Brigadeiro de casca de banana. Foto: Favela Orgânica / Divulgação. |
Você sabia que desperdiçamos, diariamente, em média, 39 milhões de quilos de alimentos no Brasil? Essa quantia alimentaria cerca de 19 milhões de pessoas que atualmente não têm acesso à alimentação. Os dados são da ONG Banco de Alimentos.
Já imaginou como a situação poderia ser diferente e melhor para todos se não houvesse o desperdício? Para evitar o aumento dos resíduos sólidos despejados no ambiente e o problema da fome, existem alternativas saudáveis, econômicas e saborosas elaboradas com partes de alimentos que geralmente são desprezadas pela maioria da população. Essa atitude é chamada de aproveitamento integral dos alimentos. Adotar esse costume pode contribuir significativamente para a vida de todos nós.
Com o aproveitamento dos alimentos, você pode fazer desde bolo de cascas de maracujá e de banana, petiscos, à pastas de talo de agrião com requeijão e sanduíches de couve com queijo, entre muitas outras receitas!
Veja algumas receitas de aproveitamento integral dos alimentos (via ONG Banco de Alimentos)!
Salpicão de casca de melancia. Foto: Favela Orgânica / Divulgação.
A prática
De acordo com a nutricionista Fernanda Streit, as sementes, cascas, folhas e talos dos alimentos possuem alto valor nutritivo e são ricos em fibras, vitaminas (especialmente A e C) e minerais, como o ferro e potássio, entre outros nutrientes.
“O aproveitamento integral dos alimentos é de fundamental importância para a saúde do ser humano. Ele favorece uma alimentação rica em nutrientes essenciais e, consequentemente, o alcance das recomendações nutricionais diárias e redução da fome oculta, conhecida popularmente como a deficiência de micronutrientes. Dessa forma, o aproveitamento integral de alimentos contribui para o alcance nutricional de períodos fisiológicos de elevada demanda nutricional, como a gestação, a lactação e o crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes. Além disso, auxilia na prevenção e no tratamento de doenças como o diabetes mellitus, a hipertensão arterial sistêmica, a obesidade, entre outros”, afirmou a nutricionista.
Entre os alimentos de elevado valor nutritivo, que podem ser aproveitados integralmente, a nutricionista destaca: as folhas de cenoura, beterraba, batata doce, nabo, couve-flor, abóbora e rabanete; as cascas da batata inglesa, banana, tangerina, laranja, mamão, pepino, maçã, abacaxi, berinjela, beterraba, melão, maracujá, goiaba, manga e abóbora; os talos de couve-flor, brócolis e beterraba; e, por último, as sementes de abóbora, melão e jaca.
Antes de aproveitar os alimentos, Fernanda Streit enfatizou a importância da higienizaçãopara evitar doenças como cólera, botulismo e febre tifóide. Confira o passo a passo:
- Selecionar e desprezar as partes danificadas dos alimentos;
- Lavá-los em água corrente;
- Colocar de molho em solução clorada por 15 minutos (verificar a quantidade da solução conforme a instrução do fabricante);
- Enxaguar, um por um, em água corrente e deixar escorrer em escorredor apropriado.
Atenção: o vinagre não é eficiente para higienização das frutas e hortaliças.
Alcance
Regina Tchelly durante uma de suas oficinas do Favela Orgânica. Foto: Favela Orgânica / Divulgação.
A empreendedora e cozinheira profissional Regina Tchelly, a partir dos conhecimentos deaproveitamento de alimentos que aplicou durante boa parte de sua vida, criou a iniciativa Favela Orgânica, localizada na comunidade Babilônia, no Rio de Janeiro. “Eu sempre aproveitei e sempre tive vontade de ser uma cozinheira diferente, que pudesse interagir com as pessoas e fazer com que elas pudessem resgatar a vontade de cozinhar e de aproveitar integralmente os alimentos”, disse.
O projeto começou em sua própria casa. Com um ano e cinco meses, é muito bem recebido pela comunidade e já alcançou o asfalto. O Favela Orgânica busca compartilhar com toda a sociedade os conhecimentos nas áreas de aproveitamento total do alimento, permacultura, consumo e desperdício, nutrição, gastronomia alternativa, produção de horta urbana e integração com outros projetos que compartilham dos mesmos valores.
Leia a entrevista feita pelo Instituto Brookfield com a empreendedora e cozinheira profissional Regina Tchelly
Fonte: Instituto Brookfield
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Érica Sena
Pensar Eco