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sábado, 6 de março de 2010

Terra é incapaz de acompanhar ritmo atual de consumo de carnes e pescado



PARIS (AFP) - No topo absoluto da cadeia alimentar, os seres humanos se dão ao luxo de comer de tudo, mas a um preço elevado: a pesca maciça está levando as espécies marinhas à extinção, e a piscicultura polui a água, o solo e a atmosfera - o que precisa fazer com que mudemos de hábitos
.
Alimentar a humanidade - nove bilhões de indivíduos até 2050, segundo as previsões da ONU - exigirá uma adaptação de nosso comportamento, sobretudo nos países mais ricos, que precisarão ajudar os países em desenvolvimento.

Segundo um relatório da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO),  a produção mundial de carne deverá dobrar para atender à demanda mundial, chegando a 463 milhões de toneladas por ano.

Um chinês que consumia 13,7 kg de carne em 1980, por exemplo, hoje come em média 59,5 kg por ano. Nos países desenvolvidos, o consumo chega a 80 kg per capita.

"O problema é como impedir que isso aconteça. Quando a renda aumenta, o consumo de produtos lácteos e bovinos segue o mesmo caminho: não há exemplo em contrário no mundo", destacou Hervé Guyomard, diretor científico em Agricultura do Instituto Nacional de Pesquisa Agrônima da França (INRA), responsável pelo relatório Agrimonde sobre "os sistemas agrícolas e alimentares mundiais no horizonte de 2050".

Atualmente, a agricultura produz 4.600 quilocalorias por dia e por habitante, o suficiente para alimentar seis bilhões de indivíduos.

Deste total, no entanto, 800 se perdem no campo (pragas, insetos, armazenamento), 1.500 são dedicadas à alimentação dos animais - que só restituem em média 500 calorias na mesa - e 800 são desperdiçadas nos países desenvolvidos.

Por outro lado, o gado custa caro ao meio ambiente: 8% do consumo de água, 18% das emissões de gases causadores do efeito estufa (mais que os transportes) e 37% do metano (que colabora para o aquecimento do clima 21% mais que o CO2) emitido pelas atividades humanas.

E, mesmo que seja fonte essencial de proteínas, a carne bovina não é "rentável" do ponto de vista alimentar: "são necessárias três calorias vegetais para produzir uma caloria de carne de ave, sete para uma caloria de porco e nove para uma caloria bovina", explicou Guyomard.

Desta maneira, mais de um terço (37%) da produção mundial de cereais serve para alimentar o gado - 56% nos países ricos - segundo o World Ressources Institute.

Seria o caso, então, de reduzir o consumo de carne e substitui-lo pelo peixe?

Os oceanos não podem ser considerados uma reservatório  inesgotável, estimou Philippe Cury, diretor de pesquisas do Instituto de Pesquisas para o Desenvolvimento (IRD).
O número de pesca é duas a três vezes superior à capacidade de reconstituição das espécies.
No atual ritmo, a totalidade das espécies comerciais haverá desaparecido em 2050.

Fonte: Revista Veja, 23/2

Um comentário:

  1. "A manterem-se as previsões de crescimento do número de indivíduos da população humana, esta será sem dúvida a última década de "abundância" para os cerca de vinte por cento da população, que devora os recursos naturais produzidos em todo o Planeta. Algo simplesmente insustentável.

    O que considero curioso é que o animal humano com a sua inteligência, foi incapaz de fazer dela, uma verdadeira ferramenta para que se pudesse ter vivido em verdadeira sustentabilidade, e para que não estivéssemos hoje deparados com um Planeta no qual brevemente não teremos condições para viver. Claro que não falo, espero eu, para o tempo que me resta de vida, mas sem dúvida que ainda vou assistir (e já assisti) a grandes alterações!

    Do passado conseguimos obter informações de civilizações que nasceram, cresceram, exploraram, cresceram ainda mais, e por fim desapareceram... e a causa do desaparecimento foi a de terem esgotado todos os recursos naturais que tinham à disposição.

    Do presente temos a nossa grandiosa inteligência, aquilo que nos permitiu evoluir para algo que agora alguns têm a noção foi um erro evolucionário, e que não quer ver a realidade: sete biliões de seres humanos, a devorar o Planeta, são prejudiciais para o Planeta. Evidente que os erros evolucionários pagam-se!!!
    Somos um animal que se esqueceu, esquece e se esquecerá, que é um ANIMAL, e como animal que É necessita do meio ambiente para viver.

    Do futuro... O futuro será igual ao passado, e ao presente, pois não evoluímos para agir, mas sim para reagir.
    Iremos reagir à subida dos níveis dos mares, construindo barreiras, à subida da temperatura fechando-nos em zonas climatizadas, à falta de água potável e comida, entrando em guerras... como se isto fizesse alguma diferença.

    Tudo será reacção... às acções que nós próprios criamos, sem darmos conta disso... ofuscados por um coisa tão insignificante... O DINHEIRO!"

    A única solução real para o Planeta é a redução do número de animais humanos...

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Abs,
Érica Sena
Pensar Eco

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