Existem inúmeras maneiras de causar menos impacto ao meio ambiente no nosso
dia a dia.
Separar o lixo e destinar para reciclagem, gastar menos água e energia, usar
menos sacolas plásticas são ações simples já conhecidas que, aos poucos,
conquistam mais adeptos.
Mas e ao reformar a casa, por exemplo, podemos ser ecológicos? A
bioconstrução já mostra que são diversas as formas de gerar menos poluentes.
É preciso dar atenção ao entulho – procurar reaproveitar o que for possível e
o restante destinar à reciclagem. Priorizar produtos e mão-de-obra locais e
materiais sustentáveis também tornam uma obra mais “verde”, como tijolos
especiais, madeira de reflorestamento, telhas e piso reciclados.
Outra alternativa são as tintas e revestimentos ecológicos. Feitos a partir
de diferentes matérias-primas naturais, não possuem solventes e metais pesados
encontrados em pigmentos sintéticos.
O produto sustentável pode sair mais caro que o convencional, mas o
investimento compensa.
Segundo o bioconstrutor Gustavo de Souza, a pintura, além
de ecológica, tem mais qualidade e acabamento diferenciado.
- É um material atóxico e inodoro, resistente às intempéries, de longa
durabilidade, não trinca, não desbota, não descasca e quando descartado na
natureza se reintegra sem impactar negativamente – garante Gustavo, que trabalha
com construções sustentáveis.
A principal matéria-prima do produto que Gustavo utiliza é a terra, em
diferentes cores e tonalidades, extraída de jazidas certificadas. A produção do
pigmento é um processo físico, sem emissões tóxicas e com baixo consumo de
energia.
A tinta é a base d’água, não forma película sintética e possui uma porosidade
que deixa a parede “respirar”, ou seja, permite a troca de calor entre os
ambientes.
A temperatura dos cômodos fica mais agradável e, consequentemente, o consumo
de energia com refrigeradores de ar diminui.
O produto pode ser aplicado na parte interna ou externa das construções, em
superfícies de alvenaria, madeira, metal, plástico e gesso. O rendimento é de,
pelo menos, 1 litro/m² com duas demãos acabadas.
- A tinta funciona como uma pasta de acabamento, sendo assim dispensa massa
corrida ou fundos preparatórios, exceto quando aplicada sobre gesso, gerando
economia no custo final por metro quadrado – afirma Gustavo.
Existem também outros tipos de tinta natural, feitos de cal, caseína,
minerais, proteínas, óleos e frutas (veja exemplos abaixo).
A segurança para quem pinta é outro benefício dos pigmentos ecológicos, já
que não possuem compostos orgânicos voláteis (COVs).
Os COVs são substâncias poluentes derivadas do petróleo que agridem a camada
de ozônio e a saúde dos seres humanos, pois são cancerígenos.
As tintas ecológicas também são isentas de conservantes e, por isso, têm
prazo de validade menor que as convencionais. A secagem da pintura sustentável
demora um pouco mais, pois não há substâncias químicas no produto que aceleram a
secagem.
As sobras de tinta natural podem ser descartadas junto com o lixo orgânico.
Já os pigmentos à base de solventes são tóxicos e precisam de tratamento
especial.
Com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, em vigor desde 23 de dezembro de
2010, as lojas revendedoras são obrigadas a coletar os recipientes e destiná-los
para descontaminação e reciclagem.
Com tantas opções sustentáveis de uso e descarte, é possível não deixar
“manchas” no meio ambiente ao colorir a sua obra.
- O custo benefício, qualidade e características fazem com que a tinta
ecológica seja uma das mais baratas se levarmos em conta o preço que toda a
sociedade paga junto com o desajuste do clima e o aquecimento global. Os
impactos gerados pelo modelo convencional de construção onera toda a sociedade
com um preço que já está sendo pago e ainda ficará para as futuras gerações –
defende Gustavo de Souza, adepto da bioconstrução.
Tipos de pigmentos naturais (fonte: Atitude Sustentável)
Tinta de caseína: é a mistura da caseína – uma proteína do leite – com
pigmentos. O acabamento é uniforme e é utilizada para paredes internas e móveis.
A mistura pode inclusive ser feita em casa.
Tintas de cal: feitas com cal e pigmentos naturais, dão uma aparência leve e
antiga nas paredes internas e externas.
Tintas naturais ou orgânicas: são feitas com extratos vegetais e minerais
misturados com óleos e resinas naturais. Podem ser feitas em casa com frutas ou
verduras.
Tintas livres de COVs: quase idênticas às tintas comuns, ainda são mais caras
que as tintas convencionais.
Tintas minerais: feitas de materias minerais, não contém substâncias tóxicas.
Ela deve ser diluída em água antes do uso. Pode ser encontrada na Idhea.Danuza Mattiazzi, do Vida
Orgânica (EcoDebate)
Érica, seu blogue (e você) está imparável.
ResponderExcluirLá no meu blogue, no post sobre Reciclagem de radiografias foi uma pessoa de SP, Cleide, perguntando sobre a reciclagem de radiografias em São Paulo e eu encaminhei-a para si e para o Pensar Eco.
Beijinhos e boa semana
Olá, toda a postagem é super interessante, vou copiar, mas, essa parte me chamou a atenção: "Com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, em vigor desde 23 de dezembro de 2010, as lojas revendedoras são obrigadas a coletar os recipientes e destiná-los para descontaminação e reciclagem." Não sabia!
ResponderExcluirVou aproveitar e olhar também a parte de como reciclar radiografias, fora devolver ao hospital, não sei de outra saída, vou lá no blog ver!
Beijo e adorei tudo!!!
PS: Tem endereços de locais no Rio onde encontre essa tinta? Não é tão fácil assim. Estou com obra e uso tinta a base de água, mas, não creio que sejam totalmente sustentáveis.
Obrigada Manuela e Lola pelo cometário, pelo carinho.
ResponderExcluirLola, não sei onde vende não.
Eco bjs,
Érica Sena