quarta-feira, 30 de novembro de 2011

COP-17 poderá ser inviabilizada por divergências

 

 

Conferência sobre meio ambiente poderá acabar com Protocolo de Kyoto ao não obter avanços acerca dos principais pontos econômicos
Rogan Ward/ Reuters
A 17ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-17), que acontece entre os dias 28 de novembro e 9 de dezembro, na cidade de Durban, na África do Sul, tem como objetivo criar novos mecanismos para a renovação do Protocolo de Kyoto que possui documento válido até o próximo ano.

Em última reunião realizada no Panamá, entre os dias 1º e 7 de outubro, para fomentar um esboço do que será discutido em Durban, pouco foi estabelecido, visto a falta de consenso na mesa de debates. Os 190 países, representados pelos seus respectivos diplomatas, em conjunto com ONGs e o setor privado, fizeram o que chamam de side events, espécie de atividades relacionadas com a discussão central da reunião.

Na ocasião, a secretária executiva de mudanças climáticas da ONU, Cristina Figueres, declarou ser uma oportunidade para os países chegarem a uma alternativa com relação ao Protocolo de Kyoto. "Está ao alcance de todos fazer com que o fórum sobre mudança climática represente um novo capítulo no regime climático mundial, com a implementação de medidas para reduzir as emissões de CO2", declarou Cristina na abertura da reunião.

Para os especialistas, dificilmente a COP-17 terá algum êxito no que diz respeito a novas diretrizes e estabelecimento das mesmas ao Protocolo de Kyoto. Isso se deve a diversos fatores, o primeiro, sendo o mais pernicioso, é a crise financeira mundial, que desde 2008 assola os países de primeiro mundo; em segundo o problema insere-se na dinâmica reducionista do Protocolo de Kyoto, que também é pouco valorizado, visto a desistência já divulgada de países como Japão, Rússia e Canadá, além do fato dos EUA informar que, nesse momento de crise, não há possibilidadede de estabelecer metas de redução de gases do efeito estufa.

Novo Protocolo de Kyoto

A segunda rodada do Protocolo de Kyoto poderá sofrer com a desistência de países de primeiro mundo, tornando o debate com relação aos impactos ao meio ambiente através do efeito estufa, insolúvel, incitando menor comprometimento dos países. Entretanto, no que diz respeito ao uso de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), este não poderá ser usufruído, caso o país esteja fora do acordo de Kyoto. Esse e outros detalhes fazem com que diversos países, principalmente europeus, continuem com o acordo.

Alguns percalços devem ser sanados para que o segundo período do Protocolo de Kyoto seja firmado de forma precisa e concisa. O caso do financiamento abrange as maiores discussões, ao não conseguir, durante esses vinte anos do Protocolo, obter uma solução viável da origem do dinheiro que irá ser destinado aos mecanismos de redução de gases do efeito estufa. O que se tem percebido nesse período são as manobras depreciativas dos países na obtenção de recursos financeiros através das mudanças climáticas.

É o que explica a docente da área ambiental do Centro Universitário Sant´Anna, Alessandra Carvalho. Segundo ela, a crise financeira é utilizada como empecilho na criação de mecanismos para a efetivação do Protocolo de Kyoto. “No que tange aos obstáculos, percebo que a atual crise, no cenário econômico de diversos países que compactuam do Protocolo, tem sido utilizada nos discursos como fator impeditivo para manutenção do Protocolo, uma vez que os países têm demandas financeiras mais urgentes, o que lhes impediria de aportar investimentos para cumprimento das metas do referido Protocolo”, argumenta.

Tanto as Reduções de Emissão do Desmatamento e da Degradação Florestal (REDD) e o MDL são exemplos da utilização errada de países com relação aos mecanismos criados a partir do Protocolo de Kyoto. No primeiro caso, existe uma crítica no quesito de estimulação ao mercado financeiro de carbono, atrelado muitas vezes ao MDL, onde países, como a Inglaterra, compram crédito das siderúrgicas brasileiras que não estão emitindo tanto gás.

Não muito diferente do que ocorreu em Copenhague, os movimentos sociais atuarão de forma que faça os membros da reunião refletirem e discutirem efusivamente, conquistando os proventos necessários para a continuação do Protocolo de Kyoto. Contudo, as denúncias de lobby de ONGs, em Copenhague, fez com que os movimentos sofressem penosas críticas durante a reunião, inclusive das pessoas que estavam nas ruas, protestando contra os rumos tomados pelos países. Durante dois dias, mais de 50 mil pessoas foram às ruas na capital dinamarquesa, manifestar contra o que estava sendo firmado.

Para a bióloga, Érica Sena, a existência do Protocolo de Kyoto é necessário, porém com todos os países envolvidos. “A intenção [do Protocolo de Kyoto] foi boa, mas, com a não participação das grandes potências poluidoras, não alcançou o resultado que deveria, isto é, as emissões de gases de efeito estufa não foram reduzidas como deveriam. Isso mostra que a preocupação em diminuir as emissões não é maior do que o desenvolvimento a qualquer custo. Mesmo com tantos problemas e frustrações, temos que ter esperança que o Protocolo de Kyoto continue a existir, mas com comprometimento de todos os países em reduzir as emissões desses gases, evitando maiores alterações climáticas”, conclui.


Fonte: O Estado RJ- 29/11
Obridada Rômulo pelo convite para participar da sua matéria!!
Sucesso!!
Érica Sena

Um comentário:

  1. Olá Érica querida...

    Então? Pensei que já tinhas ganho juízo e deixado de seguir este BANDO de Fuinhas...

    Mas pronto... ainda pensas que eles estão a fazer o que fazem para bem da espécie...

    Bjhs

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