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sábado, 15 de janeiro de 2011

Falta de planejamento fez chuva no Brasil matar mais que na Austrália, diz especialista da ONU



A falta de “comunicação” e de um plano de emergência fez com que as fortes chuvas na Região Serrana do Rio resultassem em uma tragédia maior do que a ocorrida no estado de Queensland, na Austrália, também submersa recentemente pelas águas.

A opinião é de Margareta Wahlström, subsecretária-geral da ONU para a Redução de Riscos de Desastres.
“Por causa da ocorrência de ciclones, a Austrália já tinha começado a se preparar para o imprevisível. As autoridades sabem como evacuar as áreas, e a população escuta as orientações pelo rádio”, explicou à BBC Brasil.
No país da Oceania, inundações em três quartos do estado de Queensland haviam provocado pelo menos 13 mortes até a última quarta-feira. Na serra fluminense, o saldo de mortos já passa de 500.

Para Wahlström, o Brasil poderia ter evitado mortes se tivesse planos de emergência eficazes. Ela cita como exemplo iniciativas de outros países em desenvolvimento, como a Indonésia, que, “apesar de ser uma nação pobre, tem planos de evacuação diante de ameaças de terremoto e de erupção de vulcão, por exemplo”. “São iniciativas que salvam vidas”, diz ela.

Monitorar as áreas de risco e montar um sistema de alerta – com a designação de um líder para orientar a população e a criação de abrigos pré-definidos para receber moradores – são medidas consideradas básicas por Wahlström para evitar mortes como as ocorridas em Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo.
 
“As pessoas precisam saber para onde ir e como ir, qual seria o caminho mais seguro. Uma solução comum são centros comunitários preparados para receber a população”, afirmou à BBC Brasil.
Wahlström tem mais de 25 anos de experiência em gestão de catástrofes e coordenou, pelas Nações Unidas, a assistência às comunidades atingidas pelo tsunami de 2004 na Ásia.

Em 2010, viu de perto no Rio de Janeiro as consequências da chuva no início do ano. No mês passado, esteve em Queensland, no local que está sendo assolado pelas enchentes.

“No Brasil, ainda há muito a ser feito em termos de planejamento urbano. Os governos têm que trabalhar com a população e realmente proibir construções em áreas de risco. Muitas regulamentações existem, o problema é que nem sempre são cumpridas”, disse a subsecretária-geral da ONU para a Redução de Riscos de Desastres.

Segundo Wahlström, os desastres naturais nos últimos dez anos provocaram prejuízos de quase US$ 1 trilhão na economia global. São perdas que poderiam ser em grande parte evitadas.

Um estudo citado pela representante da ONU aponta que, para cada US$ 1 investido em prevenção, é possível economizar pelo menos US$ 7 em resgates e reconstrução.

“Não é necessário sofrer assim. Há uma escolha (a ser feita), e a escolha é planejar. O número de desastres vai continuar crescendo, e todo investimento em planejamento é um bom investimento”, opinou. (G1)

Fonte: Ambiente Brasil,15/1/11

2 comentários:

  1. Acho que nem precisa ser especialista pra falar isso aí, Érica... é muita ignorância e falta de vontade, deus...!

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  2. Olá Érica

    Vou transcrever uma parte de um comentário que fiz no meu blogue, pois acho que tem a ver com a matéria:

    "Estou convencida que o planeamento que se faz agora é melhor que o de há umas décadas. No entanto ainda tem muito a melhorar, sobretudo nos aspectos de que fala o Arq. Gonçalo Ribeiro Telles: os espaços verdes das cidades como parte principal e fundamental da cidade, quer para a vivência, para a economia e abastecimento alimentar, como também para a própria saúde da cidade. Mas ainda se pensa muito em espaços verdes como "o que sobra" da urbanização, infelizmente.

    Mas agora o planeamento não chega:
    Talvez há algumas 4 a 5 décadas não fosse previsível a alteração do clima que já ocorre há uns anos, e que cada vez será pior.
    Agora é preciso, é urgente que as autoridades tomem medidas sérias para prevenir mais desastres, ou pelo menos, minimizar. É preciso que tomem consciência, só que passar à acção implicará, em várias partes do mundo, não só parar a construção, como deslocar populações de zonas de risco. E todos sabemos que isso não é nada fácil, porque são as próprias pessoas que não querem mudar."

    Esperemos que os decisores políticos saibam ver que os tempos são outros... e que será preciso novas soluções para novos problemas!

    Beijinhos e bom Domingo

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Abs,
Érica Sena
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