terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Férias: ufaaaaa!!! Até a volta!!!



 Meus caros amigos leitores,

 estou saindo de férias... vou ficar longe do blog por algumas semanas, mas com certeza estarei cheia de idéias para futuros postsem 2010!

  Mas mesmo assim, podem continuar mandando emails, comentários, mas só serão respondidos e aceitos após minha volta.

       Desejo um ótimo fim de ano a todos.
Lembrem-se que o Natal é muito mais que presentes, mas  é o  momento de doação, de paz e principalmente de  renovação:
  • da  fé em algum ser maior, dependente da sua crença;
  • das expectativas para o próximo ano;
  • dos sonhos e metas;
  • enfim, de transformar o que não nos é mais de uso.
   Que este ano de 2010 todos nós passemos por um processo de reciclagem de sentimentos, de ideais, e de atitudes sustentáveis!!!

 Agradeço a atenção de todos durantes esses meses e espero continuar com vcs no ano que vem!!!






 Que Deus ilumine o caminhos de todos nós!!!!

 Bom Natal e um 2010 sustentável!!



Reflexão!!!!


"A terra ensina-nos mais acerca de nós próprios do que todos os livros. Porque ela nos resiste."
Antoine de Saint-Exupéry



"Só quando a última árvore for derrubada, o último peixe for morto e o último rio for poluído é que o homem perceberá que não pode comer dinheiro."
Provérbio Indígena



    “Se você tem metas para um ano. Plante arroz
Se você tem metas para 10 anos. Plante uma arvore
Se você tem metas para 100 anos então eduque uma criança
Se você tem metas para 1000 anos, então preserve o meio Ambiente.”
Confûcio




 Bjossss,


 Até a volta.....
                  Érica Sena
                                              

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

André Trigueiro- Quem ganha e quem perde com o fracasso em Copenhague

Domingo, 20/12/2009

Quem ganha e quem perde com o fracasso em Copenhague- André Trigueiro



Ouça...


CBN - A rádio que toca notícia - André Trigueiro

Essa história já me ajudou bastante( e ainda me ajuda). Quem sabe possa te ajudar tb???

                                    Parábola da Vaquinha

Um Mestre da sabedoria passeava por uma floresta com seu fiel discípulo quando avistou ao longe um sítio de aparência pobre e resolveu fazer uma breve visita...

Durante o percurso ele falou ao aprendiz sobre a importância das visitas e as oportunidades de aprendizado que temos, também com as pessoas que mal conhecemos.

Chegando as sítio constatou a pobreza do lugar, sem calçamento, casa de madeira, os moradores, um casal e três filhos, vestidos com roupas rasgadas e sujas... então se aproximou do senhor aparentemente o pai daquela família e perguntou:

- Neste lugar não há sinais de pontos de comercio e de trabalho; como o senhor e a sua família sobrevivem aqui?

E o senhor calmamente respondeu:

- Meu amigo, nós temos uma vaquinha que nos dá vários litros de leite todos os dias. Uma parte desse produto nós vendemos ou trocamos na cidade vizinha por outros gêneros de alimentos e a outra parte nós produzimos queijo, coalhada, etc...; para o nosso consumo e assim vamos sobrevivendo.

O sábio agradeceu a informação, contemplou o lugar por uns momentos, depois se despediu e foi embora.

No meio do caminho, voltou ao seu fiel discípulo e ordenou:
- Aprendiz, pegue a vaquinha, leve-a ao precipício ali na frente e empurre-a, jogue-a lá em baixo.

O jovem arregalou os olhos espantado e questionou o mestre sobre o fato da vaquinha ser o único meio de sobrevivência daquela família, mas, como percebeu o silencio absoluto do seu mestre, foi cumprir a ordem.

Assim empurrou a vaquinha morro abaixo e a viu morrer. Aquela cena ficou marcada na memória daquele jovem durante alguns anos e um belo dia ele resolveu largar tudo o que havia aprendido e voltar naquele mesmo lugar e contar tudo aquela família, pedir perdão e ajudá-los.

Assim fez, e quando se aproximava do local avistou um sítio muito bonito, com arvores floridas, todo murado, com carro na garagem e algumas crianças brincando no jardim.

Ficou triste e desesperado imaginando que aquela humilde família tivera que vender o sítio para sobreviver, "apertou" o passo e chegando lá, logo foi recebido por um caseiro muito simpático e perguntou sobre a família que ali morava há uns quatro anos e o caseiro respondeu:

- Continuam morando aqui.

Espantado ele entrou correndo na casa; e viu que era mesmo a família que visitara antes com o mestre.

Elogiou o local e perguntou ao senhor (o dono da vaquinha):
- Como o senhor melhorou este sítio e está muito bem de vida???

E o senhor entusiasmado, respondeu:
- Nós tínhamos uma vaquinha que caiu no precipício e morreu, daí em diante tivemos que fazer outras coisas e desenvolver habilidades que nem sabíamos que tínhamos, assim alcançamos o sucesso que seus olhos vislumbram agora ...

Ponto de reflexão:
Todos nós temos uma vaquinha que nos dá alguma coisa básica para sobrevivência e uma convivência com a rotina. Descubra qual é a sua.


Aproveite esse final de ano para empurrar sua "vaquinha" morro abaixo.!!! Eu farei o mesmo!!!

  ÉRICA


'Acordo de Copenhague' não tem nem duas páginas e meia

Era para os países assinarem cortes de gases-estufa segundo as recomendações científicas do IPCC, o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, explicadas em detalhes ao mundo em 2007 .

Mas o fruto de dois anos de preparativos e duas semanas de conferência foi um texto com duas páginas e meia (nem isso). Não tem as metas. Vem com algumas cifras, mas sem explicar como o dinheiro será captado e administrado.

O texto é uma declaração de intenções. Não tem efeito vinculante, mas mesmo que tivesse, não vincularia ninguém a nada muito decisivo. Os países admitem que de fato é bom evitar uma alta da temperatura em 2°C neste século, concordando com os cientistas (parágrafo 1).

Daqui a cinco anos volta-se ao debate para ver se não é ainda melhor deixar escrito que é sensato tentar impedir uma alta de 1,5°C (12º e último parágrafo). É um afago para Tuvalu e outras ilhas, que podem desaparecer sob as águas com uma alta da temperatura superior a um grau centígrado e meio.

O “detalhe” da redução das emissões a médio prazo (2020) fica para mês que vem, mais precisamente até o dia 31 de janeiro. Os países deverão providenciar "informações nacionais" (o “nacionais” é para ressaltar a soberania das partes e aplacar a ira chinesa) contando para a ONU como estão combatendo o aquecimento global - ou não. Isso está no parágrafo 4.

Objetivos de longo prazo (2050) não foram mencionados.

No papel não há metas, mas há menção a dinheiro (parágrafo 8). Não significa que ele vai de fato pingar, porque o texto, que não tem força legal, não explica quais mecanismos institucionais seriam responsáveis pela gestão dos recursos.

Está escrito que as nações ricas se comprometem a direcionar US$ 30 bilhões nos próximos três anos para ajudar nações pobres a lidar com as alterações climáticas.

Os EUA haviam anunciado que entrariam com US$ 3,6 bilhões; o Japão, com US$ 11 bilhões; a União Europeia, com US$ 10,6 bilhões. Os US$ 4,8 bilhões que faltam hão de ser financiados por alguém.

Entre 2013 e 2020, o aporte seria elevado para US$ 100 bilhões por ano. (Fonte: G1)

Fonte: Ambiente Brasil

Há muito o que fazer, segundo a Campanha TicTacTicTac






Não temos ainda o tratado justo, ambicioso e legalmente vinculante que milhões de pessoas por todo o planeta exigiram. Mas é impossível não sentir uma enorme esperança, vendo um movimento que cresceu tanto, tão rápido.

Os "lideres mundiais" ainda podem fazer o que é preciso, e entregar o que devem à Humanidade. Não esperamos menos, e não aceitaremos menos.

Eles ainda têm muito que fazer. E nós também!

Apesar de mais de 120 "líderes mundiais" terem ido a Copenhague, eles foram incapazes de resolver os obstáculos que bloquearam o caminho para um resultado decente. Desapontamento e decepção são os primeiros sentimentos pelo que eles não fizeram.

Apesar disso, é impossível pensar nas últimas duas semanas e não sentir uma enorme esperança! Vimos ao longo deste ano o rapidíssimo crescimento de um processo de articulação e mobilização social, no Brasil e em todo o planeta, que não arrefecerá. Milhões de pessoas e centenas de organizações, em praticamente todos os países do mundo, estão agora despertas e conectadas em torno da questão do clima, demandando medidas urgentes, com efetividade e justiça climática.

Nós, brasileiros, além de esperança devemos sentir um grande orgulho, pelos resultados de nosso trabalho. Sem sombra de dúvida, a mobilização da qual a campanha TicTacTicTac e seus parceiros são partes fundamentais, foi um fator decisivo na posição adotada pelo Brasil na CoP15, sintetizada no discurso e nas ações do presidente Lula, especialmente nos dias 17 e 18 de dezembro (veja em nosso site esse discurso histórico).

Agora, esta é nossa palavra de ordem: Há Muito Por Fazer!

Resumimos assim nossa conclusão sobre a CoP15: os chefes de estado e diplomatas responsáveis por dar à sociedade mundial referências claras e instrumentos efetivos para o combate às mudanças climáticas falharam em Copenhague, e têm um dever a terminar. Também nós, sociedade civil global, temos muito que fazer, para manter a pressão e ampliar a mobilização pelo que queremos e precisamos.

Se ligue no site www.tictactictac.org.br.

Repasse para todos seus contatos. Insista. Quem ainda não participa do abaixo-assinado, que se una agora ao nosso movimento global!

Saímos da CoP15 com ânimo redobrado. O ceticismo, o desânimo e o derrotismo não destruirão nosso movimento, que reuniu já mais de 15 milhões de assinaturas e colocou 100.000 pessoas marchando em Copenhague dia 12 de dezembro, representando a esperança dos que, em todo o planeta, compartilharam a bandeira da campanha TicTacTicTac / TckTckTck. Colocar 120 "líderes mundiais", reunidos e encurralados pela opinião publica, trabalhando noite adentro para tentar fazer em 2 dias o que deveriam ter feito em 2 anos já foi uma enorme vitória.

O mesmo podemos dizer da inédita atenção que o tema teve das empresas, da mídia, dos políticos e do público em geral. Mesmo ainda sem uma boa base para políticas públicas, são conquistas irreversíveis.

2010 será um ano de muitas realizações. Os "lideres mundiais" ainda podem fazer o que é preciso e entregar o que devem à Humanidade.

Não esperamos menos, e não aceitaremos menos. Eles ainda têm muito que fazer. E nós também!

Campanha TicTacTicTac

domingo, 20 de dezembro de 2009

Procurando bons vídeos, achei o de Jacob P. Goldberg- Depressão!

 Assisti esse programa e gostei muito dessa entrevista no Programa Mulheres na TV Gazeta ,tanto é que escrevi para ele.... E agora, achei o vídeo ...muito bom!!!
Saiba mais sobre esse excelente psicólogo em seu blog:



Dr. Jacob Pinheiro fala sobre Depressão no Programa Mulheres da TV Gazeta do dia 08 de outubro de 2009.

A criança em seu mundo- Mário Sérgio Cortella


De acordo com o educador Mário Sérgio Cortella, nós estamos sacando o futuro por antecipação. Significa que nós estamos gastando os meios que permitiriam a existência de próximas gerações. Segundo sua análise, nós anunciamos às crianças: ?Não haverá futuro, não haverá meio ambiente, não haverá segurança, não haverá trabalho. Vocês não têm presente!? A criança tem o mundo da imaginação, da poesia, da fábula, da infância, e muitas vezes, os adultos não conseguem entrar nesse mundo. Mas, segundo o próprio educador, é preciso criar relações mais próximas com as crianças e saber quais são as suas necessidades e desejos para que possamos formar cidadãos conscientes e atuantes. O programa traz ainda a participação da atriz Maria Luisa Mendonça que interpreta o poema "Verbo Ser", de Carlos Drummond de Andrade e texto de Carl Jung. O programa Café Filosófico é uma produção da TV Cultura em parceria com a CPFL Energia.


Fonte: Café Filosófico - A criança em seu mundo - Mário Sérgio Cortella
51:44 - 2007
 

 

Dica do Pensar Eco..TV CULTURA!

Hoje, domingo, passou na Tv Cultura um especial sobre a COP 15, e eu curiosa ao extremo...rs entrei no site dessa emissora.






Lá encontrei várias coisas legais, dentre elas:



Boa semana!!
ÉRICA

Tempo de férias e calor...Que tal surfar com uma prancha ecológica - e-board?















Daniel Aranha, dono da fábrica de pranchas SurfWorks, no Guarujá, São Paulo. Em um ano, ele concebeu, testou e começou a vender a prancha ecológica

Lendo uma das matérias da Revista Época dessa semana, sem ser sobre a frustrante COP15, me deparei com um assunto interessante,  inovador e brasileira: a prancha ambientalmente correta desenvolvida por um brasileiro de SP- DANIEL ARANHA( empresário surfista).


Segundo a  Época,

Num galpão no charmoso bairro paulistano da Vila Madalena, o surfista e fabricante de pranchas Daniel Aranha trabalha e sonha ao mesmo tempo.

O objetivo do microempresário de 24 anos é oferecer ao mundo a possibilidade de pegar onda usando um equipamento amigo da natureza.

Por mais saudável que o surfe possa parecer, a prancha comum pode representar um pequeno pesadelo para os ambientalistas mais sensíveis, resultante de um processo de fabricação que usa (e, muitas vezes, desperdiça) materiais tóxicos, não recicláveis e não degradáveis

. Por isso, no fim de 2008, Aranha começou a projetar uma alternativa, que exigiria inovações de conceito, marketing e tecnologia. Em outubro, ele finalmente começou a vender a e-board, a prancha ambientalmente correta.

Veja como ela é feita:



A SurfWorks ilustra bem a estratégia de um grupo crescente de pequenas empresas brasileiras. Elas tiram vantagem da “onda verde” e do próprio porte reduzido, que facilita a inovação e a resposta rápida a novos desejos do consumidor, afirma Mário Monzoni, coordenador do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Eis alguns exemplos de pequenas empresas brasileiras que seguem o rumo da SurfWorks do André na ONDA VERDE:
 
- Care-Electric: desenvolve turbinas geradoras de eletricidade menos agressivas ao meio ambiente. O projeto foi agraciado com o título de “pioneiro tecnológico” no Fórum Econômico Mundial;

- Surya Brasil: produz cosméticos orgânicos, sem testes com animais. Ganhou o Prêmio Eco 2009, da Câmara Americana de Comércio e do jornal Valor Econômico, na categoria Sustentabilidade no Modelo de Negócios;

- Ecoshop: cria artesanato ambientalmente responsável, em parceria com comunidades indígenas. Ganhou da FGV o Prêmio de Responsabilidade e Sustentabilidade no Varejo em 2008;

- Termogal: trata superfícies para torná- -las mais resistentes. Seus projetos de descarte zero e reaproveitamento de resíduos lhe deram o primeiro lugar no Prêmio da Confederação Nacional da Indústria em 2008, entre pequenas indústrias, na modalidade Desenvolvimento Sustentável.



A “prancha verde” custa
o dobro das comuns. “Quem pega onda quer ajudar
o meio ambiente”, diz Aranha 


Se interessou ?
Mais detalhes nos sites:

http://wesurf.wordpress.com/2009/09/23/prancha-ecologica-e-board/
Fontes: Revista Época, Blog e-boards,  Wesurf


Revista Época: O que falta para salvar o clima?- Alexandre Mansur

A lista é extensa, difícil e incerta – mas a Conferência do Clima de Copenhague mostrou que a emissão de gases poluentes virou um problema que o mundo não pode mais ignorar


Fotos: Ed. Ferreira/AE, Attila Kisbendek/AFP, Ludovic/AFP, Xinhua/ZumaPress.com e Ints Kalnins/Reuters
DISCURSO DE LÍDER
Da esq. para a dir., os presidentes Lula, Obama e Sarkozy e os primeiros-ministros Wen e Brown falam em Copenhague. Eles reconheceram que o clima definirá a pobreza e a riqueza das nações
Quem via o vendedor de maçãs orgânicas circulando pelos corredores do prédio de convenções em Copenhague que abrigou a conferência do clima nas últimas semanas, o Bella Center, imaginava um legítimo ecologista de raiz dinamarquês. Simon Kristensen, de 21 anos, não era presidente, presidenciável, ministro nem príncipe, mas atraía a atenção pela camiseta verde-limão e pelas maçãs. Elas traziam um sabor adocicado a um evento a que não faltaram discursos amargos e lanchonetes ruins. Mas Simon diz que não compra produtos ecológicos ou orgânicos “porque são caros”. Aprendeu sobre a crise climática na escola, quando fez um trabalho de geografia comparando as opiniões do militante ex-vice-presidente americano Al Gore com as do economista cético dinamarquês Bjorn Lomborg (ambos presentes no Bella Center). Diz que largou a faculdade porque não oferecia contato real com as pessoas. “Quero ser policial”, afirma. Para o próximo ano, diz que vai estudar para a academia de polícia. Enquanto ele estiver fazendo isso, os delegados, ativistas, lobistas e pesquisadores que deixarem a COP15 terão a missão de detalhar acordos difíceis. Para que a luta contra o aquecimento global ajude a salvar o futuro até de quem não está ligado à causa, como Simon.
No fim da tarde da sexta-feira, vazou o rascunho da declaração final, de três páginas, dos presidentes. Ele não é um acordo, mas estabelece as bases para a negociação continuar. Entre as novidades, ele inclui a necessidade de orientar as metas de redução tendo por objetivo limitar a elevação da temperatura global em 2 graus célsius. Prevê investimento de US$ 30 bilhões de 2010 a 2012 para ajudar os países em desenvolvimento. E uma mobilização para formar um fundo de US$ 100 bilhões por ano de 2012 a 2020. O principal avanço é a entrada dos Estados Unidos no processo. O país, que estava fora desde o Protocolo de Kyoto, em 1997, é o maior emissor – e vital para o sucesso de qualquer futuro tratado global.
Mesmo que o produto da COP15 decepcione alguns, os holofotes que o mundo lançou sobre Copenhague revelam a relevância conquistada pela questão climática e a continuidade da negociação. Quanto aos resultados, é possível arriscar duas conclusões. A primeira é que o mundo já mudou. O acúmulo discreto de gases quase sempre insípidos, inodoros e incolores nas altas camadas da atmosfera finalmente virou um problema ameaçador demais para ser ignorado. Ele pode trazer prejuízos incalculáveis. E pode mover multidões de eleitores, como os 100 mil que marcharam na semana passada em Copenhague e os mais de 700 ativistas presos pela polícia. O aquecimento global também pode criar e destruir negócios. E até ajudar a decidir eleições, pelo que se viu no desfile de pré-candidatos presidenciais do Brasil na COP15. Um observador irônico comentou que a intensidade dos protestos e a da repressão policial típicas do Fórum Econômico Mundial, em Davos, tinham se transferido para cá. Não é à toa. A crise do clima virou fator determinante para a riqueza e a pobreza das nações nas próximas décadas.
Essa transformação global também significou um novo e mais relevante papel internacional do Brasil. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi uma das figuras centrais na COP15. Estava tão à vontade no papel que aproveitou para passar um pito nos outros chefes de Estado. “Sinceramente, estou decepcionado por entrar em reuniões de alto nível, com figuras proeminentes, e ser submetido a discussões que não esperava mais ver”, disse, em seu principal discurso. “Me lembrou os debates dos tempos de líder sindical.” A plateia aplaudiu. Além de ter sucesso nos palcos, Lula articulou nos bastidores para quebrar os impasses nas negociações, com Wen e o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown. Esse empenho pessoal de Lula pode significar que, de agora em diante, o meio ambiente deve entrar no centro das preocupações do país. “O meio ambiente subiu para o mais alto processo decisório no Brasil”, disse a senadora Marina Silva, citando a inédita presença do presidente, de três ministros e de todos os governadores da Amazônia numa COP. “O Brasil mudou.”
A segunda grande conclusão de Copenhague é que há uma lista de questões importantes e espinhosas a resolver nos próximos meses. Elas ficaram claras nos embates dentro do Bella Center. Serão decisivas para determinar o sucesso ou o fracasso de qualquer tentativa de administrar os humores da atmosfera. A seguir, o que falta resolver para enfrentar o aquecimento global de forma eficaz.
Pawel Kopczynski
A FAVOR DO CLIMA
Manifestantes desafiam a polícia nos arredores do Bella Center. A tensão lembrou os protestos no fórum de Davos


1. Como punir os países que não cumprirem os acordos?
“Só a execração pública”, diz o físico Luiz Gylvan Meira Filho, da Universidade de São Paulo, e um dos fundadores da negociação. “É o que mais funciona, por enquanto.” Não há tribunal internacional para o clima. A proposta apresentada por Gylvan no acordo de Kyoto, em 1997, era criar um fundo de desenvolvimento limpo, com dinheiro das multas cobradas aos países em falta. Por pressão americana, o item foi transformado num mecanismo voluntário para os países industrializados compensarem suas emissões, comprando créditos dos outros. Uma saída em discussão é uma comissão de apelação, como na Organização Mundial do Comércio, que estabeleça punições comerciais para países em falta, porque as barreiras comerciais virão, mesmo que unilateralmente.

2. Como medir com segurança a redução nas emissões?
“Insisto na necessidade de transparência e verificação para a criação de um fundo de ajuda”, disse Obama. Lula, porém, lembrou que isso só deve se aplicar a projetos financiados pelos países ricos. “Nossa experiência com a ingerência externa do FMI e do Banco Mundial não é boa”, afirmou. Independentemente de quem fiscalizar, a precisão deve aumentar. As metas de reduções nas emissões, motivo de discussões e até batalhas nas ruas de Copenhague, parecem números absolutos. Mas ainda são estimativas. Hoje não há como medir com precisão quanto um país joga ou deixou de jogar na atmosfera. Esses indicadores terão de melhorar, e ganhar verificação externa, quando cada item porcentual de compromisso de redução custar caro na economia. Segundo Carlos Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, a conta da emissão fóssil tem margem de erro de 5% a 8%. Na agricultura, setor importante para países como o Brasil, a incerteza é maior: de 20% a 25%.

3. Como avaliar o esforço adicional dos países emergentes?
A conta fica mais complexa no compromisso dos países em desenvolvimento. Eles devem realizar ações para reduzir as emissões que alcançariam em 2020 se não fizessem nada contra o aquecimento. Esse esforço extra, chamado “adicionalidade” no jargão das COPs, é subjetivo. Como provar que tipo de projeto um país ou empresa executariam de qualquer modo, sem as pressões ambientais? O governo brasileiro assumiu voluntariamente a meta de reduzir, na próxima década, de 36% a 39% suas emissões em relação ao que elas cresceriam no plano original. Mas que plano original era esse? Fontes do governo revelam que, para a conta fechar, os técnicos mexeram no número suposto de hidrelétricas (fonte limpa de emissões) que o país construirá até 2020, de modo a aumentar o impacto previsto das termelétricas (poluidoras).

4. Como usar os créditos para conservação de florestas?
Cerca de 18% do aquecimento global é causado pelos gases da queima de florestas. Por isso, parte da redução nas emissões assumidas pelos países industrializados será obtida com a compra de créditos de nações em desenvolvimento e ricas em florestas, como o Brasil, que provarem ter diminuído a devastação. Pensando nisso, o índio Almir Suruí anunciou, em um evento paralelo da COP, uma parceria com a ONG americana Forest Trends, o Google e o governo da Califórnia para negociar a preservação de sua reserva, em Rondônia. Projetos como esse dependem de uma complicada avaliação técnica da densidade da vegetação local e de quanto ela estaria ameaçada se nada fosse feito. E é uma medida injusta – ou ineficaz. As florestas mais exploradas e vulneráveis têm 120 toneladas de carbono por hectare, enquanto as mais inacessíveis e conservadas chegam a 350 toneladas. Para simplificar, Tasso Azevedo, assessor do Ministério do Meio Ambiente e responsável pela elaboração da política florestal do país, tem um plano nacional, que deverá ser detalhado no ano que vem. “Vamos criar um preço mínimo”, diz. Quem comprovar ser dono de uma área e cuidar da preservação pode tentar negociar esses créditos no mercado, ou vendê-los ao governo.
O Brasil investirá US$ 166 bilhões para reduzir emissões
e está disposto a contribuir com um fundo global
 

5. Como aplicar o dinheiro destinado à mitigação?
É razoável que os países industrializados, responsáveis pela maior parte do aquecimento global até agora, financiem parte da transição das economias mais pobres para um caminho menos poluente. O presidente Lula afirmou que o Brasil não barganharia sua parte, investiria US$ 166 bilhões por conta própria e ainda estaria disposto a contribuir com um fundo global. A questão não é mais reunir o dinheiro, mas como usá-lo de forma inteligente. A ideia mais falada na COP eram os fundos nacionais, que incentivam fontes renováveis de energia. Alguns consultores temem, porém, que a decisão do governo de investir nisto ou naquilo leve ao desperdício, pela dificuldade de avaliar onde está a melhor relação custo-benefício e pela vulnerabilidade ao lobby de alguns setores. É o que sugere a experiência americana com o etanol. Subsídios federais mantêm o programa de etanol de milho, graças ao poder eleitoral dos Estados produtores, impedindo a competição com o álcool do Brasil, mais barato. E pesquisas afirmam que, considerando as etapas de produção e transporte, o etanol americano nem tira carbono da atmosfera. A solução preferida pelos consultores privados é que os governos estabeleçam um preço mínimo para o carbono que os projetos deixam de emitir. E que as empresas, ONGs ou mesmo governos locais montem projetos para disputar os créditos gerados pela mitigação das emissões.
Nas próximas três semanas, José Miguez, coordenador-geral de mudanças climáticas no Ministério de Ciência e Tecnologia, um dos mais experientes negociadores na COP, vai tirar licença de Natal e Réveillon. “Na primeira semana de folga, eu sonho todas as noites com os documentos, com cada palavra e os colchetes”, diz. “Só depois é que começo a dormir bem.” Difícil será ele manter o sono no ano que vem. Quando ele voltar, terá mais trabalho do que nunca, porque, depois de Copenhague, o mundo enfim despertou para a importância das mudanças climáticas.



Virginia Mayo
LANCHE ORGÂNICO
Simon Kristensen vende frutas na COP15. Suas maçãs trouxeram um sabor adocicado a uma conferência cheia de discursos amargos 
 
Revista Época, Alexandre Mansur (18/12)



 

sábado, 19 de dezembro de 2009

Loucura minha...

Oi galera,

 coloquei um 4  a mais...cop 145 éeee boaaaa!!!
Já arrumei...

 Amanha prestarei o concurso da CETESB, estava tentando ler algo sobre o que vai cair....
Bom domingo!!!

O mundo se frustra com o resultado da COP 15!!!






sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Vídeos sobre o último dia da COP 15!!





Em Copenhague, o presidente Lula declarou que o Brasil está disposto a ajudar outros países nas questões climáticas. Mas ele afirmou não saber se será possível a criação de um documento na Cop-15.





Clima de tensão entre China e Estados Unidos foi atenuado numa reunião entre chefes de Estado, de que também participaram líderes de Brasil, Índia e África do Sul. Documento final está sendo redigido.








  • "Não é suficiente para combater a ameaça da mudança climática, mas é um primeiro passo importante" 18/12/09 - Obama


    Será?????
     ÉRICA

Presente político versus futuro ambiental - Mario Cesar Flores



A declaração atribuída à ex-ministra Marina Silva de que "a sociedade precisa exigir urgência" (Estado, 29/11), referida à questão ambiental, sugere uma dúvida: a urgência a ser exigida teria motivação homogênea?

Vivemos num mundo em parte desenvolvido, rico e consumista e, em grande parte, em desenvolvimento ou subdesenvolvido e pobre. Essa grande parte aspira à ascensão ao consumismo, identificado como símbolo de cidadania pela propaganda que o sustenta. Ascensão praticamente inviável sem danos ao meio ambiente: as demandas de 7 bilhões de habitantes - e crescendo a 10 bilhões em alguns decênios mais -, dramaticamente críticas as de alimentação e energia, comprometem necessariamente a natureza. Muito ou pouco, em consonância com o maior ou menor cuidado humano, mas comprometem. Medidas disciplinadoras e inovações tecnológicas podem moderar o ritmo do comprometimento, mas não o eliminam.

Voltando à frase atribuída à ex-ministra: a grande parte da população global pretendente à ascensão socioeconômica prefere urgência para a melhora de sua vida ou urgência para as medidas redutoras dos danos ao meio ambiente? Prefere urgência para menos carros, menos DVDs e TVs, menos empregos, menos consumo de energia, menos degradação ambiental e menos poluição, ou prefere urgência para a melhora de vida a curto prazo, na contramão de tudo isso?

Manifestações como as de Copenhague não refletem o anseio da humanidade completa: embora à sombra da retórica ambientalista, grande parte dela hierarquiza compreensivelmente suas necessidades presentes - reais (alimentação, por exemplo) ou criadas pela paroxística propaganda da economia moderna - acima da ameaça ambiental de maior prazo. A respeito das manifestações cabe aqui uma observação instigante: elas são praticadas por pessoas em confortável nível de bem-estar no paradigma consumista, que não teria como se sustentar caso a contenção do descalabro por elas preconizado viesse a ser "para valer"...! Estariam aqueles manifestantes sinceramente propensos a abdicar de seu padrão de vida, alcançado no modelo que retoricamente condenam?

Soam mal as posições peremptórias do tipo "os ricos têm que..." Afinal, estamos todos no mesmo barco, sob ameaça do mesmo temporal, que já vem soprando ventos preocupantes. E soa mal a vociferação da culpa alheia como justificativa de erros próprios - algo assim como justificar a destruição da selva amazônica porque a Europa destruiu a "floresta negra". É justo que o preço dos rumos redutores da ameaça - preço do corte da emissão de gases, da inovação tecnológica e outros - recaia em maior proporção nos países desenvolvidos e ricos, porque estará incidindo sobre um padrão de vida mais alto, mas isso não significa orgia livre para os pobres ou remediados, o Brasil entre eles.

Há nesse imbróglio - o que fazer/qual o sacrifício, quem deve pagar - um detalhe imperativo e complexo, curiosamente omitido da discussão: a interveniência crítica da política democrática no processo. Sempre careceu de fundamento realista a expectativa de que tudo se resolveria com a chegada a Copenhague dos presidentes e chefes de governo: se líderes de democracias, poderiam eles acordar benevolamente medidas corretivas de descalabros ambientais que repercutissem no (des)emprego, nos anseios e no bem-estar imediato dos seus povos? Suas decisões poderiam ser indiferentes ao sistema homologatório inerente à democracia, às eleições? Estariam eles e suas correntes políticas propensos a aceitar perder a próxima eleição, em proveito da defesa de um futuro ambiental em que já serão página virada, na política?

É improvável: a lógica e a dinâmica da democracia não corroboram essa hipótese. Por judiciosos que sejam os políticos - o que não é regra geral -, na política democrática a pressão da conveniência imediata do eleitor que vota hoje tende a prevalecer sobre o interesse virtual do eleitor que ainda não nasceu, sobre a ideia de ameaça ao mundo natural e à civilização que nele construímos - ameaça de fato amedrontadora, a ser concretizada ao longo de um futuro talvez não longínquo, mas posterior à próxima eleição... As manifestações ao estilo Copenhague não significam aval eleitoral ao sacrifício. Havia nelas destituídos e pretendentes à ascensão, de inexorável custo ambiental, maciçamente influentes no mercado eleitoral do mundo subdesenvolvido e em desenvolvimento?

A ameaça ambiental merece atenção e cuidado, mas no fundo ela não entusiasma decisivamente quem luta agora para sobreviver, quem pretende ascender agora no modelo socioeconômico que criamos, caracterizado pelo consumismo comprometedor da natureza! Ou quem simplesmente vive muito bem nele e assim quer continuar, embora esbravejando hipocritamente cuidados ambientais que, se levados a cabo, implicariam moderação de seu padrão de vida. Enfim: poucos, se tanto, discordam da existência do macroproblema ambiental, e já existe realmente razoável consenso global quanto à necessidade de contenção do descalabro em curso, mas o consenso ocorre no diagnóstico, não chega à medicação, cujos custos caberiam sempre aos outros... Na hora do pagamento prepondera o interesse imediato, que se reflete no campo político-eleitoral.

Esta é a realidade política: a sustentabilidade sadia da natureza e com ela a do futuro de maior prazo da humanidade compele a alguma provação hoje, que, por sua vez, induz turbulência política no curto prazo: no mundo democrático, impor privação ao povo, por mais que a lógica e a sensatez a recomendem, significa risco político-eleitoral. Daí a tendência a "empurrar" o preço para os outros: estar-se-á assim simultaneamente salvando o mundo ambiental e, em casa, não comprometendo a próxima eleição... Resolver a equação do presente político x futuro ambiental, com justiça e democracia, é um desafio que vivemos hoje.

Mario Cesar Flores é almirante de esquadra (reformado) 
 
Fonte: Estadão online
Muito bom!!! Eu concordo com vc Mario César!!
                                                                      Érica

Meu desabafo no último dia da Cop 15!!! Frustração


 Quem diaria, tanto tempo de espera para esse acontecimento, e hoje, último dia da Cúpula de Copenhague na Dinamarca NADA FOI RESOLVIDO.

  Não consigo pensar que depois de tanto tempo, no decorrer do ano e na própria Cúpula, as CABEÇAS PENSANTES do mundo não conseguiram chegar a nenhum acordo.


 Só fico mais satisfeita ao ver que o Brasil se mostrou forte, e não se portou de maneira capitalista e irracional como Obama e outros.

 Já sabemos que não podemos contar com eles, mas ainda há esperança....Somos muitos e fortes e dispostos a continuar a luta ambiental.


  A COP 15 pode ter sido um fracasso, mas a mídia sobre ela nos ajudou a divulgar a problemática ambiental...Temos que enxergar os pontos positivos, não é? 

    Nós estamos na luta, não estamos?????
  
ÉRICA SENA

Benefícios da arborização urbana!


A vegetação, como um todo, tem sido de grande importância na melhoria das condições de vida nos centros urbanos. Com o crescimento populacional das cidades, depara-se com a falta de um planejamento urbano.
O clima urbano difere consideravelmente do ambiente natural. A amplitude térmica, o regime pluviométrico, o balanço hídrico, a umidade do ar, a ocorrência de geadas, granizos e vendavais precisam ser considerados.
Os solos, por sua vez, responsáveis pelo suporte físico das árvores e pelo substrato nutritivo do qual depende seu desenvolvimento, apresentam-se compactados nas cidades devido ao grande número de pavimentações que não permitem o escoamento das águas. Resíduos sólidos, despejos residenciais e industriais poluem e comprometem o solo urbano.
Quanto à qualidade do ar, esta fica comprometida pela combustão de veículos automotores e pela emissão de poluentes advindos de atividades industriais.
Além da função paisagística, a arborização urbana proporciona benefícios à população como:
a. Proteção contra ventos
b. Diminuição da poluição sonora
c. Absorção de parte dos raios solares
d. Sombreamento
e. Ambientação à pássaros
f. Absorção da poluição atmosférica, neutralizando os seus efeitos na população

Organograma dos Principais Benefícios das Áreas Verdes Urbanas
Fatores Urbanos
Principais Formas de Degradação
Principais Benefícios das Áreas Verdes Urbanas
Físico
  • Clima/ar
  • Alterações micro climáticas
  • Deterioração da qualidade do ar
  • Poluição Sonora
  • Conforto micro climático
  • Controle da poluição atmosférica
  • Controle da poluição sonora
  • Água
  • Alterações da quantidade de água
  • Deterioração da qualidade hídrica
  • Regularização hídrica
  • Controle da poluição edáfica
  • Solo/subsolo
  • Alterações físicas do solo
  • Alterações químicas e biológicas do solo
  • Estabilidade do solo
  • Controle da poluição edáfica
Biológicos
  • Flora
  • Redução da cobertura vegetal
  • Redução da biodiversidade
  • Controle da reduçãoi da biodiversidade
  • Fauna
  • Proliferação de vetores
  • Destruição de habitats naurais
  • Controle de vetores
Territorial
  • Uso/ocupação do solo
  • Desconforto ambienteal das edificações
  • Poluição visual
  • Alterações micro climáticas
  • Conforto ambienta nas edificações
  • Controle da poluiçãoi visual
  • Infra-estrutura/serviços
  • Dificuldade no deslocamento
  • Aumento da necessidade de saneamento
  • Redução da sociabilidade
  • Despercício de energia
  • Racionalização do transporte
  • Saneamento ambiental
  • Conservação de energia
Sociais
  • Demografia
  • Equipamentos e serviço social
  • Concentração populacional
  • Crescimento das necessidades sociais
  • Conscientização ambiental
  • Atendimento das necessidades sociais.
Econômicos
  • Setores produtivos
  • Renda/Ocupação
  • Valor e desvalorização da atividade/propriedade
  • Concentração de pobreza e desemprego
x
  • Valorização das atividades e propriedades
  • Amenizações dos bolsões da pobreza
Instituição
  • Setor Público
  • Instrumentos Normativos
  • Redução da capacidade de gestão urbana
  • Instrumental insuficiente
x
  • Apoio à capacidade de gestão urbana
  • Instrumento de regulamentação específica.
Fonte: Ambiente Brasil

Lula sobe tom e faz discurso crítico em Copenhague


  O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um discurso mais ácido no último dia da conferência global sobre o clima em Copenhague nesta sexta-feira e disse que o Brasil está disposto a fazer sacrifícios em nome de um acordo climático.
"Confesso que estou um pouco frustrado", disse o presidente no início de seu pronunciamento, sinalizando a elevação no tom das críticas por conta do impasse nas negociações.
"Tem muita gente querendo barganhar as metas (de redução de emissões de gases-estufa). Todos nós poderíamos oferecer um pouco mais se tivéssemos assumido boa vontade nos últimos períodos", disse.
Lula voltou a defender que os países ricos têm responsabilidade maior pela mudança do clima, mas disse que o Brasil está disposto a fazer mais pelo planeta.
"Se for necessário fazer um sacrifício a mais, o Brasil está disposto a colocar dinheiro para ajudar outros países", disse o presidente, numa referência ao financiamento para que países pobres se adaptem e lidem com o aquecimento global, um dos obstáculos para um acordo.
"O Brasil não veio barganhar, nossas metas não precisam de dinheiro externo, planejamos fazer com nossos recursos", acrescentou.
Falando de improviso, Lula reiterou que qualquer acordo assinado em Copenhague tem de manter os princípios do Protocolo de Kyoto, assinado em 1997 e que prevê que as nações industrializadas, exceto os EUA que não ratificaram o acordo, reduzam suas emissões de gases-estufa até 2012.
Numa aparente referência às exigências de países desenvolvidos de monitoramento das emissões de carbono chinesas, às quais Pequim resiste, Lula disse que "precisamos tomar muito cuidado com essa intrusão nos países em desenvolvimento e nos paises mais pobres".
A resistência da China ao monitoramento de suas emissões foi apontada pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, e pela secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, como um obstáculo para um acordo.

Fonte: MSN verde

Para os EUA, é melhor ficar sem acordo do que com um acordo ruim

A conclusão de um acordo sem sentido sobre o clima seria pior do que voltar de Copenhague de mãos vazias, afirmou nesta quinta-feira (17) o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs.

Na avaliação do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que deve chegar na sexta-feira (18) à capital dinamarquesa para participar do último dia da conferência da ONU sobre o clima , "voltar de Copenhague com um acordo sem sentido seria muito pior do que voltar de mãos vazias", explicou Gibbs.

Qualquer acordo alcançado nas negociações climáticas em Copenhague deve incluir um mecanismo que garanta a transparência e que todas as partes cumpram suas obrigações, declarou a Casa Branca.

Segundo Gibbs, os EUA acreditam que ainda há uma chance de acordo, mas a China precisa ceder terreno para a exigência norte-americana por transparência. Ele afirmou, ainda, que se eram verdadeiros os relatos de que a China estava "empacando" um acordo climático, os EUA esperavam que o país reconsiderasse. (Fonte: G1)

Fonte: Ambiente Brasil,18/12

Em Copenhague, Marina Silva compara aquecimento global à escravidão e Holocausto

A senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva pediu nesta quinta-feira (17) que os dirigentes mundiais não deixem a 15ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15) sem o compromisso necessário para salvar o planeta. As informações são da agência portuguesa Lusa.

Marina chegou a comparar os perigos provocados pelo aquecimento global à escravidão e ao Holocausto. “São acontecimentos tão graves que não podemos puni-los nem perdoá-los”, disse. “Se partirmos de Copenhague sem acordo, será do mesmo nível, o mal absoluto", acrescentou. (Fonte: Radiobrás)

Fonte: Ambiente Brasil,18/12


quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Revista Veja : Estamos devorando o planeta!


Fome de ar, água e comida

Os donos do mundo e seus sábios reunidos em Copenhague ainda não se entenderam sobre como salvar o planeta. A COP15 já funcionou, porém, como uma martelada na cabeça dos líderes, alertando-os para a superlotação da Terra e a dramática escassez de recursos naturais


Ronaldo França, de Copenhague
Fotos cortesia Royal Hollway/Universidade de Londres; Lain D. Willians/Reuters

ELES DEVORAM MESMO
Na fotografia acima, feita no Alasca, um urso-polar arrasta a carcaça de outro. Os ursos-polares costumam matar e devorar seus pares em lutas por dominação sexual e para controle populacional. Os pesquisadores suspeitam que o degelo precoce do Ártico, atribuído ao aquecimento global, tornou o canibalismo mais frequente entre os ursos. O quadro abaixo, do inglês Edwin Landseer, do século XIX, retrata uma cena descrita por sobreviventes de um naufrágio. O urso da direita tem entre as presas um osso humano ainda com carne. Que contraste. A ideia de animais selvagens como vítimas da ação do homem é recentíssima


Antes que você acabe de ler esta frase, terão nascido no mundo quarenta bebês, enquanto vinte de nós terão deixado o plano material para prestar contas a Deus. O saldo é a chegada, a cada dez segundos, de vinte novos moradores da Terra, prontos para crescer, estudar, trabalhar, namorar, casar e ter filhos. Há dez anos, em 1999, o planeta estava na confortável situação de receber cada novo morador com comida e água na quantidade necessária para que ele conseguisse atingir seus sublimes objetivos na vida. De lá para cá, começou a se delinear um novo e desafiador cenário para a espécie humana. A demanda por comida e outros bens naturais passou a crescer mais rapidamente do que a oferta, como mostram as curvas desenhadas no globo da página anterior. Elas não foram parar ali por acaso. Aquele globo esverdeado e translúcido é, até agora, a imagem que melhor identifica a COP15, a reunião de representantes de 192 países que tem lugar em Copenhague, na Dinamarca. Esses senhores e seus assessores científicos têm como missão chegar a um acordo mundial para conter o ritmo do aquecimento global. Esse fenômeno é normalmente benéfico, mas saiu de controle, aparentemente como resultado da atividade industrial humana, e agora pode desarranjar o clima da Terra a ponto de ameaçar a sobrevivência de inúmeras espécies e impor um modo de vida mais áspero e severo à própria humanidade.
A COP15 acaba no fim da próxima semana, e seu encerramento está sendo esperado com tal ansiedade que muitos nem sequer cogitam, por assustadora, a possibilidade de um fracasso. Talvez se deva começar a pensar com mais realismo nessa possibilidade. Por razões metodológicas e ideológicas, e também para não ampliar em demasia a pauta das discussões, dificultando ainda mais um acordo final, a questão populacional está em plano secundaríssimo em Copenhague. É estranho que ela tenha sumido dos debates sobre as soluções do aquecimento global, quando se sabe que esteve na base do seu diagnóstico desde o primeiro momento em que o aquecimento global foi visto como um perigo potencial. Quando o físico sueco Svante Arrhenius concluiu seus cálculos pioneiros sobre o efeito das moléculas de gás carbônico (CO2) no aumento da temperatura média do planeta, em 1896, a Terra era habitada por cerca de 1 bilhão de pessoas. Arrhenius foi o primeiro a perceber que o aumento na concentração de CO2 poderia aquecer demais o planeta. Pouco mais de um século depois do trabalho do sueco, a Terra tem 6,8 bilhões de habitantes e caminha para os 9,2 bilhões por volta de 2050. Serão 2,5 bilhões de pessoas a mais, e, graças ao sucesso da globalização econômica, a maioria delas atingirá um padrão de consumo de classe média. Isso tem um peso extraordinário não apenas na equação do aquecimento global, mas no frágil equilíbrio que a civilização ainda consegue manter em suas relações de rapina com o mundo natural. É enorme o impacto da explosão populacional aliado à emergência social e econômica de imensas massas humanas antes fadadas à miséria. Seus efeitos já se fazem sentir no aumento da demanda de alimentos em ritmo superior ao da oferta, como mostram as curvas do gráfico sobreposto ao globo-símbolo da COP15 nas páginas de abertura desta reportagem.
Vivo estivesse, o sueco Svante Arrhenius enfatizaria em Copenhague o fator populacional no descontrole aparente em que se encontra o efeito estufa global. A cada dia que passa, o mundo tem de sustentar 213 000 pessoas a mais. Cada ser humano adulto produz, em média, 4,3 toneladas de gás carbônico por ano sem fazer nada de mais - apenas ao acender uma lâmpada, andar de carro ou ônibus, alimentar-se e vestir-se. Esses novos passageiros da espaçonave Terra, em conjunto, passarão a responder, então, por 880 000 toneladas a mais de carbono arremessado na atmosfera. As estimativas de aumento de emissões de gases de efeito estufa contemplam o choque populacional. O documento final do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU diz com clareza que "o crescimento do produto interno bruto per capita e o da população foram os principais determinantes do aumento das emissões globais durante as últimas três décadas do século XX". Outro relatório divulgado há menos de um mês pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) chama a atenção para o equívoco de desprezar o aumento populacional no debate sobre o aquecimento: "Os gases de efeito estufa não estariam se acumulando de modo tão perigoso se o número de habitantes da Terra não aumentasse tão rapidamente, mas permanecesse em 300 milhões de pessoas, a população mundial de 1 000 anos atrás". O intrigante é que, nas ações propostas para os próximos anos, o fator aumento da população desaparece.
O tema é realmente explosivo e tem conotações sombrias, por erros cometidos no passado. Com razão ou não, muitas pessoas encaram qualquer sugestão para conter o ritmo de aumento populacional como uma interferência indevida de forças estranhas no livre-arbítrio de países, famílias e das próprias mães. Razões culturais e socioeconômicas contribuem para tirar qualquer efeito prático das assombrosas constatações do crescimento populacional desenfreado. São dois os motivos principais para isso. O primeiro é que existe uma inegável disparidade no volume de emissões individuais quando se comparam cidadãos de países ricos e pobres. Um americano joga, em média, 19 toneladas de gás carbônico na atmosfera anualmente. Um afegão morador das montanhas de seu belo país contribui com modestíssimos 26 quilos de CO2. Como exigir do montanhês afegão que - quando não foi recrutado pelo Talibã para plantar papoula, matéria-prima do ópio - vive do leite de suas cabras e da hortinha no quintal que refreie seus impulsos reprodutivos usando como argumento o peso que o pobre coitado está colocando sobre o planeta? É ridículo. A maior força moral está em convencer o bem-educado e bem nutrido americano médio a repensar seu modo de vida, optando por uma sobrevivência mais frugal. Vale dizer que, embora as conversões ao naturalismo e à alimentação orgânica se contem aos milhares todos os meses nos Estados Unidos, elas são insignificantes do ponto de vista global.
A segunda razão do encalacramento da questão populacional vem da noção, bastante razoável, diga-se, de que os avanços educacionais e os saltos tecnológicos são muito mais eficientes nesse caso do que qualquer política governamental. O dinamarquês Bjorn Lomborg, estrela no grupo dos cientistas céticos quanto aos efeitos do aquecimento global e à responsabilidade humana nele, está entre os que acreditam que a solução virá do avanço tecnológico. Disse Lomborg a VEJA: "Realmente o tema não é tratado aqui. Pela ordem, eu diria que conter o consumo é um pouco mais prioritário, mas, definitivamente, apressar a busca por novas tecnologias limpas é o mais importante de tudo". O economista carioca Sérgio Besserman, ex-presidente do IBGE, que participa da COP15, descrê de qualquer política centralizada que vise a determinar ou influenciar os casais a respeito do número de filhos que devem ter. Ele lembra que a elevação do padrão cultural e educacional da população sempre coincide com a diminuição da taxa de fecundidade. "Quan-do se torna mais amplo o acesso à educação, à cultura e ao conhecimento, as populações passam a crescer em ritmo menor e até a decrescer", diz.
O caso brasileiro é ilustrativo dessa constatação. Há trinta anos, as mulheres brasileiras apre-sentavam taxas de fecundidade que se contavam entre as maiores do mundo, rivalizando com os padrões africanos. No começo da década de 90, a situação apresentava melhoras, mas ainda era preocupante. As mulheres do Brasil rural tinham então, em média, 4,3 filhos - dois a mais do que as mães urbanas. Uma década mais tarde, a diferença entre o número de filhos de mães rurais e urbanas se reduziu para 1,2. Em 2006, a taxa geral de fecundidade no Brasil havia estacionado em dois filhos por mulher. Um avanço cujo progresso só pode ser explicado pelos fatores apontados por Besserman, uma vez que as campanhas de controle de natalidade há muito foram desativadas no Brasil.
Fenômeno semelhante deve ocorrer na Ásia e na África com as melhorias educacionais e com o aumento da proporção da população urbana em relação à rural. Viver em cidades é um grande fator de diminuição do número de filhos. A ONU calcula que o somatório desses fatores terminará por estabilizar a população do planeta na casa dos 9 bilhões a partir do ano 2050. A questão é como chegar até lá sem grandes traumas. O prognóstico não é bom. Estudos científicos mostram que o mundo natural está sendo testado em seu limite para sustentar os atuais 6,8 bilhões de passageiros da espaçonave Terra. Segundo o OPT, organização inglesa que desenvolveu um indicador confiável de sustentabilidade, nos níveis tecnológicos atuais, o máximo que o planeta comporta sem risco de exaustão são 5,1 bilhões de pessoas. No fim da próxima semana, de Copenhague, virá a sinalização se a humanidade captou o dramático pedido de socorro que a Terra está emitindo.

 Fonte: Revista Veja
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