Conferência sobre meio ambiente poderá acabar com Protocolo de Kyoto ao não obter avanços acerca dos principais pontos econômicos
Rogan Ward/ Reuters
A
17ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre
Mudança do Clima (COP-17), que acontece entre os dias 28 de novembro e 9
de dezembro, na cidade de Durban, na África do Sul, tem como objetivo
criar novos mecanismos para a renovação do Protocolo de Kyoto que possui
documento válido até o próximo ano.
Em última reunião realizada no Panamá,
entre os dias 1º e 7 de outubro, para fomentar um esboço do que será
discutido em Durban, pouco foi estabelecido, visto a falta de consenso
na mesa de debates. Os 190 países, representados pelos seus respectivos
diplomatas, em conjunto com ONGs e o setor privado, fizeram o que chamam
de side events, espécie de atividades relacionadas com a discussão central da reunião.
Na ocasião, a secretária executiva de
mudanças climáticas da ONU, Cristina Figueres, declarou ser uma
oportunidade para os países chegarem a uma alternativa com relação ao
Protocolo de Kyoto. "Está ao alcance de todos fazer com que o fórum
sobre mudança climática represente um novo capítulo no regime climático
mundial, com a implementação de medidas para reduzir as emissões de
CO2", declarou Cristina na abertura da reunião.
Para os especialistas, dificilmente a
COP-17 terá algum êxito no que diz respeito a novas diretrizes e
estabelecimento das mesmas ao Protocolo de Kyoto. Isso se deve a
diversos fatores, o primeiro, sendo o mais pernicioso, é a crise
financeira mundial, que desde 2008 assola os países de primeiro mundo;
em segundo o problema insere-se na dinâmica reducionista do Protocolo de
Kyoto, que também é pouco valorizado, visto a desistência já divulgada
de países como Japão, Rússia e Canadá, além do fato dos EUA informar
que, nesse momento de crise, não há possibilidadede de estabelecer
metas de redução de gases do efeito estufa.
Novo Protocolo de Kyoto
A segunda rodada do Protocolo de Kyoto
poderá sofrer com a desistência de países de primeiro mundo, tornando o
debate com relação aos impactos ao meio ambiente através do efeito
estufa, insolúvel, incitando menor comprometimento dos países.
Entretanto, no que diz respeito ao uso de Mecanismo de Desenvolvimento
Limpo (MDL), este não poderá ser usufruído, caso o país esteja fora do
acordo de Kyoto. Esse e outros detalhes fazem com que diversos países,
principalmente europeus, continuem com o acordo.
Alguns percalços devem ser sanados para
que o segundo período do Protocolo de Kyoto seja firmado de forma
precisa e concisa. O caso do financiamento abrange as maiores
discussões, ao não conseguir, durante esses vinte anos do Protocolo,
obter uma solução viável da origem do dinheiro que irá ser destinado aos
mecanismos de redução de gases do efeito estufa. O que se tem percebido
nesse período são as manobras depreciativas dos países na obtenção de
recursos financeiros através das mudanças climáticas.
É o que explica a docente da área
ambiental do Centro Universitário Sant´Anna, Alessandra Carvalho.
Segundo ela, a crise financeira é utilizada como empecilho na criação de
mecanismos para a efetivação do Protocolo de Kyoto. “No que tange aos
obstáculos, percebo que a atual crise, no cenário econômico de diversos
países que compactuam do Protocolo, tem sido utilizada nos discursos
como fator impeditivo para manutenção do Protocolo, uma vez que os
países têm demandas financeiras mais urgentes, o que lhes impediria de
aportar investimentos para cumprimento das metas do referido Protocolo”,
argumenta.
Tanto as Reduções de Emissão do
Desmatamento e da Degradação Florestal (REDD) e o MDL são exemplos da
utilização errada de países com relação aos mecanismos criados a partir
do Protocolo de Kyoto. No primeiro caso, existe uma crítica no quesito
de estimulação ao mercado financeiro de carbono, atrelado muitas vezes
ao MDL, onde países, como a Inglaterra, compram crédito das siderúrgicas
brasileiras que não estão emitindo tanto gás.
Não muito diferente do que ocorreu em
Copenhague, os movimentos sociais atuarão de forma que faça os membros
da reunião refletirem e discutirem efusivamente, conquistando os
proventos necessários para a continuação do Protocolo de Kyoto. Contudo,
as denúncias de lobby de ONGs, em Copenhague, fez com que os
movimentos sofressem penosas críticas durante a reunião, inclusive das
pessoas que estavam nas ruas, protestando contra os rumos tomados pelos
países. Durante dois dias, mais de 50 mil pessoas foram às ruas na
capital dinamarquesa, manifestar contra o que estava sendo firmado.
Para a bióloga, Érica Sena, a existência
do Protocolo de Kyoto é necessário, porém com todos os países
envolvidos. “A intenção [do Protocolo de Kyoto] foi boa, mas, com a não
participação das grandes potências poluidoras, não alcançou o resultado
que deveria, isto é, as emissões de gases de efeito estufa não foram
reduzidas como deveriam. Isso mostra que a preocupação em diminuir as
emissões não é maior do que o desenvolvimento a qualquer custo. Mesmo
com tantos problemas e frustrações, temos que ter esperança que o
Protocolo de Kyoto continue a existir, mas com comprometimento de todos
os países em reduzir as emissões desses gases, evitando maiores
alterações climáticas”, conclui.
Fonte: O Estado RJ- 29/11
Obridada Rômulo pelo convite para participar da sua matéria!!
Sucesso!!
Érica Sena
Olá Érica querida...
ResponderExcluirEntão? Pensei que já tinhas ganho juízo e deixado de seguir este BANDO de Fuinhas...
Mas pronto... ainda pensas que eles estão a fazer o que fazem para bem da espécie...
Bjhs