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segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Resultado da análise sobre Rio Pinheiros feito pela Ong Águas Claras

O esgoto doméstico ainda é o principal poluente.

Rio Pinheiros é incapaz de voltar às condições originais


A ONG  Águas Claras do Rio Pinheiros, divulgou uma análise de um dos principais rios que cortam a cidade de São Paulo.
A ONG, que trabalha na recuperação ambiental do rio e seus afluentes, entregou para órgãos de governo do Estado e da Prefeitura, o Relatório de Monitoramento do Rio Pinheiros.
O estudo permite uma melhor compreensão do Rio Pinheiros e das suas condições de degradação. O resultado mostra um panorama muito ruim dos recursos hídricos, marcado pela ausência de oxigênio dissolvido (as medições indicaram valores sistematicamente abaixo do limite aceitável), o que faz com o que o rio não tenha capacidade de autodepuração, ou seja, de retornar às condições ecológicas originais.

O relatório faz a análise e o comentário dos dados de monitoramento da CETESB com amostragens no Rio Pinheiros e alguns de seus afluentes nos meses de janeiro, março, maio, julho, setembro e novembro de 2013.  

No total, foram oito pontos analisados: Pedreira, Foz do Zavuvus (próximo à Estação Jurubatuba da Linha 9 - Esmeralda da CPTM), Ponte do Socorro, Águas Espraiadas, Avenida Bandeirantes, Foz do Pirajuçara, Jaguaré e Foz do Pinheiros (próximo da Vila Leopoldina).

Os córregos cujas águas mais contribuem para a poluição e a degradação do Rio Pinheiros são o Foz do Zavuvus e o do Pirajuçara, que são os que possuem as piores cargas de poluição, por conta da urbanização precária de segmentos significativos do território de suas sub-bacias.

Embora o relatório aponte que o esgoto doméstico ainda é o principal poluente, mesmo que já seja coletado em parcela majoritária da bacia do Rio Pinheiros, mostra também que existem outras fontes de poluentes que influenciam na degradação das águas do Pinheiros.  Trata-se da poluição que vem das ruas, do lixo que não é coletado, dos descartes irregulares e não fiscalizados, dos postos de gasolina, enfim, de toda a carga de emissão chamada de poluição difusa, porque sua origem é espalhada por todo o território.

As altas toxidades encontradas em muitos locais e amostragens indicam claramente a presença de outras fontes de poluição além do esgoto doméstico, sejam elas de origem difusa, sejam de origens pontuais e fixas eventualmente não fiscalizadas. As cargas difusas são levadas aos córregos pelas primeiras águas de cada chuva, que levam consigo o esgoto acumulado, os detritos e toda sorte de poluentes”, comenta Stela Goldenstein, diretora-executiva da Águas Claras de Pinheiros. 

Outro aspecto apontado pelo relatório é a não indicação de presença significativa de poluição industrial, seja porque houve controle, seja porque houve desindustrialização da região.  Por apresentarem e discutirem mais os padrões de poluição, Stela acredita que os estudos feitos pela Águas Claras servirão como subsídio para a definição de estratégias eficazes de despoluição e de revitalização das águas da Bacia do Rio Pinheiros.

“Esse monitoramento permite  identificar os padrões de poluição, suas origens e características, o que  é fundamental para que se façam as melhores escolhas de tecnologias, de modelos institucionais, financeiros e urbanísticos de recuperação das águas urbanas. O desafio é imenso e exige novos olhares e muita inovação”, analisa.
http://ciclovivo.com.br/noticia/relatorio-analisa-poluicao-do-rio-pinheiros

Saiba a história do Rio Pinheiros (ONG  Águas Claras do Rio Pinheiros)
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Confluência dos Rios Pinheiros e Tietê, 1929. Crédito: Domínio público.
Se perguntar ao jovem paulistano qual rio da cidade de São Paulo foi utilizado para a realização de regatas, é muito provável que a resposta não seja o Rio Pinheiros. Aproveitado por clubes esportivos situados em seu entorno, o rio já serviu como local de lazer e de inúmeras competições. Mas com a industrialização do estado, em meados da década de 40, o mesmo rio utilizado pelos atletas foi se transformando em um dos grandes problemas ambientais que a maior cidade do país enfrentaria durante as próximas décadas.
Nos tempos coloniais era chamado de Jurubatuba, que em tupi significa "lugar com muitas palmeiras jerivás". Foi a partir de 1560, quando os jesuítas criaram um aldeamento indígena de nome Pinheiros em virtude da grande quantidade de pinheiros-do-paraná da região, que o rio também passou a ser chamado de Pinheiros.
O principal caminho de acesso à aldeia era o Caminho de Pinheiros, que hoje é a rua da Consolação. Com a construção de pontes, idealizadas para permitir sua travessia, aos poucos suas margens foram sendo ocupadas.
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Cochos (para prática de natação) no Rio Pinheiros, 1932.
Crédito: Centro Pró-Memória do Esporte Clube Pinheiros.
No início do século XX, com a chegada de imigrantes que também se instalavam às suas margens, o rio começou a se transformar e sofrer as primeiras de muitas modificações. A partir de 1940, devido ao alto índice de enchentes e à uma crise energética caracterizada pelo rápido e constante crescimento da cidade, foram iniciadas as obras de retificação do Rio Pinheiros canalizando e direcionando seu fluxo para a Represa Billings, invertendo, com a usina da Traição, o sentido das águas. Assim, foram formadas as condições para a instalação da Usina Hidrelétrica Henry Borden, em Cubatão.
Recebendo águas do Rio Tietê, pelo Rio Pinheiros e pela Billings, através do desnível de mais de 700 metros da Serra do Mar, a usina gerava energia e ajudava a suprir a necessidade que a metropóle, ainda em crescimento, precisava para se desenvolver.
Essas obras, junto com a construção de vias expressas de tráfego, fizeram com que o Rio Pinheiros se isolasse do cotidiano das pessoas antes mesmo de suas águas estarem contaminadas pela poluição.


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Érica Sena
Pensar Eco

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