conta das tempestades só em janeiro. Segundo Eduardo Jorge, a prevenção das quedas faz parte de um projeto que terá resultados a médio e longo prazo. “Para que as árvores não caiam, elas precisam ter manutenção e algumas devem ser substituídas por outras que se adaptem melhor à cidade”, afirma.

Além disso, 333 pessoas foram autuadas, desde outubro de 2008, dentro da Lei de Crime Ambiental por cortarem árvores sem autorização, ato sujeito a multas de no mínimo R$ 10 mil. Jorge defende que, muitas vezes, a população tem de ser tratada como criança para evitar a mutilação de plantas. “A gente tem de ensinar o que é certo e por quê, mas também não podemos deixar de punir os erros.”

Filipe Redondo
PLANO DE AÇÃO
Segundo o secretário Eduardo Jorge, a prefeitura plantou 700 mil árvores em cinco anos


Ajude a aumentar a floresta urbana
Quer sombra e ar mais fresco? Aprenda os principais passos para plantar sua própria árvore

1. Anote as características do local onde a muda será plantada, como largura da calçada, existência de fiação e proximidade de equipamentos públicos, como postes ou telefones
2. Leve suas anotações até um dos três viveiros da prefeitura. Baseado nesses dados, o órgão lhe entregará a muda mais indicada para o local escolhido
3. Os endereços dos viveiros e outras informações técnicas estão no site da Secretaria do Verde e Meio Ambiente (http://tinyurl.com/yc3lzpl)

Como são as espécies clássicas da cidade
O araçá é uma árvore com altura máxima de nove metros e copa rala. Ela dá flores e frutos e já foi símbolo da cidade, batizando até o cemitério da Avenida Doutor Arnaldo. Hoje é uma das espécies ameaçadas de desaparecer do Estado de São Paulo.
Filipe Redondo

Conheça as árvores mais comuns em SP:http://revistaepocasp.globo.com/Revista/Epoca/SP/0,,EMI124662-15573-2,00-EM+BUSCA+DE+NOSSAS+RAIZES.html

POR REGIANE TEIXEIRA, Época SP

Fonte: Revista Época SP

 Ricardo Cardim tem um trabalho muito bom http://arvoresdesaopaulo.wordpress.com/

Entrem e vejam!!!

   Parabéns Ricardo pelo bonito trabalho!!

                                    Érica

   

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Pensar Eco agradece sua visita!
Comente, sugira, critique, enfim, participe!!! Isso é muito importante!
Abs,
Érica Sena
Pensar Eco

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...