O Brasil precisa ter áreas significativas de florestas ao redor das plantações de cana para ter mais eficiência no sequestro de carbono.
Essa é a conclusão de um grupo de cientistas liderado pelo biólogo da
USP Marcos Buckeridge, diretor científico do Laboratório Nacional de
Ciência e Tecnologia.
Em artigo aprovado pela revista Global Change Biology Bioenergy, ele e
colegas afirmam que áreas florestais intercaladas com a cana, técnica
batizada de caminho de meio, reduziria o impacto da produção quanto às
emissões de carbono.
Isso aconteceria principalmente onde ainda são feitas queimadas após a colheita.
EMISSÕES
Hoje, 75% das emissões de carbono do Brasil vêm da atividade agropecuária.
A cana consegue absorver cerca de 7,4 toneladas de carbono por hectare a cada ano.
Em média, estima-se que a plantação emita 800 kg de carbono a mais por
ano do que é capaz de absorver, por causa das emissões do transporte e
da queima.
As florestas absorvem 17 vezes mais: 140 toneladas ao ano. Essa taxa é
ainda maior nas florestas mais novas (de até 30 anos) e em fase de
crescimento.
Os pesquisadores querem agora a área de floresta necessária para reduzir os impactos da produção.
Vamos levantar quantas florestas ainda existem na região dos canaviais
de São Paulo para ver quanto mais teríamos de plantar, afirma
Buckeridge.
Ele participou de um evento internacional da Fapesp (Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo) sobre Bioetanol, que vai até amanhã,
em Campos do Jordão (SP).
O biólogo quer calcular quanto carbono é armazenado por esses fragmentos
de floresta e analisar os benefícios que a presença de áreas
florestadas podem trazer ao cultivo.
Esse trabalho será feito em parceria com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e deve ficar pronto em dois meses.
É uma pena não termos os dados antes da votação do Código Florestal [que tramita no Senado].
O novo código prevê a redução de áreas florestais para aumentar atividade agropecuária em regiões como margens de rios.
Fonte: Folha de SP- 17/8
A idéia é boa, mas não nova, a Agrofloresta já utiliza dessa técnica há tempos para impactar menos o meio ambiente. Mas agora tem esse adendo de ajudar na luta contra o aquecimento global.
Érica Sena
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