quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Um a cada quatro sacos de lixo vai para local impróprio



Problema ambiental com resíduos ainda é crônico no Estado mais rico do país

Dados são de associação de empresas coletoras de lixo; agência estatal paulista vê avanço na destinação dos detritos


 Enquanto as discussões mais avançadas sobre a destinação do lixo se concentram na reciclagem, São Paulo, o Estado mais rico do país, ainda é obrigado a lidar com um problema bem mais arcaico: os lixões a céu aberto.


De cada quatro sacos de lixo residencial coletados pelos serviços oficiais, um vai parar em local inadequado, segundo dados da Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais).


Além dos lixões, vários aterros precários espalhados pelo Estado contaminam o ambiente e são fonte de risco à saúde da população.


São 11.800 toneladas de resíduos ao dia que não recebem o tratamento devido, diz o estudo da associação. O valor representa 24,9% das 49.323 toneladas coletadas todos os dias nas residências.


"Existem problemas graves inclusive na Grande São Paulo", afirma Carlos Silva, diretor-executivo da instituição, que reúne várias empresas do setor de limpeza.


OUTROS CRITÉRIOS


Diferentemente da Abrelpe, que divide depósitos em adequados e inadequados, a Cetesb, empresa ambiental paulista, adota três classificações: aterros adequados, controlados e inadequados.


Dos 645 municípios paulistas, 65,9%, têm aterros adequados, 1% tem inadequado e o restante está em situação controlada.


Na região metropolitana, segundo esses critérios, existem seis aterros controlados. Outros cinco são adequados.


Controlado quer dizer que o depósito está melhorando, mas ainda degrada o meio ambiente. É caso do aterro Pajoan, em Itaquaquecetuba. Apesar da indicação oficial de que está melhorando, o local ainda é um problema crônico da Grande São Paulo.


Desde 2007, ele tem funcionado a base de licenças precárias dadas pela Cetesb -procedimento considerado "normal" pela instituição.


Os donos do grupo que administram o local dizem que respeitam todas as normas e que o aterro não causa riscos.


O depósito, porém, está esgotado. Há um projeto da construção de outro ao lado.


Os planos são contestados pelo Ministério da Defesa, que diz que o local está dentro da área de segurança do aeroporto de Cumbica, onde não é permitido existir nenhuma atividade que seja foco de atração de pássaros.


A própria Cetesb diz que há registros frequentes de urubus e gaivotas na área do aterro. Os gestores do Pajoan, porém, dizem não haver prejuízo ao tráfego aéreo.




Fonte: Folha de SP, 03/11



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Érica Sena
Pensar Eco

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