A Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 16) entra em sua segunda e derradeira semana em Cancún, no México, quando tem início o chamado “segmento de alto nível”, do qual participam ministros e chefes de Estado, que já começaram a chegar ao balneário mexicano.
O enviado especial para Mudanças Climáticas dos EUA, Todd Stern, por exemplo, chegou na sexta-feira e adiantou sua participação na conferência, falando a jornalistas logo após pousar em Cancún. Ele reiterou a posição americana de chegar a um “pacote balanceado”, deixando claro que não aprova que alguma linha de negociação avance sem outras. “Não há maçãs em galhos mais baixos nesse caso”, comparou.
Proposta – Neste sábado (4), a presidência de uma das linhas de negociação, a que pretende formular um acordo climático amplo, incluindo reduções de emissões de países pobres e ricos, entre outros objetivos (a outra linha é a que negocia no âmbito do Protocolo de Kyoto), apresentou um texto com “possíveis elementos” de um acordo, um documento sem valor formal, mas que pode servir de base para o avanço das negociações.
“É útil ter uma visão da presidência de como resolver itens difíceis”, comentou o negociador-chefe brasileiro, embaixador Luiz Alberto Figueiredo. “Minha expectativa era de que teríamos uma imagem mais clara do possível formato”, comentou em seguida. Figueiredo disse acreditar que “há um esforço genuíno de todos os países em se comprometer”. “Só esperávamos que os compromissos de alguns países estivessem num estágio mais avançado”, acrescentou.
“Esperamos que até terça-feira haja suficiente material para fechar um acordo nos dias subsequentes. É o que espero, e exigirá trabalho muito duro, um período muito comprometido, mas acho que é factível”, concluiu
Protocolo de Kyoto – Continua em aberto o que será feito em relação ao Protocolo de Kyoto. O G77 + China, grupo que congrega o gigante asiático e nações em desenvolvimento, como o Brasil, insiste que o Protocolo de Kyoto, único tratado vinculante (de cumprimento obrigatório) de redução de emissões que existe atualmente, deve ter um segundo período após 2012, quando expira.
Alguns países desenvolvidos que o assinaram, no entanto, não pretendem voltar a se comprometer sob esse acordo. O Japão liderou o movimento ao anunciar expressamente que não vê sentido na renovação de Kyoto, já que ele não obriga China e Estados Unidos a reduções de suas emissões de gases estufa.
Representantes da Alba (bloco que inclui Venezuela, Nicarágua, Cuba, Bolívia, Dominica, Equador, Antigua e Barbuda e São Vicente e Granadinas) disseram à imprensa nesta sexta-feira (3), na Conferência sobre Mudanças Climáticas da ONU (COP 16) que há um “punhado de países, que não são nem cinco” que estão bloqueando a aprovação de uma segunda etapa para o Protocolo de Kyoto.
Apenas o Japão assumiu abertamente que é contra a continuidade do protocolo. Especula-se que Rússia, Austrália e Canadá sejam os outros. Aprovado em 1997, o Protocolo é o único instrumento legalmente vinculante (de cumprimento obrigatório), em que países desenvolvidos se comprometem a reduzir suas emissões de gases causadores de efeito estufa. Como ele expira em 2012 e não há um acordo para substituí-lo, discute-se que seja prorrogado, para que não haja um período sem acordo algum. ( Dennis Barbosa/ G1)
Fonte: Ambiente Brasil- 06/11
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