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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Plásticos 'biodegradáveis' podem ser prejudiciais ao meio ambiente


Uma nova pesquisa pode trazer uma má notícia para aqueles que achavam contribuir com o planeta usando sacolas plásticas ‘biodegradáveis’.

 Um novo relatório apresentado na semana passada na publicação Environmental Science & Technology sugere que o produto pode não ser tão biodegradável como afirma. Visto como uma possível alternativa às sacolas plásticas comuns, o item pode se tornar o novo vilão ambiental.

De acordo com o artigo, intitulado Degradable Polyethylene: Fantasy or Reality (algo como Polietileno degradável: fantasia ou realidade), adicionar metais de transição, como ferro e cobalto, à composição do material pode promover a oxidação dos polímeros de etileno, mas não há evidências de que as sacolas plásticas ‘biodegradáveis’ de fato se dissolvam.

Embora seja certo que estas sacolas se despedacem no meio ambiente, os fragmentos gerados por esta primeira degradação podem durar muito tempo, e não há estudos que comprovem se estes pedaços se dissolvem ou não. Um dos problemas é que não se leva em conta quanto tempo é necessário para que estes produtos se degradem totalmente, por isso a sacola, mesmo levando muito tempo para se desintegrar, é considerada biodegradável por alguns.

“Há um grande número de relatórios sobre o polietileno degradável, mas até agora nenhum mostrou realmente uma degradação alta. É claro que eles degradam de alguma forma – eles perdem parte de suas propriedades. Mas se você levar em consideração os benefícios para a natureza, ainda não há nada provado”, declarou Ann-Christine Albertsson, pesquisadora de polímeros do Instituto Real Sueco de Tecnologia e principal autora do estudo.

De acordo com Albertsson, nações emergentes, como a China e a Índia, se mostram interessados no polietileno ‘degradável’, e alguns até já começaram a utilizá-lo. E embora alguns países já tentem usar produtos que se desintegram totalmente, como os criados a partir de poliláticos, o processo ainda é caro, e a alternativa das sacolas e embalagens de papel podem não ser a mais adequada, já que exige o corte de árvores.

Outra pesquisa sobre a dissolução de polímeros no meio ambiente foi realizada em 2010 pelo Departamento de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais (Defra em inglês). Uma das autoras do projeto, Noreen Thomas, da Universidade Loughborough, no Reino Unido, garante que a velocidade com que o plástico se desintegra depende muito das condições a que o material ficará exposto, como a intensidade de luz e calor.

O relatório do Defra sugere que a fragmentação dos plásticos em pedaços grandes leva de dois a cinco anos, mas que a degradação destes ocorre “muito lentamente”. Além disso, o estudo indica que estes polímeros também não devem ser incorporados à reciclagem dos plásticos tradicionais, uma vez que os aditivos que desencadeiam a quebra do plástico ‘biodegradável’ podem também desintegrar o material reciclado.

A pesquisa recomenda que tais itens fiquem separados dos plásticos normais para não comprometer o processo de reciclagem. “Nossa conclusão é que os plásticos oxidegradáveis não causam nenhum benefício ao meio ambiente”, assegura Thomas. “As opções disponíveis tornam a propriedade ‘degradável’ dos plásticos oxidegradáveis irrelevante”, conclui o relatório.
Fonte: Mercado Ético- 27/04

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Érica Sena
Pensar Eco

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