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sábado, 24 de abril de 2010

Valorando a natureza

Mangue de Viti Levu, em Fiji
                                              Mangue de Viti Levu, em Fiji 

Valorar a Natureza – ou seja, definir o valor monetário associado ao seu potencial e aos serviços que ela presta, sejam eles concretos ou sentimentais – é um exercício essencial. Num mundo em que tudo tem um preço, uma etiqueta com cifrões e muitos zeros tem a capacidade de despertar o interesse até dos mais distraídos.
Anos atrás, durante um curso de valoração ambiental ministrado por Ronaldo Serôa – um dos papas do assunto no Brasil, hoje no Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) -, ouvi de uma das participantes que ela se sentia incomodada ao colocar uma etiqueta de preço em bens cuja importância deveria transcender o vil metal. A moça não poderia estar mais equivocada. Ética e lógica são argumentos que funcionam quando o sujeito a engajar já está predisposto a enxergar o valor da Natureza. Para o resto da patuléia, o que vale é o argumento financeiro.
Um estudo recente do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) fornece argumentos de sobra para essa turma. O documento levanta o valor de uma dezena de serviços prestados pelo meio ambiente. É uma tarefa complexa, uma vez que um determinado ecossistema tem papel relevante sobre uma infinidade de dimensões, do turismo à produção de alimentos, da manutenção da qualidade do ar à conservação dos rios. O projeto foi tocado por The Economics of Ecosystems and Biodiversity (TEEB), iniciativa internacional que quer chamar atenção para os benefícios econômicos da biodiversidade.
Mas vamos aos números:
  • Os mangues de Muthurajawela, no norte do Sri Lanka, que estão sob severa pressão da especulaçào imobiliária e da expansão industrial, prestam um serviço equivalente a US$ 150 anuais por hectare pelo suporte que dá à agricultura, à pesca e ao abastecimento de lenha. Ele também ajuda a filtrar os esgotos domésticos e efluentes industriais (outros US$ 654) e, mais importante, ajuda a atenuar as enchentes (US$ 1.907).
  • Na Costa Rica, a produção de café é 20% maior e tem mais qualidade quando a plantação está a menos de um quilômetro de uma floresta, que abriga agentes polinizadores (sobretudo aves e insetos). Por isso, o seu valor econômico é estimado em cerca de US$ 395 por hectare por ano, ou 7% dos ingressos da propriedade rural. Naturalmente, isso não leva em conta outros muitos serviços prestados, como a regularização do clima, a manutenção da qualidade das águas e dos solos e uma longa lista de etcéteras.
  • Mangues do Vietnã evitam que o país gaste pelo menos US$ 7 milhões anuais com a construção e manutenção de diques.
  • Um hectare de recifes de coral tem um valor anual superior a US$ 1 milhão anual por hectare para a indústria do turismo, até US$ 57 mil associado às suas possibilidades genéticas e US$ 3.818 devido à sua responsabilidade pela manutenção do estoque pesqueiro.
A Natureza, como o amor ou a vida, não tem preço. Ou será que tem?

Fonte : Revista Pag 22

Um comentário:

  1. Que a natureza pode ser quantificada monetariamente ou economicamente é possível. Aí, está os estudos desses grupos que se dedicam a esse aspecto. Agora, sinto e acredito que a natureza tem valor (infinitamente indimensionável), independente de dinheiro ou vantagenes econômicas, pelo "simples" fato de existir. Ou seja, devemos amá-la, respeitá-la e preservá-la, não porque nos traz uma vantagem financeira, econômica ou tal. Mas, sim, porque vislumbramos nela um "valor" de bem insubstituível e necessário para todos nós. Amamos a natureza e os animais ainda que eles não nos tragam nenhuma renda ou vantagem econômica. É assim que sentimos e pensamos. Um bom final de semana Érica, ecobeijos, ;)

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Abs,
Érica Sena
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