Papa Francisco se reuniu ontem (21) com prefeitos de várias cidades do mundo para falar sobre os problemas ambientais que ameaçam o planeta. |
O papa Francisco recebeu ontem (21), no Vaticano, cerca de 70 prefeitos de várias cidades do mundo e pediu que as autoridades tenham consciência do problema da destruição do planeta que está sendo levado adiante por todos os homens.
“Por que estou apelando aos prefeitos? Porque a consciência sobre a defesa do meio ambiente implica um trabalho que comece pelas periferias e caminhe em direção ao centro, até a consciência da humanidade", explicou o pontífice.
Os prefeitos de Belo Horizonte, Márcio Lacerda; de São Paulo, Fernando Haddad; do Rio de Janeiro, Eduardo Paes; de Salvador, Antonio Carlos Magalhães Neto; de Curitiba, Gustavo Fruet; e de Porto Alegre, José Fortunati, participaram do evento, promovido pela Academia Pontifícia das Ciências e das Ciências Sociais, que debateu, além dos problemas climáticos, os temas da escravidão e do tráfico de pessoas.
Segundo o Vaticano, a delegação de prefeitos brasileiros preparou uma carta relatando os principais desafios enfrentados pelos governos locais e pedindo à Organização das Nações Unidas (ONU) que os reconheça como atores fundamentais na promoção da sustentabilidade e do desenvolvimento humano. Na carta, os prefeitos propõem a transferência de recursos e tecnologias dos países desenvolvidos aos que estão em desenvolvimento e que o repasse seja feito diretamente às cidades.
A Santa Sé pode fazer um belo discurso nas Nações Unidas, mas, se não partir de vocês, das grandes ou pequenas cidades, não haverá nenhuma mudança", disse o papa aos prefeitos. Francisco lembrou que é nas cidades que se desenvolvem os fenômenos da imigração e da pobreza, muitas vezes incentivados por uma migração causada pela desertificação do planeta e do aquecimento global.
O pontífice citou também a encíclica Laudato Si [Louvado seja] - Sobre o Cuidado da Casa Comum, apresentada no dia 18 de junho, voltada para os problemas do planeta, e ressaltou que ela é muito mais social do que apenas "verde", porque os humanos "não podem ser excluídos da cura do ambiente".
Ao fim do encontro, todos os prefeitos e os representantes do Vaticano assinaram um documento em que pedem que as autoridades nacionais coloquem a questão ambiental no centro dos debates. Ressaltando a questão social, o documento cobra uma atitude de governos contra os grandes exploradores de recursos naturais e diz que a economia baseada em combustíveis fósseis "destrói a Terra e explora todos os pobres".
O líder da Igreja Católica destacou ainda sua confiança em relação à Conferência sobre o Clima (COP21), que ocorrerá na França, em dezembro. "Tenho muita esperança de que em Paris se chegue a um acordo fundamental, mas para isso é preciso que a ONU se envolva", completo
Outros líderes mundiais, como os prefeitos de Nova York, Bill de Blasio; de Estocolmo, Karin Wanngard; de Paris, Anne Hidalgo; e de Roma, Ignazio Marino, e o governador da Califórnia, Jerry Brown, estiveram presentes ao encontro.
Jerry Brown disse que é preciso tomar medidas imediatas “contra um futuro incerto”. O estado americano comandado por ele está passando por uma seca severa e decretou uma política rígida para restringir as emissões de carbono. “Existe um elemento de irreversibilidade que exige de nós imaginar lá na frente, e reagir. Mas, no meio desse problema, nós encontramos forte oposição e uma inércia cega, e essa oposição é muito bem financiada”, disse o governador.
No encontro, o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, anunciou o plano de reduzir as emissões de gases de efeito estufa na cidade em mais 40% nos próximos 15 anos.
Ana Cristina Campos - Repórter da Agência Brasil*
*Com informações da Agência Ansa e colaboração de Aline Moraes
Fonte: Agência Brasil. 21/07
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