Leia a matéria feita no site Terra da Gente sobre o início da COP17!
A tarefa da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas
(COP 17), que começa hoje e se estende até 9 de dezembro em Durban, na
África do Sul, não será fácil. Mais uma vez uma COP tenta avançar rumo a
um acordo global de redução das emissões de gases causadores do efeito
estufa.
Não
é só isso. Outro ponto será ratificar o Protocolo de Kyoto, único
acordo climático existente (e consistente), em que a maioria dos países
desenvolvidos se comprometem a ter metas de redução das emissões (exceto
um dos maiores poluidores do mundo, os EUA, que nunca o assinou).
O
Protocolo de Kyoto expira em 2012 e se não for estendido não haverá nada
em seu lugar. Ou seja, o que já está ruim ficará pior.
O terceiro ponto a ser debatido por representantes de mais de 190
países que participam do encontro é estabelecer quem paga e quem recebe
dinheiro de um “fundo verde” climático.
Atualmente, o maior emissor de
gases-estufa do mundo é a China, mas ela resiste em se comprometer com
metas de corte enquanto os EUA não o fizerem. Rússia, Japão e Canadá,
por sua vez, alegam não ver sentido em assumir novo compromisso enquanto
os maiores poluidores não o fazem. Mora aqui o impasse.
A União Europeia representa o maior bloco de países ricos dispostos a
negociar algum compromisso. Mas infelizmente a conferência de Durban
acontece num momento conturbado, em que a salvação da economia parece
mais urgente que a do clima.
Resultado: ela deve prejudicar outra grande
meta da COP 17, que é normatizar o funcionamento do “fundo verde”, um
mecanismo de financiamento de ações de redução de emissões e adaptação
às mudanças climáticas nos países pobres. A ideia é que haja US$ 100
bilhões ao ano disponíveis até 2020. Mas não se sabe, até agora, quem
vai colocar a mão no bolso para levar a proposta adiante.
O Brasil aposta suas fichas numa renovação do Protocolo de Kyoto. O
negociador brasileiro embaixador André Corrêa do Lago alerta que “há
praticamente um consenso de que nunca mais vai se conseguir um acordo
total”.
Daí a importância de não se deixar morrer este. Corrêa do Lago
ressalta que desde a assinatura do protocolo, em 1997, havia a
determinação de que o primeiro período de compromisso seria revisto
entre 2008 e 2012. “Nenhum país quer sair de Kyoto pra fazer mais do que
faria em Kyoto. Todo mundo quer fazer menos”, comentou o diplomata
brasileiro na última semana, em Brasília.
O Boticário presente no evento
A Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza também estará na
África do Sul durante a 17ª Conferência das Partes da Convenção - Quadro
das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 17). Quatro
representantes da instituição irão acompanhar as negociações entre as
partes, entre 5 e 9 de dezembro, a última semana de negociações, na qual
são estabelecidos os acordos mais importantes entre os países membros,
com a presença de Ministros e Chefes de Estado.
Na Conferência propriamente dita, apenas as delegações oficiais dos
países membros possuem direito a voto. Os representantes da Fundação
Grupo Boticário estão credenciados e participarão na categoria de
observadores, além de fazer parte de palestras e reuniões técnicas de
capacitação, junto à delegação do governo brasileiro.
A instituição também terá um estande para divulgar o Bio&Clima
Lagamar, um polo de pesquisas tem por objetivo a compreensão dos
impactos das mudanças climáticas sobre espécies e ecossistemas na Mata
Atlântica. Trata-se de uma iniciativa inovadora de financiamento de
projetos de pesquisa que tem como diferencial a aplicação prática dos
resultados obtidos pelas pesquisas no manejo de áreas protegidas e
políticas públicas que busquem reduzir os impactos identificados e a
conseqüente perda de biodiversidade.
Outras negociações que devem acontecer paralelamente na COP 17 são a
regulamentação do mecanismo de Redução de Emissões por Desmatamento e
Degradação (REDD) e do Green Climate Fund – um fundo para que os países
desenvolvidos financiem ações de mitigação e de adaptação para redução
de emissões de GEE nos países em desenvolvimento.
Nos últimos anos, surgiram diversas alternativas que inserem
indivíduos e iniciativa privada em ações de proteção à biodiversidade
que beneficiam toda a sociedade. O Brasil possui mecanismos de
pagamentos por serviços ambientais como o Projeto Oásis da Fundação
Grupo Boticário, que premia financeiramente os proprietários
particulares de terras que preservam a mata nativa e manejam de forma
adequada as áreas produtivas de suas propriedades. “São projetos como
esse que provam que é possível sim conservar e produzir na mesma
propriedade”, afirma Malu Nunes, diretora executiva da Fundação.
Além deste projeto crescente no país, a instituição organiza o
Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação (CBUC), maior evento
sobre o tema da América Latina. “Em 2009, como resultado do encontro,
foi elaborado um documento com sugestões para contribuir e influenciar o
governo brasileiro em medidas para redução das emissões dos gases do
efeito estufa”, explica Malu. Em 2012, o CBUC acontecerá em Natal.
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Abs,
Érica Sena
Pensar Eco