Nas
décadas de 50, 60 e 70, a indústria investiu na ampliação de suas
instalações na capital paulista. A imagem característica deste período
era sinônimo de desenvolvimento, emprego e prosperidade, caracterizada
por uma chaminé emitindo poluentes na atmosfera paulistana.
Nos
dias de hoje, esta imagem poluidora de nosso seco ar, pouco recebe a
contribuição dos comandados do edifício sede da Fiesp na Paulista. Ficou
então a herança maldita da mega poluição do subsolo e águas
subterrâneas.
Para refrescar nossa memória, casos trágicos estão espalhados por toda a cidade.
A
Shell Vila Carioca puxa o carro chefe desta imensa lista catalogada
pela Cetesb. Todos posam quase sempre como anjos celestiais do meio
ambiente, com discurso de práticas sustentáveis, e que os problemas do
passado foram corrigidos por autodenúncia, tamanha responsabilidade
ambiental tão propagada na metrópole.
Assim
comporta-se a Procter & Gramble (antiga Gillete do Brasil) com seu
passivo latifundiário na bacia do Jurubatuba. A lista é grande, passando
por Baxter, Novartis, Bayer, Horizon 18, Faiveley, Irwin Industrial
Towls e outras praticantes da farra da contaminação. Impera nestes casos
o laissez faire para “deixa estar, para ver como fica”.
A
Siemens representa para nós brasileiros a bandeira Alemã. Os germânicos
são ótimos em propagar na América Latina e no mundo, sua imagem de
dedicação à preservação do planeta.
Nesta semana, De olho no solo
acompanhou a visita técnica da Câmara Municipal de São Paulo junto com
os moradores do bairro da Lapa à antiga unidade da Siemens na Lapa de
Baixo.
A unidade fabril passou por um conceituado retro fit,
desenvolvido pela E-Business Park, locatária dos remanescentes da
Siemens, impressionando os visitantes com a típica projeção de Beverly
Hills. Há significativos investimentos na tentativa de sanear a área
recheada de voláteis em todas sua extensão apontados nos Pareceres
Técnicos do Departamento de Controle Ambiental da Secretaria do Verde e
Meio Ambiente da Capital. Cetesb também alerta para o risco a saúde
humana face à exposição em ambientes confinados. Risco para os
trabalhadores e comunidade do entorno, que somente a Coordenadoria em
Vigilância Ambiental poderá precisar com detalhes em breve.
“O lixo foi para debaixo do tapete”, ditado popular tão usado por nosotros na linha abaixo do Equador parece migrado para o distante empreendedor europeu.
Feliz 5771 a todos da coletividade Judaica! Que a paz reine na Terra Santa! Shana Tová!
Edson Domingues, 03/09
http://deolhonosolo.blogspot.com/2010/09/siemens-e-voce-nada-ver.html
Muito bom!!!
Fonte: Blog de Olho no solo
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