domingo, 7 de abril de 2013

Curiosidade: A trajetória da energia elétrica até chegar a nossa casa



Veja o caminho que a energia elétrica percorre das usinas às residências

Eletricidade não pode ser armazenada, por isso, é produzida e consumida em tempo real e simultaneamente. Saiba como esse sistema é planejado

Para chegar até a casa das famílias brasileiras, a energia elétrica percorre um longo caminho. 

Das unidades de geração – como as usinas hidroelétricas -, a energia passa por linhas de transmissão até chegar às subestações nas cidades, de onde é divida e enviada pelas as redes de distribuição para ser consumida em residências, escritórios, indústrias e iluminação pública, dentre outros. No entanto, esse sistema não é tão simples quanto parece.

“A energia produzida por uma unidade geradora não pode ser armazenada como o petróleo que é extraído nas profundezas do mar”, explica o Professor Nivalde de Castro, coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (GESEL), da UFRJ. 

"A energia elétrica é um fluxo constante, contínuo e imediato. Por conta disso, é necessário planejar de forma muito precisa a quantidade de energia que será consumida em cada região, em cada cidade, em cada bairro para saber o quanto será preciso produzir”, explica. 

Esse planejamento é feito e executado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Para tanto, o ONS controla e coordena o Sistema Interligado Nacional (SIN), formado por empresas de geração, transmissão e distribuição de energia no país

De acordo com Castro, essas atividades foram economicamente segmentadas pelo modelo brasileiro de privatização implantado anos 1990, e há muitas empresas especializadas para cada área.
 Entre as empresas geradoras de energia no Brasil, a Eletrobrás é a principal e maior do ramo. Outras empresas prestam o serviço de transmissão e, segundo o professor Nivalde, 62 empresas fazem a distribuição de energia no país, cada uma com a concessão para atuar exclusivamente em uma determinada localidade.

A questão do local, geográfica, também é um ponto importante para a instalação de uma usina hidroelétrica, por exemplo.

 No processo de construção da usina, busca-se localizar onde há potencial energético mais próximo possível dos centros urbanos para abastecê-los com a energia e evitar os investimentos em linhas de transmissão. Conforme aumenta a demanda energética, há um avanço na fronteira em busca da mais potencial energético. “Esse processo está em curso no Brasil e estamos avançando para a última fronteira, que é a Região Amazônica”, comenta.

Já as redes de transmissão são compostas por conjuntos de cabos aéreos e torres de metal espalhados pelo país. Outros elementos das redes de transmissão são os isolantes de vidro ou porcelana, importantes para sustentar os cabos e impedir descargas elétricas durante o trajeto da energia. Esse risco se dá por conta da alta tensão da energia quando sai da usina, necessária para evitar perdas no processo.

“Quando a pessoa está entrando em grandes cidades, como Rio de Janeiro e São Paulo, ela começa a perceber que passa por linhas de transmissão muito altas em determinados lugares”, explica o professor Nivalde. Dela, a energia vai para as subestações espalhadas pela cidade

“Já na subestação, por meio dos transformadores, a energia é convertida em baixa tensão, dividida e distribuída por meio da chamada rede de distribuição, que são os postes vistos na rua constantemente.”, ensina.

 Na cidade, a energia tem que ser distribuída em baixa tensão, para não danificar o sistema elétrico, nem queimar os aparelhos dos consumidores.

Este processo parece simples, mas tem uma grande complexidade e exige investimentos muito altos que são pagos por toda a sociedade, através das contas de luz”, completa.

Todo esse sistema é planejado pelo ONS e acontece em tempo real, uma vez que a energia não pode ser armazenada – exceto em bateria, o que é caroO processo de produção e consumo de energia é simultâneo.

O ONS recebe a demanda e aciona as usinas para gerar energia. 

De acordo com a Eletrobrás, o horário de pico – ou maior demanda - nos centros urbanos se dá por volta das 18 horas, quando escurece e, normalmente, as pessoas chegam do trabalho acendendo as luzes e ligando vários aparelhos eletrodomésticos em suas residências
Outros fatores para o maior consumo de energia elétrica variam de acordo com, por exemplo, a estação do ano, a região do país – dependendo do nível de luminosidade e do clima – e o horário de verão – quando ocorre maior aproveitamento de luz natural.

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Érica Sena
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