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Isso é o que queremos??? Foto: Érica Sena |
Cada vez fico
mais horrorizada em encontrar nos trajetos que faço: a pé, de ônibus ou de
carro, lixo de todas as origens e gostos. Parece-me que as pessoas se livram do
que lhe atrapalha onde “der na telha”: na rua, pelas janelas de automóveis, nos
terrenos baldios e nos córregos. Será que, alem de não estarmos evoluindo no
quesito educação ambiental, estamos voltando no tempo, onde despejavam os
penicos sujo na frente da casa? Isso aconteceu no começo da urbanização, onde
não se tinha noção de saúde publica e ambiental, e mesmo assim foi proibida por
aumentar as doenças. Atualmente, campanhas em todas as mídias informam sobre
isso, e o fato de não cumprir significa estar alienado ao mundo, não enxergando
nada além do seu umbigo.
Muito pior do
que as pessoas que pecam por suas atitudes erradas, por não terem informação,
são aquelas que entraram em contato com a informação e não absorveram e
continuam vivendo de modo igual. Isso me entristece, pois como educadora, sinto
que a maioria dos alunos das escolas não absorve nada e tende a crescer na
mesma alienação encontrada na família. Sei que é difícil mudar paradigmas, mas
sei que deve existir um jeito de sensibilizar a população alienada ao mundo
externo.
É necessário, alem de reciclar nosso lixo, reciclar nossas atitudes! É
tempo de mudança!
Lixo, palavra de origem do latim (lix= cinza), é todo qualquer resíduo
sólido gerado pelas atividades humanas ou gerado pela natureza em aglomerações
urbanas.
É considerado um dos principais problemas das cidades do mundo, pois
além de ocupar muito espaço na sua destinação, é responsável pela proliferação
de vetores de doenças, produção de metano (gás do efeito estufa e inflamável),
odor forte, enchentes e enfeiamento da paisagem.
A sociedade, diferente das indústrias, não se
responsabiliza pela geração e destinação do seu lixo. Sendo assim, a partir do
momento que o coloca em sua calçada ou joga irresponsavelmente em algum local
público, não lhe pertence mais. Será que
as pessoas só aprenderão isso, do mesmo modo que as indústrias, através de leis
com multas altíssimas para àqueles que não derem uma destinação correta ao seu
lixo? Sou a favor de aplicações de penas, das taxas de lixo, pois seria um modo
de impor essa mudança de atitude.
Os primeiros
passos foram dados, já que depois de tantos anos a Política Nacional de Resíduos Sólidos se faz presente, e com isso uma
chance de resolver a problemática de destinação correta do lixo.
Por mais que
falte um gerenciamento adequado ao resíduo em nossa cidade, não podemos jogar
toda a responsabilidade para o governo, pois quem joga o lixo em locais
inadequados são os moradores, e pequenos comércios mal informados.
A grande
pergunta que pode ser feita é de como transformar a sociedade diante deste
quadro impactante e prejudicial?
Bem, teoricamente é fácil responder, mas na
prática não tanto. O grande responsável pelo acumulo de lixo é o ato de
consumir de maneira exagerada, e qualificar o produto pela riqueza de sua
embalagem, e não pelo produto em si. Pagamos sem notar por essa embalagem
atraente que acabará ocupando os aterros sanitários. Se ao menos parassem no
lixo reciclável, mas a minoria da população faz a coleta seletiva.
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A maioria dos
bairros possuem alguma cooperativa de reciclagem, ou pontos de entrega
voluntária (PEVs) para que sejam destinados os materiais reciclados
provenientes da coleta seletiva das casas, comércios, empresas, prédios
públicos, por isso não há desculpa de não se fazer a coleta seletiva. É um
dever de todos moradores separar o lixo do material reciclável, e isso deve ser
cobrado pelos governantes, só assim o primeiro passo em busca de uma melhor gestão
de resíduos sólidos acontecerá e será dado uma passo rumo á sustentabilidade.
Segundo
dados, a cidade de São Paulo produz mais de 12.000 toneladas de lixo por dia,
com este lixo, em uma semana dá para encher um estádio para 80.000 pessoas,
sendo apenas 1% reciclado. O que mostra que muita coisa tem que ser mudada em
nosso modo de vida capitalista doentio.
Agora basta
partirmos para ação! Veja os locais para
destinação do material reciclável mais
perto da sua casa acessando o site da Prefeitura de São Paulo:
Sei que não basta, o importante é que cada um:
rico ou pobre; ambientalista ou não; criança ou adulto façam sua parte através
dos 5 R´s e vejam que a felicidade não se resume em ter, mas sim em ser uma
pessoa com qualidade de vida e grata por estar nesse planeta.
Érica Sena