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quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Carlos Minc: “Há 30 anos a Baía de Guanabara está podre”


Um dos cartões postais mais famosos do Rio de Janeiro, a Baía de Guanabara, que vai receber as competições de iatismo dos Jogos Olímpicos de 2016, vem sendo alvo de muitas reclamações de velejadores por conta de sua poluição e foi duramente criticada por Carlos Minc, ex-ministro e atual secretário estadual do Meio Ambiente, em entrevista à Agência Efe.

Há 30 anos a Baía de Guanabara está podre”, afirmou o responsável pelo programa de despoluição das águas de um dos lugares mais emblemáticos da Cidade Maravilhosa e que nos próximos dias deixará o cargo para reassumir o mandato como deputado estadual.
Minc estendeu assim a denúncia feita à Efe pelas velejadoras Isabel Swan e Renata Decnop, da classe 470, que se dizem “envergonhadas” pelo alto grau de poluição das águas nas quais devem competir em 2016.
“É uma vergonha treinar e o barco bater em caixas de madeira, pneus e sacolas plásticas”, disse Isabel, medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008.
“Em outro dia estávamos velejando aqui e parecia muito sujo, quase um esgoto”, contou a atleta.
Minc foi um dos artífices do plano de despoluição da baía, que agora deixa sem estar completo, mas, segundo ele, com grandes avanços.
Nos últimos sete anos, “acabamos com todos os lixões do entorno da Baía de Guanabara. Só eles jogavam um Maracanã até a tampa de chorume (líquido poluente originário da decomposição de resíduos orgânicos), afirmou o secretário.
O problema mais urgente agora, para ele, é o tratamento das águas residuais, embora enxergue alguns avanços: “nos últimos 7 anos passamos de 12% para 40% de limpeza de esgoto tratado”.
“Maravilha?”, questiona, para em seguida responder: “maravilha nada, 60% continuam ‘in natura’. São os detritos de todo mundo na baía”.
As águas residuais, segundo especialistas, são as causadoras de boa parte da poluição da baía de Guanabara.
A falta de saneamento básico e de coleta de lixo nas favelas próximas à baía transformam os rios que nela desaguam em depósitos de lixo de 8,5 milhões de pessoas que vivem nessas comunidades.
Para combater este problema, junto com as obras de canalização, Minc aposta nas chamadas Unidades de Tratamento de Rio (UTR), que limpam as águas antes que desemboquem na baía.
“Vamos inaugurar uma em dezembro e outra em agosto do ano que vem, o que vai reduzir em um terço a poluição na Baía de Guanabara”, declarou.
Apesar de deixar o posto de secretário, Minc se propõe a fiscalizar os trabalhos de recuperação a partir da Comissão do Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
“É possível completar o compromisso político de sanear 80% das águas da baía daqui até 2016 ao combinar os sistemas tradicionais de despoluição e os novos meios, como as UTRs, as ecobarreiras ou os ecobarcos”, que recolhem o lixo flutuante na água, disse.
O compromisso foi assumido pelo governo estadual quando o Comitê Olímpico Internacional (COI) escolheu o Rio de Janeiro como sede dos Jogos de 2016.
Para Minc, esse compromisso tem que estar à frente do evento esportivo. “As Olimpíadas não são o início, nem o meio, nem o final: são uma etapa. Queremos chegar a 2018 com 80% da Baía de Guanabara recuperada, porque há recursos e projetos suficientes”, afirmou.
Segundo o ex-ministro do Meio Ambiente, a principal razão da limpeza das águas da baía é salvar vidas.

“A primeira causa de mortandade infantil no Brasil são as doenças produzidas pela ingestão de água contaminada”, frisou. “O saneamento é a divisa entre a civilização e a barbárie, concluiu. (Terra)

Leia também:

Rio assina acordo de cooperação técnica com estado norte-americano para despoluir a Baía de Guanabara

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Abs,
Érica Sena
Pensar Eco

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