Pesquisas recentes sobre o impacto das secas na região amazônica têm chegado a resultados contraditórios sobre como as florestas tropicais reagem a um clima mais quente e mais seco.
Um novo estudo, feito por cientistas do Brasil e dos Estados
Unidos, examina a resposta da Amazônia a variações nas condições
climáticas, especificamente considerando como essas mudanças podem
influenciar a produtividade da floresta.
Os resultados fornecem um possível contexto para explicar por
que estudos anteriores obtiveram conclusões diferentes. A pesquisa –
feita por cientistas do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia
(Ipam), da Universidade da Flórida em Gainesville e do Centro de
Pesquisa Woods Hole – foi publicada no site da revista Proceedings of
the National Academy of Sciences (PNAS).
“A pesquisa se baseia em estudos de campo e de sensoriamento
remoto para demonstrar que florestas relativamente não mexidas são bem
tolerantes à seca sazonal, diferentemente do que ocorre em outros tipos
de vegetação e em florestas gravemente modificadas”, disse Paulo Brando,
do Impa, autor principal do artigo.
“Nosso estudo também aponta diversos mecanismos potenciais de
controle das oscilações sazonais e interanuais na produtividade da
vegetação pela bacia amazônica. Até agora, discussões sobre esses
mecanismos não têm ocorrido no debate científico a respeito de como a
Floresta Amazônica responde às mudanças climáticas globais”, destacou.
Os pesquisadores usaram dados das estações secas no período
entre 2000 e 2008, obtidos pelo Índice de Vegetação Avançada do Modis,
equipamento de produção de imagens instalado nos satélites Acqua e
Terra. As informações foram integradas com dados climáticos de 1996 a
2005, registrados por 280 estações meteorológicas.
Relações estatísticas entre os índices de vegetação e diversas
variáveis também foram analisados para toda a bacia do Rio Amazonas e
para uma área bastante estudada no Rio Tapajós.
Como as mudanças climáticas globais poderão fazer com que as
secas se tornem tanto mais frequentes como mais intensas na Amazônia, o
estudo reforça a importância das estratégias de conservação na região.
Mas os autores ressaltam que o estudo demonstra que a resposta
da floresta à seca é muito complexo e que mais trabalhos de pesquisa
são necessários para examinar as respostas da Floresta Amazônica à seca e
como essas respostas serão expressas no futuro.
Fonte:Info Abril- Tecnologias Verdes
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Érica Sena
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