Nem mesmo o melhor cenário possível para as próximas reuniões
climáticas, com os países concordando com um ambicioso acordo global com
força de lei para reduzir as emissões, seria capaz de evitar que os
fenômenos climáticos extremos sejam cada vez mais freqüentes nas
próximas décadas. Esta é a conclusão de um modelo computacional gerado
por um grupo de cientistas do Met Office, o serviço meteorológico
britânico.
Em um artigo que será publicado no periódico Geophysical Research
Letters, os pesquisadores afirmam que se as emissões voltassem para os
níveis anteriores à revolução industrial ainda assim viveríamos um
século de fenômenos climáticos extremos. Isso porque o ciclo da água do
planeta já foi alterado pelo aquecimento global e não voltará ao que
consideramos “normal” de uma hora para outra.
“A inércia resultante do calor acumulado principalmente nos oceanos
implicará em mudanças climáticas mesmo depois de estabilizadas as
emissões. Esses efeitos devem ser levados em conta nas políticas de
mitigação e nas opções para adaptação a enchentes, suprimento de água,
produção de alimentos e saúde humana”, explicou Peili Wu, líder do
estudo.
O Met Office utilizou um modelo computacional para analisar como o
ciclo da água reagiria diante de mudanças na quantidade de dióxido de
carbono na atmosfera. Uma das primeiras descobertas foi que uma vez
atingido os níveis altos de CO2 como os de hoje em dia, mesmo uma
redução drástica não conseguiria evitar os piores impactos para o clima.
O atual nível do CO2 está um pouco acima de 390 partes por milhão
(ppm) e a maior parte das políticas climáticas procura impedir que esse
nível passe de 450ppm a 550ppm. Os pesquisadores chegaram a trabalhar
com uma redução improvável para os níveis pré-industriais de 280ppm nos
próximos anos e nem isso evitou as secas e enchentes previstas no
modelo.
O estudou mostrou que apesar da temperatura acompanhar a queda do
CO2, os distúrbios climáticos prosseguem intensos por várias décadas.
Isto porque os oceanos dissipam o calor de forma muito lenta e o ciclo
da água continuaria sob efeito do aquecimento global muito depois da
redução das emissões de gases do efeito estufa.
As mudanças climáticas previstas não são ainda totalmente confiáveis,
mas os pesquisadores calculam que o Brasil, assim como maior parte da
América do Sul, sofrerá com severas secas ao mesmo tempo em que será
alvo de tempestades tropicais intensas.
“O importante é perceber que mesmo reduzindo as emissões ainda será
necessária a adoção de políticas para minimizar os impactos do clima nos
ecossistemas”, alertou Vicky Pope, chefe de mudanças climáticas do Met
Office.(Carbono Brasil)
Assista o vídeo abaixo:
Fonte: Mercado Ético, 18/06
QUERIDA, sabe rezar, por seus sobrinhos.
ResponderExcluirSeria inteligente, reduzir a população a 1/5 da atual. Mas como vimos nas COP, parece improvável qualquer acordo.
Reciclagem, plantar árvores, e outros uso de energia, não vai mudar a rota da natureza.
Boa sorte.
Já se vêem por este Planeta fora os efeitos da acumulação dos GEE na atmosfera... mas só são notícia nos meios de comunicação aqueles catastróficos e mesmo estes apenas se forem em países "desenvolvidos"... já escrevi que a segunda metade da minha existência, se durar outra metade, claro!, vai ser mesmo mitra, para não escrever nada pior!!!
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