Foto: Pq S Dom- Érica Sena
Opções
não faltam!!
A região Noroeste do Município de SP aglutina uma quantidade importante de áreas
verdes que nos ofertam gratuitamente lazer, bem estar, sociabilização, além de
benefícios para o meio ambiente e para saúde. Dentre as inúmeras ofertas,
destacam-se os parques Estadual do Jaraguá, São Domingos, Villa Lobos,
Cidade Toronto e Villas Boas. A bióloga Érica Sena passou por esses locais e
comenta nesta edição a atual condição desses parques.
Fundado
em 1961, o Parque Estadual do Jaraguá tem uma área de 5 mil hectares.
Representa uma das últimas vegetações remanescentes da Mata Atlântica em áreas
urbanas da nossa cidade, sendo tombado como Patrimônio da Humanidade pela
UNESCO desde 1994. O local possui um grande valor histórico, estético,
econômico, ambiental e de lazer. Este parque costuma ser mais lembrado por seu
pico e suas antenas - o ponto culminante da cidade, elevando-se a uma altitude
de 1.135 metros. Possui uma infra-estrutura boa e oferece local para a
realização de palestras, shows e eventos.
Análise:
Infelizmente, mesmo com essa importância toda, tem alguns
aspectos que precisam ser revistos. O Lago do Parque está contaminado há anos e
não foram tomadas atitudes pelos órgãos públicos para despoluí-lo. Outro sério
problema é o seu entorno, onde ocorre um crescimento desordenado de favelas,
que adentram a área, formada pelos índios da aldeia Jaraguá Ytu. Em condições
de precariedade, muitos vivem da venda de artesanato na área do Parque. A falta
de cuidado e infra-estrutura (pontos de ônibus, calçamento e segurança) no
entorno atrapalham a visitação de um maior número de pessoas a esse ponto
turístico de São Paulo.
Criado
numa área remanescente de um plano de arruamento do bairro aprovado em 1953, o Parque
São Domingos foi aberto ao público em 1980. Possui uma área de 80 mil m²
distribuídas em bosques, áreas ajardinadas, quadras esportivas, pistas de
Cooper, playground, espaço para churrasco, sanitários, anfiteatros (tipo romano
e tipo arena), aparelhos de ginástica e um lago cercado.
Análise
Por ter uma boa infra- estrutura e boa localização poderiam ter
mais práticas e informações de Educação ambiental, como também, identificação
de seus espécimes vegetais. Achei insuficiente o número de lixeiras no local. É
interessante o uso dos bambus como cercas dividindo a parte cimentada da
gramada.
O Parque
Vila Lobos, fundado
em 1989,está numa área de 732 mil m² que tinha a função de depósito de resíduos
da CEAGESP, do material dragado do Rio Pinheiros e de entulho da construção
civil. Localizado no Alto de Pinheiros, transformou-se numa ótima dica de
lazer, esporte e cultura da cidade de São Paulo. Estima-se que durante a semana
receba cerca de 5 mil pessoas/dia, nos finais de semana 20 mil e feriados 30
mil. Essa alta visitação se deve a sua localização e a ótima infra-estrutura
existente: ciclovia, quadras, campos de futebol, “playground” e bosque com
espécies de Mata Atlântica. A área de lazer inclui ainda aparelhos para
ginástica, pista de Cooper, um anfiteatro aberto com 750 lugares, sanitários
adaptados para deficientes físicos e lanchonete. Ele dispõe de muitas
atividades na área de educação ambiental, viveiros de mudas, observação de
árvores e sua avifauna, shows e eventos. E o melhor, está sempre inovando suas
atividades, principalmente na área de Educação ambiental. Foi um dos primeiros
parques de São Paulo a garantir acessibilidade às pessoas com necessidades
especiais.
Análise
Sem dúvidas esse é um parque
modelo, que soube usar seu espaço abrangendo todas as funções que lhe é
permitido. É bom lembrar que, diferentemente dos outros parque descritos, é
obra do Estado e não da Prefeitura. Vale à pena passar uma tarde!
Pertinho
da Marginal do Tietê está o Parque Cidade Toronto, criado em 1992 em uma
área remanescente do loteamento City América. Tem 109 mil m² formada
principalmente por brejo e lagos. Em seu entorno existe o bairro de classe alta
da City América. O parque nasceu de um programa de Cooperação Técnica entre as
Prefeituras de São Paulo e de Toronto, no Canadá.
O Parque
Toronto recebe um bom número de visitantes, que desfrutam da linda paisagem e
conta com a presença da fauna com hábitos desse ecossistema (lagos e brejos),
destacando-se: Martins-pescadores-grandes, socós, biguás, garças-brancas, além
de outros animais. Em relação à flora, vem passando por um processo de
recuperação de áreas degradadas, para diminuir o assoreamento do lago e
proteger as nascentes. Já que se trata de uma parceria Brasil-Canadá,
implantou-se um bosque de coníferas, simbolizando a paisagem canadense. Além
disso, possui áreas para ginástica, pista de Cooper, quiosques, palco e
playground com brinquedos típicos canadenses. É possível caminhar pelo lago
sobre um píer.
Em
relação ao seu lago, é abastecido pelo córrego Fiat Lux, margeando a Rodovia
dos Bandeirantes e captando afluentes de diversas microbacias ( SABESP).
Análise: Atualmente não posso afirmar
sobre a qualidade da água, mas já pude ver em épocas passadas áreas
eutrofizadas (indícios de contaminação) e assoreadas.
Uma das
coisas que deveriam ser repensadas neste local é o melhor aproveitamento da
área para atividades de Educação ambiental, assim como estimular ainda mais
práticas esportivas, corridas, etc. Fora isso, é um lugar super agradável,
sossegado e bem cuidado.
Um dos mais novos parques da cidade é o Orlando Villas Boas, inaugurado em 2010. Criado numa área de 55 mil m² e ainda em fase de implantação, este parque já nasceu cheio de agravantes, pois está numa área contaminada pela Usina de Compostagem e a Faiveley Transport e sem passar por um processo total de descontaminação. Diante desse impasse, sobrevive sobre alerta de que o local possa a ser perigoso para a saúde dos freqüentadores.
Dados do
Jornal O Estado de SP, informam que dentro do parque foram encontradas
substâncias tóxicas em níveis superiores ao permitido, como cobre, chumbo e
zinco. Nas águas subterrâneas, além dos metais, há contaminação por
organoclorados, como o tetracloroeteno, que estão ligados à síndrome da fadiga
crônica. Quando inalado em quantidade, o cloroeteno provoca perda de
consciência. Segundo a CETESB, o acesso a algumas áreas onde há poluentes acima
do permitido será restrito e não serão plantadas árvores frutíferas nem
perfurados poços artesianos para aproveitar a água, já que o lençol freático
também está contaminado. E por esse motivo a Comissão Parlamentar de Inquérito
Ambientais da Câmara Municipal está apurando este caso.
Bem, não preciso dizer que minha posição como ambientalista é de espanto. Como deixaram esse parque ser aberto sem passar por um processo de descontaminação? E as futuras conseqüências quem se responsabilizará?
Érica Sena
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Érica Sena
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