Níveis atmosféricos elevados de dióxido de carbono podem estar
alterando os modos com que as plantas sequestram carbono orgânico no
solo, segundo indica uma nova pesquisa.
O estudo, feito por cientistas europeus, será publicado esta semana
no site e em breve na edição impressa da revista Proceedings of the
National Academies of Sciences (PNAS).
George Kowalchuk, do Instituto Holandês de Ecologia, e colegas
cultivaram duas espécies de plantas (Carex arenaria e Festuca
rubra) em duas condições de concentração de dióxido de carbono
(CO2) diferentes: normais e duas vezes maior do que os níveis
atmosféricos atuais.
Os pesquisadores utilizaram CO2 sintetizado em um processo que marca
os isótopos de carbono 13 no gás. Os isótopos marcados permitiram traçar
o carbono que foi fixado pelas plantas no experimento durante a
fotossíntese e que foi transferido às raízes das plantas para
comunidades de microrganismos que vivem no solo.
Ao examinar os microrganismos, os autores do estudo conseguiram
determinar que níveis elevados de CO2 atmosférico podem tanto aumentar o
fluxo de carbono por meio de fungos simbióticos nas raízes das plantas
como favorecer o crescimento de bactérias específicas associadas com
esses fungos.
No artigo publicado na PNAS, os pesquisadores propõem um modelo
conceitual para a forma como as plantas podem remover CO2 da atmosfera e
transferir o carbono ao solo por meio de fungos.
De acordo com os autores, os resultados da pesquisa podem fornecer um
modelo geral para prever interações futuras entre os níveis em elevação
de CO2 atmosférico e os ecossistemas terrestres.
O artigo Shifting carbon flow from roots into associated microbial
communities in response to elevated atmospheric CO2 (doi/10.1073), de
George Kowalchuk e outros, poderá ser lido em breve por assinantes da
PNAS em www.pnas.org. (Fonte: Agência Fapesp)
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Érica Sena
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