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domingo, 2 de setembro de 2012

Bambu: " pau pra toda obra"

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Leia a matéria feita sobre o uso do bambu e sobre o trabalho de Paulo Bustamante feito pelo site Ecofidelidade.
Érica Sena


Há milênios o bambu é conhecido e utilizado no oriente para as mais diversas funções do cotidiano: estruturas de casas, paredes, telhas, portas e janelas, mobiliário, utensílios de cozinha, objetos de decoração, cercas, pontes, irrigação, drenos, embarcações, contenção de encostas. Chegam a compor mais de 2.000 itens em bambu.
Sítios arqueológicos no Equador mostram que o bambu é utilizado há cerca de cinco mil anos na América do Sul, primeiramente pelos indígenas.
Em países como o Equador, Colômbia e Costa Rica, onde a pesquisa e utilização do bambu já estão bastante avançadas, existem até programas de habitações populares em bambu. Além disso, existem construções monumentais, com telhados ousadíssimos que chegam a ter 8 metros em balanço (sem pilares nas pontas), e pontes com 40 metros de vão livre.
Construções centenárias feitas inteiramente de bambu comprovam a sua durabilidade, mas para atingir essa qualidade é necessário o manuseio e o tratamento adequado das varas.
Um apaixonado pelo bambu
Paulo Bustamante é um apaixonado pelo Bambu, cresceu no interior de Minas Gerais vendo o seu avô plantando Bambu em suas terras e dizendo aos vizinhos "estou deixando um tesouro para os meus descendentes".
Após os seus primeiros contatos com o bambu e algumas experiências com tratamentos químicos, Bustamante optou por pesquisar alternativas saudáveis de tratamento e iniciou uma série de testes com fogo direto, cozimento, fritura, defumação etc.
Assim, foi aliando o conhecimento obtido por acadêmicos e pesquisadores, sem deixar de lado o conhecimento empírico do homem do campo.
As conclusões obtidas ao longo dos anos mostram que a manutenção adequada do bambual ou bambuzal, a colheita na época certa e a extração da maneira correta e na lua mais indicada, são princípios básicos para que qualquer outro tratamento tenha o máximo de efetividade.
A partir do domínio da técnica de extração e tratamento, ele iniciou o desenvolvimento de uma linha exclusiva de luminárias e peças de decoração (cadastradas no programa Ecofidelidade), compostas com base no bambu e materiais de alto padrão. 
Ele acrescenta  :
"O bambu somado a esta qualidade, temos a opção de utilizar o máximo de materiais ecologicamente corretos e adotar um design que permita aliar o resgate de atividades artesanais às exigências do mercado atual".
Além de ser o idealizador desta coleção inovadora de luminárias e peças decorativas, Paulo Bustamante ministra, com a sua equipe, cursos em comunidades rurais que tenham abundância de bambu, visando multiplicar o conhecimento adquirido e permitir que essas comunidades possam aprimorar suas técnicas para geração de renda familiar.
PROCESSO DE EXTRAÇÃO E TRATAMENTO DO BAMBU
A melhor época para colher o bambu é no período seco do ano, quando o mesmo deixa de emitir brotos e o teor de amido desce em seus níveis mais baixos.
Considerando a influência que a lua tem sobre as águas do planeta, a colheita é realizada no período da lua minguante ao começo da lua nova.
As varas maduras (com idade entre 3 e 5 anos) são selecionadas e marcadas, enquanto as ruins são removidas para melhorar a saúde da touceira.
O corte das varas é realizado durante a madrugada, quando as "bombas d'água" do bambu estão "desligadas", e consequentemente ele está com um menor teor de água. Isto ajuda a acelerar o processo de secagem e a diminuir a incidência de trincas nos bambus.
As varas cortadas são estocadas sempre á sombra até serem carregadas nos caminhões e transportadas para a oficina.
Após serem descarregados, os bambus são lavados somente com jato d'água e depois são armazenados em galpões arejados para secarem lentamente à sombra, por cerca de quatro meses.
A espécie de bambu chamada mossô, requer mais uma etapa antes da sequencia do tratamento. Ele é submetido a um processo especial de cozimento no vapor (por 7 horas) que modifica o paladar do amido presente no mesmo, repelindo assim os insetos. Este processo também atua no enrijecimento das fibras do bambu, aumentando muito sua resistência mecânica.
Após secagem, estando com um máximo de 30% de umidade, os bambus são cortados em tubos pequenos e imersos em uma solução a base de octaborato que, além de atuar como fungicida de amplo espectro, altera o ph do bambu, passando assim a repelir naturalmente os insetos. É um produto que não causa dano algum ao meio ambiente ou ao homem e que provoca um processo de mineralização do bambu (virará pedra no período de 200 à 300 anos).
Os bambus são então novamente estocados em local seco e arejado para dar continuidade no processo de secagem. Quando necessário, é utilizado uma estufa, que acelera este processo.
Terminada a secagem, os bambus são colocados em uma estufa para baixar a umidade para um máximo de 11%, o que garantirá a estabilidade da qualidade da peça final, sendo o próximo passo, o acabamento final que é realizado com quatro demãos de verniz, assim estando pronto para receber as ferragens e se transforma em lindas peças funcionais e decorativas, que são submetidas ao controle de qualidade antes de serem embaladas para comercialização.
Muito boa a matéria do Ecofidelidade, e muito interessante o trabalho do artesão Paulo Bustamante. Procurei mais sobre o seu trabalho e achei o site dele A Bambuzeira. Vale a pena conferir as peças de bambu.
Conheçam também as outras matérias do site Ecofidelidade ! Eu recomendo!
Érica Sena

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Érica Sena
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