O futuro diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), José Graziano
da Silva, disse que a necessidade de aumentar a produção agrícola para
alimentar a crescente população mundial pressionará a busca por recursos
naturais, principalmente pela água. Graziano assume o posto no primeiro
semestre de 2012.
“A água se tornou o maior entrave à expansão da produção [de comida],
especialmente em algumas áreas como a região andina, na América do Sul,
e os países da África Subsaariana”, disse Graziano, que atualmente é
diretor da FAO para a América Latina e foi ministro de Segurança
Alimentar e Combate à Fome no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, responsável pela implementação do Programa Fome Zero.
Segundo Graziano, apesar da pressão sobre os recursos naturais, é
possível pôr fim à fome no mundo por meio de quatro ações principais:
- a aplicação de tecnologias modernas na lavoura (muitas já disponíveis),
- a criação de uma rede de proteção social para populações mais vulneráveis,
- a recuperação de produtos locais,
- mudanças nos padrões de consumo em países ricos.
“Se pudéssemos mudar o padrão de consumo em países desenvolvidos,
haveria comida para todos”, disse o futuro diretor-geral da FAO.
“Desperdiçamos muita comida hoje não só na produção, mas também no
transporte e no consumo”.Segundo Graziano, enquanto a comida é mal
aproveitada em nações ricas, cerca de 1 bilhão de pessoas passam fome em
países emergentes.
“Precisamos assegurar que esse 1 bilhão de pessoas sejam alimentadas,
que tenham bons empregos, bons salários e, se não pudermos dar-lhes
empregos, encontrar uma forma de proteção social para eles.”
Graziano ressaltou ainda que que programas de transferência de renda,
como o Bolsa Família no Brasil, atendem cerca de 120 milhões de pessoas
na América Latina, ajudando a combater os índices de fome na região.
Para ele, o ideal é ampliar essas ações para outros países afetados pela
falta de alimentos, especialmente na África.
O futuro diretor-geral da FAO disse também que o estímulo à produção
de alimentos tradicionais ajuda a diversificar a fonte de alimentos.
“Hoje caminhamos para ter poucos produtos responsáveis pela alimentação
de quase 7 bilhões de pessoas. Precisamos diversificar essa fonte, criar
maior variabilidade.”
Segundo ele, a prioridade dada a alimentos cotados em mercados
internacionais tem feito com que a América Latina, por exemplo, venha
perdendo a capacidade de produzir feijão – um alimento tradicional
altamente nutritivo, produzido a um custo baixo.(Agência Brasil)
Fonte: Mercado Ético, 28/10
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Érica Sena
Pensar Eco