O 
movimento provocado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) no sentido de reduzir 
o uso de sacolas plásticas tem provocado uma corrida para se encontrar uma 
solução adequada.
A 
questão não pode ser vista apenas pelo lado ambiental. É importante que sejam 
adotados outros mecanismos para uma visão mais holística do 
problema.
Neste 
momento, no afã de se encontrar soluções, redes de varejo já estão apresentando 
alternativas que não atendem aos importantes objetivos do MMA. Pelo menos três 
ações foram divulgadas nos últimos dias. A primeira se refere a produção de 
sacolas plásticas feitas a partir de cana-de-açúcar. A segunda, as chamadas 
oxo-biodegradáveis e a terceira as chamadas “ecobags” 
retornáveis.
O 
problema das sacolas plásticas feitas a partir de matéria prima oriunda da 
cana-de-açúcar é que, para os efeitos desejados do MMA não há diferença entre 
ela e a manufaturada a partir de insumos vindo do petróleo, isto é, os impactos 
negativos nas cidades, nos lixões e aterros são, exatamente, os mesmos. Não 
interessa se foi produzido a partir de matéria renovável, o importante é o 
impacto final. Para entender melhor, imagine um assassino que matou uma pessoa 
com um pedaço de madeira e foi alegar em sua defesa que a madeira provinha de 
origem absolutamente legal. Resumindo, o que importa são os impactos sobre as 
pessoas e o meio ambiente. Sacos e sacolas plásticas descartáveis feitas de 
materiais renováveis, reciclados ou reutilizados podem não apresentar, para este 
caso, o benefício de menor impacto ambiental esperado se não forem 
biodegradáveis, segundo norma aceita, tecnicamente, pela comunidade 
científica.
Sobre 
as sacolas plásticas descartáveis ditas oxo-biodegradáveis, não há comprovação 
científica de que causam menores impactos que as produzidas sem o aditivo. O que 
se sabe é que se decompõe mais rápido, mas seus impactos sobre o meio ambiente 
ainda não estão comprovados como sendo menores que o proveniente da decomposição 
em centenas de anos das sacolas plásticas convencionais. Uma das perguntas que 
se faz é: seria melhor esperar 400 anos para que nesse meio tempo se encontrasse 
uma tecnologia adequada ou forçar uma rápida decomposição sem conhecer suas 
consequências? 
Mais informações sobre essa questão podem ser encontradas em http://www.selosustentax.com.br/pdf/guia_sustentax.pdf
  
Mais informações sobre essa questão podem ser encontradas em http://www.selosustentax.com.br/pdf/guia_sustentax.pdf
A 
terceira solução que o varejo tem encontrado é estimular o oferecimento das 
chamadas sacolas retornáveis. A questão aqui é que na ganância do lucro 
irresponsável várias redes de varejos e sites de ecoprodutos  na internet têm 
oferecido essas sacolas feitas em países asiáticos sabidamente de legislações 
socioambientais frouxas. Assim, se essas lojas estão buscando atender a uma 
solicitação do MMA para que haja uma redução do impacto ambiental estão, de 
outro lado, estimulando o desemprego em nosso país e importando, muito 
possivelmente, trabalho quase escravo, infantil e processos industriais nada 
ambientalmente responsáveis.
Recente 
estudo realizado pela Fundação Espaço Eco (BASF) com apoio do AKATU e Braskem 
concluiu que ainda não existe uma solução completa para o problema da 
substituição das sacolas plásticas.
A melhor opção de sacola para utilização no varejo, segundo o estudo, depende do cenário em que ela é utilizada, podendo variar segundo o volume de compras, o número de idas ao supermercado e a frequência de descarte do lixo. De um lado, “sacolas descartáveis de plástico apresentaram melhor ecoeficiência nas situações que os consumidores têm menor volume de compras, maior frequência de ida ao supermercado e uma frequência de descarte de lixo maior, que garanta o reuso das sacolas plásticas para o descarte desse lixo. Por outro lado, sacolas retornáveis de tecido ou de plástico apresentaram melhor ecoeficiência nas situações em que os consumidores têm maior volume de compras, menor frequência de ida ao supermercado e uma frequência de descarte de lixo menor, com baixa compra de sacos para condicionar o lixo”, afirma Sonia Chapman, diretora-presidente da Fundação Espaço ECO.
A melhor opção de sacola para utilização no varejo, segundo o estudo, depende do cenário em que ela é utilizada, podendo variar segundo o volume de compras, o número de idas ao supermercado e a frequência de descarte do lixo. De um lado, “sacolas descartáveis de plástico apresentaram melhor ecoeficiência nas situações que os consumidores têm menor volume de compras, maior frequência de ida ao supermercado e uma frequência de descarte de lixo maior, que garanta o reuso das sacolas plásticas para o descarte desse lixo. Por outro lado, sacolas retornáveis de tecido ou de plástico apresentaram melhor ecoeficiência nas situações em que os consumidores têm maior volume de compras, menor frequência de ida ao supermercado e uma frequência de descarte de lixo menor, com baixa compra de sacos para condicionar o lixo”, afirma Sonia Chapman, diretora-presidente da Fundação Espaço ECO.
Certamente, 
o estudo ainda vai gerar bastante discussão sobre as hipóteses realizadas 
especialmente no que se refere a impactos sociais e ambientais sobre o 
escoamento de águas pluviais nas cidades (bueiros, galerias 
etc..).
De 
todo modo, é sempre bom ter em mente que sustentabilidade no negócio do varejo 
se faz com geração de lucro de forma ética e responsável para com a sociedade. É 
preciso que haja um pacto entre o comércio e a indústria para que preservemos os 
legítimos interesses de cada segmento. A depredação da indústria de sacolas 
plásticas levando ao desemprego e a menor renda da nossa população, pela 
importação de produtos elaborados de forma irresponsável, segundo nossos 
valores, não interessa à nação
.
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Newton 
Figueiredo é 
fundador e presidente do Grupo SustentaX que desenvolve, de forma integrada, o 
conceito de sustentabilidade ajudando as corporações a terem seus negócios mais 
competitivos e sustentáveis, identificando para os consumidores produtos e 
serviços sustentáveis e desenvolvendo projetos de sustentabilidade para 
empreendimentos imobiliários. Mais informações: 
www.GrupoSustentaX.com.br
Janaína S. e 
Silva
Assessora de 
Relações Institucionais
Grupo SustentaX - 
www.GrupoSustentaX.com.br
Realmente esse assunto é complexo e de difícil resolução. Ótimo artigo do Newton da Sustentax!
Érica Sena
