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sábado, 20 de fevereiro de 2016

Era dos extremos: desastres naturais refletem ação humana no clima





Quem costuma viajar pelo Brasil certamente está enfrentando problemas na hora de fazer as malas. Em São Paulo, um verão mais frio, com ventos gelados à noite. Na região Nordeste, uma forte seca, com termômetros na casa dos 40ºC. Por fim, no Sul, chuvas torrenciais e enchentes. O tamanho continental do país contribui, em partes, para explicar temperaturas tão díspares umas das outras. Porém, a instabilidade climática e os desastres naturais também refletem os efeitos que o aquecimento global causa em todo o mundo.

Os mais céticos costumam lembrar que o aumento de temperatura na superfície terrestre é um processo natural e que, no fim de 2015, ocorreu o fenômeno El Niño, que provoca mudanças climáticas importantes em várias regiões. Porém, é a ação humana a principal responsável pela explosão desses índices. Apenas nas últimas três décadas, a presença de carbono na atmosfera passou de 340 ppm (partes por milhão) para 400 ppm, de acordo com a Agência Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA). O crescimento é idêntico ao registrado nos dois séculos anteriores.

Com mais substâncias tóxicas na natureza, é inevitável que a temperatura da Terra aumente consideravelmente – contribuindo para o acontecimento de desastres naturais. Assim, países com grande extensão territorial registram diferentes fenômenos ao mesmo tempo e encontram dificuldades para socorrer situações emergenciais. No Brasil, por exemplo, 96 milhões de pessoas foram afetadas direta ou indiretamente por estiagem, chuvas ocorridas entre outras tragédias, segundo o Atlas Brasileiro de Desastres Naturais.

Este desequilíbrio não é exclusividade nossa. A ONU estima que 600 mil pessoas morreram em todo o mundo por conta de fenômenos naturais entre 1995 e 2014 – outras 4,1 bilhões ficaram feridas, desabrigadas ou necessitadas de ajuda emergencial (58% da população mundial). Além disso, levantamento da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura) estima que os desastres tenham causado um prejuízo de US$ 1,5 trilhão apenas na questão alimentar entre 2003 e 2013.

Por mais que seja impossível prever quando e onde um desastre natural pode ocorrer, algumas medidas podem ser adotadas para evitar que se ampliem. A principal ação, já orientada na Conferência do Clima, realizada no fim de 2015, consiste na diminuição imediata do dióxido de carbono emitido pela indústria global. Depois, é preciso que o poder público, as empresas e o terceiro setor pensem em políticas públicas que possam, de fato, promover a sustentabilidade em todas as atividades humanas, poupando recursos naturais e evitando descontrole climático.

Antigamente, as sociedades primitivas rezavam aos deuses para evitar – ou pedir – fenômenos naturais. Hoje, além das preces, é possível fazer sua parte para evitar que desastres possam afligir um país inteiro. (Flávia Pini *)


* Flávia Pini é Diretora de Marketing da GreenClick, empresa que contribui com a neutralização da emissão de CO2 no país

Fonte: Nb Press

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Abs,
Érica Sena
Pensar Eco

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