Cálculo feito pelo Ipea a pedido do 'Estado' leva em conta prejuízos para a indústria e para os cofres públicos e os danos ambientais.
A ineficiência da política de coleta seletiva feita pela Prefeitura
em São Paulo e o transbordo de materiais recicláveis para aterros
sanitários causam prejuízos anuais de até R$ 749 milhões para a
sociedade. As perdas ocorrem principalmente por causa dos custos
adicionais nas indústrias pelo uso de material virgem em vez de
reciclado, dos danos ambientais e de gastos de orçamento público com a
destinação final de lixos em aterros.
Todo ano, São Paulo manda mais de 1 milhão de toneladas de papel,
papelão, plástico, aço, vidro e alumínio misturado ao lixo convencional,
em vez de enviar esse material para a reciclagem.
Em tempos de economia
aquecida, o consumo das famílias aumenta e, por consequência, o
descarte de embalagens. Como as atuais 16 centrais de triagem da
Prefeitura já não dão conta do material coletado, a tendência é que esse
desperdício cresça.
Os cálculos de quanto dinheiro a sociedade perde por São Paulo não
conseguir organizar uma coleta seletiva de qualidade foram feitos pelo
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a pedido do Estado.
"As
contas são conservadoras. Não levamos em consideração as perdas sociais
e não somamos alguns materiais recicláveis porque tivemos dificuldade
em obter dados. As perdas são certamente maiores", afirma o pesquisador
do Ipea Jorge Hargrave, autor do estudo.
Gargalo.
São Paulo recicla mensalmente cerca de 3,1 mil toneladas de
lixo, o que corresponde a apenas 1% do lixo produzido na cidade.
A
título de comparação, em Estocolmo, na Suécia, o sistema de coleta
seletiva consegue reciclar 25% do lixo produzido pela população.
O principal gargalo no sistema de coletas em São Paulo nos dias de
hoje é a quantidade insuficiente de centrais de triagem, que selecionam o
lixo separado pelos moradores e vendem o material para as empresas.
Contêineres. O processo de reciclagem em São Paulo se inicia na
separação do lixo feita pelos habitantes. O grosso do material vai para
5.118 contêineres espalhados em apartamentos, condomínios, praças e
prédios públicos ou para as ruas e avenidas por onde passam os caminhões
da coleta seletiva oficial. O lixo reciclado é recolhido por 20
caminhões dos consórcios Ecourbis e Loga Ambiental, que também fazem a
coleta de lixo doméstico comum, levado aos aterros sanitários.Os caminhões descarregam o material em 16 centrais de triagens
espalhadas pela cidade. Essas centrais, formadas por cooperativas de
catadores que comercializam o lixo com as empresas, são tocadas por
ex-moradores de rua.
De acordo com a política municipal do setor, criada por lei em 2003,
na gestão Marta Suplicy (2001-2004), deveriam ser construídas 31
centrais de triagem em todas as subprefeituras até 2007, já na gestão
iniciada por José Serra e concluída pelo atual prefeito, Gilberto
Kassab.
Atrasos. As obras estavam previstas no novo contrato de coleta de
lixo, que entrou em vigor em 2005. Um ano antes, já existiam 14
centrais. Hoje, passados seis anos, apenas duas novas triagens foram
entregues pela Prefeitura. No cronograma das concessionárias de lixo, as
obras estarão concluídas só em 2015.
A falta de centrais de triagem escancarou a crise no sistema de
coleta seletiva em São Paulo. Atualmente, as centrais não conseguem mais
receber todo o lixo separado pela população. Como resultado, os
caminhões de coleta seletiva percorrem diversas centrais antes de
conseguir descarregar o lixo.
Nas regiões sul e leste de São Paulo, a Ecourbis deixa de coletar
cerca de 10% do lixo separado pelos munícipes. Os sacos que permanecem
na rua acabam sendo coletados no dia seguinte pelos caminhões
tradicionais e são jogados em aterros comuns, desperdiçando material que
ainda teria valor econômico.
Lá tem
Barcelona, Espanha
A população separa o lixo e deposita os sacos em lixeiras conectadas a uma rede subterrânea de tubos, a 5 metros de profundidade. O sistema suga a vácuo o material, de hora em hora, durante o dia e à noite. O lixo segue por um canal e chega até uma central de seleção fora da cidade. O lixo orgânico segue para um sistema de produção de energia. A intenção é acabar com a coleta por caminhões em cinco anos.
Barcelona, Espanha
A população separa o lixo e deposita os sacos em lixeiras conectadas a uma rede subterrânea de tubos, a 5 metros de profundidade. O sistema suga a vácuo o material, de hora em hora, durante o dia e à noite. O lixo segue por um canal e chega até uma central de seleção fora da cidade. O lixo orgânico segue para um sistema de produção de energia. A intenção é acabar com a coleta por caminhões em cinco anos.
Nova York, EUA
O lixo é divido em comum, papel, plástico e alumínio e colocado em sacos ou latas identificados para receber o material. Multas são aplicadas a condomínios e residências que erram na separação. Existe uma lista detalhada e explicativa disponível à população. Em saco transparente com etiqueta verde, por exemplo, jogam-se jornais, revistas, catálogos, papéis em geral, correspondências, listas telefônicas, livro de capa mole, sacos de papel, papelão e embalagens feitas com esse material, que devem ser desmontadas e amarradas.
O lixo é divido em comum, papel, plástico e alumínio e colocado em sacos ou latas identificados para receber o material. Multas são aplicadas a condomínios e residências que erram na separação. Existe uma lista detalhada e explicativa disponível à população. Em saco transparente com etiqueta verde, por exemplo, jogam-se jornais, revistas, catálogos, papéis em geral, correspondências, listas telefônicas, livro de capa mole, sacos de papel, papelão e embalagens feitas com esse material, que devem ser desmontadas e amarradas.
Estocolmo, Suécia
Sistema semelhante ao de Barcelona. Os moradores separam o lixo (papel, alumínio, vidro e orgânico) em recipientes específicos, que sugam o material por canos que percorrem o subterrâneo do bairro até depósitos de coleta. Lá, os caminhões recolhem o material também por meio de sugadores a vácuo.
Sistema semelhante ao de Barcelona. Os moradores separam o lixo (papel, alumínio, vidro e orgânico) em recipientes específicos, que sugam o material por canos que percorrem o subterrâneo do bairro até depósitos de coleta. Lá, os caminhões recolhem o material também por meio de sugadores a vácuo.
Fonte: Jornal Estado de SP, 05/05
Quer dizer, já temos o exemplo dos outros países, ne? Basta querer realizar por aqui, mas parece que pros nossos governantes isso é muito dificil...
ResponderExcluirbjs!
Cintia
~preservblog~