Segundo o arquiteto, madeiras antigas viraram moda, encareceram e as lojas não comprovam sua procedência. “Em alguns casos, pode ser pior do que derrubar árvores”, alerta Beto, lamentando casos de depredação de patrimônios históricos. Reaproveitar pisos existentes também alivia a sua pegada ecológica. Essa é a aposta do arquiteto Gustavo Calazans. “Com a ajuda de um bom marceneiro, já consegui recuperar um piso inteiro de sucupira”, conta. Em outra obra, ele retirou e beneficiou um assoalho de ipê que a moradora não queria mais e o transformou em sarrafos para os brises da casa. Por último, há ainda os laminados de alta resistência. “Produtos industrializados estão sob um controle maior e as grandes empresas já utilizam matéria-prima certificada”, avalia Geraldo Zenid, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT).
QUADRO: Tipos de pisoMÓVEIS CERTIFICADOS
Segundo o Imaflora, 90% de toda a madeira certificada produzida no Brasil segue para exportação. Isso explica a dificuldade dos fabricantes de móveis nacionais em manter linhas ecológicas. Como alternativa, o designer Fernando Jaeger firmou uma parceria com a Cooperfloresta, cooperativa de produtoresautorizados pelo FSC no Acre. “Mas a negociação é lenta e um pedido leva meses”, diz. Espécies de reflorestamento entram como segunda opção, bem como a busca por novos fornecedores para suprir a demanda. O designer Paulo Alves adota uma estratégia semelhante. “Como complemento, uso o MDF certificado e o compensado de paricá de reflorestamento”, afirma. Para ele, é importante tirar o máximo proveito da matéria-prima e criar peças duradouras. “Precisamos insistir na consciência do consumidor e exigir do governo mais interesse e incentivos para madeireiras com projetos de certificação”, reflete Etel Carmona, designer que, em 2000, teve a primeira movelaria com selo do Brasil, a Etel Interiores.
O MUNDO DOS PAINÉIS
Painéis de madeira ou de partículas, laminados e chapas de fibra são cada vez mais usados na composição de móveis e na construção. “Essa indústria evoluiu muito nos últimos anos”, diz Geraldo Zenid, do IPT. Segundo ele, as mudanças trazem boas notícias: as árvores de reflorestamento, especialmente pínus e eucalipto, são as mais
empregadas pelos fabricantes. Melhor ainda: as grandes empresas já contam com o selo FSC. Além disso, as novas tecnologias permitem bom aproveitamento da madeira, reconstituída para se transformar em diferentes produtos.
“Hoje temos placas com maior homogeneidade e estabilidade, características que asseguram acabamento superior aos processos de pintura, impressão e revestimentos”, explica Rosane Donati, da Associação Brasileira da Indústria de Painéis de Madeira (Abipa).
Conheça os principais tipos:
- Madeira laminada: Obtida de laminas da tora bruta, é usada em compensados e divisórias. Compensados. Painéis de lâminas, sarrafos ou multissarrafos de Madeira colados. Indicados para móveis e na construção civil.
- Chapas de fibra: Podem ser a chapa dura (hardboard), formada por fibras de eucalipto prensadas, ou a placa de MDF (medium density fiberboard). Essa última aparece nas versões natural, revestida de laminado melamínico de baixa pressão (BP) e revestida de película finish foil (FF), ambos com superfícies lisas ou texturizadas.
- Chapas de partículas - em três tipos:
* Aglomerados de partículas de madeira aglutinadas.
* MDP, ou chapas de partículas de média densidade, ligadas por resinas de última geração. Oferece melhor acabamento e resistência à pressão.
* OSB (oriented strand board), com três a cinco camadas de partículas ou feixes de fibras com resinas. Custa menos e possui resistência mecânica para fins estruturais.
Fonte: Planeta sustentável
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Érica Sena
Pensar Eco