O biólogo Diego Pereira Lindoso estudou o impacto da agropecuária no meio ambiente em sua tese de mestrado, no Centro de Desenvolvimento Sustentável, CDS, da Universidade de Brasília, UNB.
As conclusões apontaram que, a longo prazo, o modelo agropecuário empregado no Brasil pode se tornar insustentável, devido aos impactos ambientais causados pela atividade.
Três municípios do norte do estado de Mato Grosso foram analisados. Alta Floresta, considerado pólo agropecuário no estado; Sorriso, o principal produtor nacional de soja e Feliz Natal, localizado na frente de expansão agrícola. A escolha do estado reflete o crescimento da agropecuária no país a partir da década de 70.
As diferenças entre as características de cada cidade, assim como as variáveis analisadas, contribuíram para que o pesquisador identificasse como o desenvolvimento econômico pode afetar o meio ambiente.
Foram analisados dados como desmatamento, emissão de gases de efeito estufa e indicadores sociais e econômicos. Somente em Alta Floresta, segundo o pesquisador, a emissão de gases causada pela agropecuária passou de 10%, em 2001, para 30%, em 2007. Em Sorriso, a soja respondeu por 60% das emissões em 2007, em 2001, eram apenas 5%. No município de Feliz Natal, o pesquisador constatou que 100% das emissões de gases de efeito estufa têm relação com o desmatamento.
"É inquestionável que o modelo agropecuário traz benefícios econômicos para os municípios do Mato Grosso. Mas será que os benefícios valem os custos ambientais e sociais em médio e longo prazo?”, questionou o pesquisador.
*Com informações da UNB.
Fonte: Ambiente Brasil, 18/01
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Érica Sena
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