quinta-feira, 18 de novembro de 2010

UMA NOVA POLÍTICA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL É FUNDAMENTAL


Evento ocorrido no Sesc Consolação, Salão Ômega - 12/Nov/2010




Para dialogar sobre a importância de uma clara política de Educação Ambiental (EA) na cidade, a Rede Nossa São Paulo, através de seus grupos de trabalho de Educação e de Meio Ambiente, organizou um debate, convidando representantes da Secretaria Municipal de Educação, da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente, e do Ministério da Educação. O evento chamou-se 1º Painel de Educação Ambiental da Cidade de São Paulo, e teve a presença de cerca de 100 pessoas.






                                                    Divulgação de trabalhos



                                                 Mesa de apresentação do evento.


                       
Representando o secretário municipal da Educação,o assessor técnico Hugo Luiz Menezes afirmou que a secretaria quer estabelecer uma rede integrada com outras secretarias, visando fortalecer a Educação Ambiental, cujos projetos acontecem desde a década de 1970. O programa Carta da Terra orienta os professores com conteúdos, ligados aos locais onde moram e atuam, numa relação de pertencimento, segundo Menezes. Entre as 13 diretorias regionais de Educação da cidade, a Jaçanã/ Tremembé é a que tem maior número de educadores ligados ao programa. No currículo municipal, a EA é enfatizada no ciclo I nas disciplinas de História, Geografia e Ciências. No ciclo II, cada área de conhecimento incluiu na programação elementos de Educação Ambiental. Alguns parceiros nessa área são: SVMA, Zoológico, Instituto Ecofuturo, a Estação Ciência, SESC, OS Santa Catarina e Instituto Catavento




Rose Marie Inojosa, diretora do depto de Educação Ambiental da SVMA, disse que essa é uma secretaria nova, com apenas 20 anos. Ela narrou a evolução da Secretaria, através da criação da UMAPAZ - Universidade Aberta do Meio Ambiente e Cultura de Paz, em 2006. Nessa época começou um processo de descentralização, enfatizando a presença local. Foram criadas as DGDs - Diretorias de Gestão Descentralizada (na região Norte são duas DGDs). Em 2009 surgiu o Departamento de Educação Ambiental da UMAPAZ, com os núcleos de formação, projetos especiais, escola municipal de jardinagem, e Astronomia e Astrofísica. Rose Marie enfatizou a importância dos multiplicadores, que são o PAVS - Programa Ambientes Verdes e Saudáveis (em parceria com a Secretaria de Saúde), a programa Carta da Terra em ação, os CADES Regionais e o programa A3P (Agenda Ambiental da Administração Pública).




                                              Público presente ao encontro.


Ísis de Paula falou sobre a atuação federal na Educação Ambiental, pautada pela Política Nacional de Educação Ambiental (lei 9795 de 1999), que coloca a EA como componente essencial e permanente da educação nacional. Os principais desafios federais são promover a construção de escolas sustentáveis; articular as ações, projetos e programas de EA nas esferas federal, estadual e municipal; estimular a criação e fortalecimento das Comissões de Meio Ambiente e Qualidade de Vida (Com-Vidas) nas escolas; e promove uma EA de caráter crítico e emancipatório.


As perguntas a seguir pediram uma maior liberdade burocrática para os professores da rede municipal poderem ser liberados para ações ambientais dentro do horário letivo. Foi indagada sobre a ausência da escola pública estadual nesse debate, oportunidade em que, a partir das respostas, foi constatado que a educação estadual tem ainda muito a progredir no estímulo à Educação Ambiental em suas escolas.


Minudências
@ Apesar da tênue atuação da poder público estadual no que tange à Educação Ambiental, após o intervalo houve a apresentação dos trabalhos realizados pela Escola Estadual Paulino Nunes Esposo, da região de Parelheiros, Zona Sul da capital.


@ O diretor Rinaldo Meroni apresentou as ações ambientais da escola, entre elas um centro de convivência com horta, coleta de água pluvial, estaleiro de xuxu, pomar e uma sala verde, com carteiras ao ar livre. Ao afirmar que o nível de evasão escolar é zero nessa escola, houve uma extensa e calorosa salva de palmas de todos os presentes.


@ A seguir os alunos dessa escola estadual, Lucas, Pedro, Marco, Mônica e Lucas, todos do 3º médio, apresentaram o resultado do projeto "Monitoramento de Águas dos Efluentes da Várzea do Caulim", quando eles monitoraram por 9 meses a situação das águas de quatro córregos, afluentes da represa Guarapiranga. "A proposta foi conscientizar alunos e comunidade sobre a importância da água e dos mananciais", disseram os aluno.


@ Diversos banners apresentaram projetos ambientais desenvolvidos em escolas, entre elas a EMEF Esmeralda Salles Ramos, do Tremembé, e a EMEI Ricardo Gonçalves, de Pirituba.


@ Foi lembrado por membros da rede Nossa São Paulo, que em Maio/2011 acontecerá o Fórum Social São Paulo, quando o tema de Educação Ambiental certamente será um dos destaques.
http://www.znnalinha.com.br/html/educ_amb.php





Fonte: ZNnalinha

Eu tive o prazer de participar deste ótimo evento feito pela Rede Nossa SP na sexta-feira passada e além do mais em fazer novos amigos e parceiros como Britto do ZNnalinha e Fernanda Beda.
  Ainda tenho bons posts para fazer sobre esse evento.

Obrigada Britto pela parceria  e pela foto da matéria.
Abs a todos do Rede Nossa SP, ao Britto e a Fernanda.
Érica Sena






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Um comentário:

  1. A EDUCAÇÃO AMBIENTAL QUE PRECISAMOS NO SÉCULO XXI


    Uma frase ouvida recentemente de um ativista ambiental – “atuamos sobre os efeitos e não sobre as causas” – sintetiza a tendência de, para simplificar a discussão, optamos por não assumir a plenitude do discussão, relegando a uma posição menor a necessidade de encontrar soluções. Ou seja, “é melhor conviver com o problema do que gerar as soluções”.

    Acredito que as duas frases é que definem, em relação à Educação Ambiental, a real necessidade de uma reflexão de alguma de suas bases.

    Este contexto não é diferente em outros países (tomamos como base pesquisa que o NEPA realizou para a Associação Portuguesa de Educação Ambiental / ASPEA, comparando os resultados com pesquisa realizada para o MEC.

    A proposta não está baseada em opiniões pessoais – em EA este tipo de postura vale muito, pois se admite “ter longa experiência na área” o que, em muitos casos, sem ter uma componente de “avaliação de resultados, fica restrita a “pensar que tudo vai bem, e não pode ficar melhor”.

    A iniciativa do NEPA em “induzir uma reflexão sobre a EA do século passado e aquela que precisamos para o século XXI” tem nos revelado algumas resistências daqueles que partem do princípio que esta reflexão é um “processo de identificar e reconhecer falhas” e, deste modo, não tem interesse que isso ocorra. Entende-se esta “postura reativa”, mas a postura do NEPA deve ser entendida como de “aprimorar pontos” até hoje adotamos como paradigmas..
    .
    Nosso grupo adota a postura de “sustentar posições” tendo como base dados pesquisados, e respeita as opiniões dos demais (não poderia ser diferente para quem pretende uma reflexão conjunta), mas que estas outras opiniões venham também lastreadas em fatos, de modo que seja possível comparar experiências em diferentes contextos.

    Essa é uma postura que a sociedade não pode se negar a fazer sob pena de estar assumindo a idéia de que o princípio da prevenção não tem espaço no âmbito da Educação Ambiental.

    Observando os valores financeiros alocados a Programas de Educação Ambiental ver-se – á que são valores altamente significativos, aportados pelos diferentes segmentos sociais, públicos e privados. Porém se, em contrapartida, tentamos identificar quantos destes programas tem propostas de avaliação de sua eficácia junto à comunidade ao qual o programa foi aplicado, teremos uma (também) significativa frustração.

    Analisando pelos extremos, ou não há necessidade de “avaliar resultados de Programas de EA” ou está faltando que este aspecto seja obrigatório no processo de aprovação de tais programas.

    Concordamos que os resultados de um programa dessa natureza só podem ser mensurados em um horizonte muito amplo de acompanhamento (gerações), mas não podemos aceitar que não se possa lançar mão de “avaliações em curto prazo” onde se tente mensurar a diferença – certamente positivo - entre o nível de percepção ambiental do segmento que irá receber o programa e aquele avaliado após sua conclusão.

    Como, quase sempre, “o ótimo é o inimigo do bom”, não se aceita um encaminhamento “bom”, pois estamos à procura do encaminhamento “ótimo”, não se justifica..
    .
    Vivemos tempos de um novo século, contexto que nos permite e exige a abertura das mentes para novas reflexões.

    Já evoluímos muito na área da conscientização ambiental da sociedade, fato que se deve unicamente aos resultados da Educação Ambiental adotada no século XX, mas não há como prescindir da necessidade de reavaliar premissas, através de ações (boas e ótimas) que permitam estruturar um processo de avaliação contínua de resultados.


    Roosevelt S. Fernandes
    Núcleo de Estudos em Percepção Ambiental / NEPA
    roosevelt@ebrnet.com.br

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