Ele explicou que laboratórios serão montados no âmbito de um trabalho
 de capacitação de técnicos nos estados. “Serão investidos mais R$ 4,8 
milhões para equipar os estados e R$ 2,9 milhões para divulgar e tornar 
essas informações acessíveis ao público”, disse Libânio após o 
lançamento do PNQA, hoje (30) em Brasilia. “Nosso objetivo vai além do 
monitoramento. Com as avaliações que serão feitas, transformaremos dados
 em informações e as informações em conhecimento”.
A maior parte dos recursos virá do Orçamento Geral da União. Outra 
parte tem, como origem, acordos de cooperação técnica com organismos 
internacionais, entre eles, o Banco Interamericano de Desenvolvimento 
(BID).
nDe acordo com o técnico da ANA, esse tipo de avaliação das águas já é
 feito “de forma competente” em 18 estados, “mas falta a participação de
 nove estados. A maioria fica na Região Norte, onde há poucos problemas 
com a qualidade da água”, disse Libânio, referindo-se ao Amazonas, Pará,
 Acre, Amapá, Maranhão, Piauí, a Roraima, Rondônia e Santa Catarina.
Além de incluir esses estados na rede, serão estabelecidos critérios 
padronizados de monitoramento, o que facilitará a compreensão 
contextualizada e comparativa das informações obtidas. “Faltam 
parâmetros para que tenhamos uma visão nacional [sobre a qualidade da 
água dos rios brasileiros]”, afirmou Libânio.
Segundo ele, é possível que o prazo para a implantação dessa rede em 
todo o território nacional, inicialmente previsto para terminar em 2015,
 seja antecipado caso os estados aproveitem uma ferramenta lançada hoje 
pela ANA. “O Portal da Qualidade das Águas consolidará as informações 
disponíveis em 3,3 mil estações de monitoramento. Oferecerá mapas, 
parâmetros monitorados, informações sobre o índice de qualidade de rios,
 capacidade de absorção de carga orgânica, além de permitir o 
intercâmbio de conhecimentos, podendo ser utilizado inclusive por 
pesquisadores das universidades”.
“Além do poder público, nosso público alvo é também a sociedade, que 
poderá ficar mais vigilante. Universidades e a população em geral terão,
 no portal, condições de acessar as informações. Até porque elas estão 
dispostas em um formato bastante acessível. Quanto ao poder público, ele
 terá melhores condições de definir suas políticas de forma mais 
embasada”, explicou Libânio.
A ANA pretende divulgar em agosto um relatório sobre a situação dos 
100 rios que apresentam mais pontos críticos no Brasil. Em 2009 foi 
divulgado um trabalho similar, com dados relativos a 2008. O relatório 
comprovou que os rios que passam pelas regiões metropolitanas de Porto 
Alegre, Curitiba, São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Salvador 
são os que apresentam situação mais crítica em relação à qualidade da 
água. (Pedro Peduzzi/Agência Brasil)
Fonte: Ambiente Brasil, 01/07 
