Crédito de Imagem:Mapio Net - Ponte Atílio Fontana |
Estava eu andando de transporte público hoje pela manhã.
Estava em pé, na minha frente, estava sentada uma mãe e seu filho que
aparentava uns 5 anos, ou menos, e ao passarmos pela ponte em cima do Rio Tiete
o menino disse a mãe “Olha, um Rio! “ E a mãe, respondeu, “não é não, é esgoto.
Rio é o que tem onde sua avó mora, com água limpa! ”. Fiquei perplexa ao ouvir
aquilo, mas me segurei para não falar nada, e engoli, ou melhor NÃO ENGOLI, a
resposta até agora, horas depois. Fui o restante do caminho refletindo, e
voltei refletindo sobre essa resposta dessa mãe.
Quanto descaso com os nossos rios, nossas florestas, enfim,
com a natureza em geral!! Como podemos criar cidadãos conscientes, se muitos
recebem uma bagagem tão negativa como a deste menino? Será que algum dia ele
terá respeito pelos rios urbanos, ou só respeitará o rio onde vive sua avó?
Se muitas pessoas enxergarem o Rio Tietê, Pinheiros e tantos
outros rios urbanos como depósito de esgoto, que respeito darão a eles? Com certeza
continuarão a jogar lixo e esgoto e tratá-lo com descaso. Preocupante!!!
Pensando neste menino, e até nesta mãe desinformada, e em
muitos outros meninos e meninas por aí, que vejo a necessidade urgente da
Educação Ambiental efetiva no ensino básico, nas reuniões de comunidade, nos
meios de comunicação, usando uma linguagem simples, mas sedutora, sobre a
temática ambiental, que leve ao entendimento de todos, e a construção de uma sociedade
mais consciente, engajada em lutar pela qualidade de vida do seu entorno, que
enxergue a natureza como o nosso maior presente, preservando-a.
Falamos muito de meio ambiente, mas muitas das vezes falamos
entre nós, que gostamos e somos engajados na luta ambiental, e para os demais,
que pouco conhecem a importância de conservar a natureza, como meio de
sobrevivência, falamos? Venho sentindo há anos que não estamos conseguindo
sensibilizar a grande massa, e sim focos pontuais, principalmente de classes
com melhores condições financeiras. Muitos continuam achando que o rio, as
coberturas vegetais são estorvos, e não prestam pra nada.
Será que os professores que educam as crianças nas primeiras
séries até o ensino médio estão sendo capacitados a passar a Educação
Ambiental, ou será que continua do mesmo modo de que quando eu lecionava, que
esse assunto ficava apenas para os professores de ciências, biologia e
geografia? Educação ambiental, enquanto não vira matéria obrigatória, tem que
ser interdisciplinar, cabendo a todos os educadores saberem passar informações
importantes.
Estamos bem longe do que deveríamos estar, me incluo também,
e isso me incomoda, porque a tempo urge, a natureza continua sendo devastada e
poluída a preço de banana, e grande parte da sociedade assiste a tudo como se
não fosse nada com ele. Temos que mudar de atitudes, e temos que sensibilizar
nosso entorno a mudar também, através da Educação ambiental.
Talvez, eu deveria ter me metido na conversa de hoje, e
informado aos dois, que mesmo cheio de esgoto, sujo, feio e fedido, ele era um
rio, doente, devido as nossas atitudes insustentáveis, mas com chances de se
recuperar. Mas, não fiz, me acovardei diante de tanta ignorância e desprezo, e
confesso que estou com isso preso na garganta, por isso resolvi escrever.
Precisamos olhar pelas nossas crianças e traze-las para
nossa luta em prol do meio ambiente. Elas poderão ensinar seus pais, irmãos e
avós. Se perdermos essa possibilidade, adeus futuro com qualidade para a
espécie humana.
#EducaçãoAmbientalJá
Érica Sena
02/05/16
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