Pesquisa
da organização não governamental (ONG) SOS Mata Atlântica mostra que as fontes
de água no país estão cada vez mais poluídas e que, diante disso, a saúde da
população corre risco. Ao analisar amostras de 43 corpos d’água, em 12 estados e
no Distrito Federal, a ONG verificou que nenhuma amostra foi considerada boa ou
ótima.
As análises foram feitas ao longo de 2010. Com base em parâmetros definidos
pelo Ministério do Meio Ambiente, o estudo revela que em 70% das coletas feitas
em rios, córregos, lagos e outros corpos hídricos, a qualidade da água foi
considerada regular. Em 25%, a qualidade era ruim e em 5%, péssima.
Em visitas a pontos de educação ambiental da ONG, foi avaliada a qualidade da
água para consumo e concluiu-se que as águas precisam de tratamento para
qualquer uso, seja para o consumo ou para indústria. Nos locais visitados,
também foi constado que o principal agente de poluição é o esgoto doméstico.
Indicadores da falta de saneamento básico, como a presença coliformes, larvas
e vermes, lixo e baixa quantidade de oxigênio na água, além de dez propriedades
físico-químicas foram testadas pela ONG. Das 43 coletas analisadas, o pior
resultado foi a do Rio Verruga, em Vitória da Conquista (BA), e a do Lago da
Quinta da Boa Vista, no Rio.
Em condição um pouco melhor, mas ainda considerada regular e,
consequentemente imprópria para consumo, estavam as amostras coletadas no Rio
Doce, no município de Linhares (ES), e na Lagoa de Maracajá, em Lagoa dos Gatos
(PE)
.
“A poluição está muito mais vinculada à emissão de efluentes domésticos que
industriais, ultimamente”, disse o geógrafo do projeto, Vinicius Madazio. “É um
problema porque 60% dos brasileiros vivem na [região de] Mata Atlântica”,
completou, reivindicando que as políticas públicas de saneamento básico sejam
prioridade do governo e da sociedade.
A qualidade da água é um das preocupações da Organização das Nações Unidas
(ONU), que declarou o período entre 2005 e 2015 a década internacional Água para
Vida. Em 2006, a instituição estimou que 1,6 milhão de pessoas, principalmente
crianças menores de cinco anos, morram anualmente por causa de doenças
transmitidas pela água.
Procurados, o Ministério do Meio Ambiente e a Agência Nacional de Águas (ANA)
não comentaram a pesquisa (Agência Brasil)
FONTE: Mercado Ético,1001
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Érica Sena
Pensar Eco