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quinta-feira, 26 de junho de 2014

O alerta do Sistema Cantareira -Cecília Vick



O alerta do Sistema Cantareira - Como ele reflete a necessidade urgente por adoção de boas práticas ambientais


Se as pessoas esperavam um alerta real para adotarem práticas sustentáveis, ele está acontecendo neste exato momento no Sistema Cantareira. A maior estiagem da história do complexo de tratamento de água que atende a região metropolitana de São Paulo exige mudanças de hábitos para evitar uma tragédia inimaginável tempos atrás: a completa falta d’água no local e o inevitável racionamento para uma população estimada em 10 milhões de pessoas.

Considerado o maior sistema da América Latina, o Cantareira envolve as represas de Jaguaí/Jacareí, Cachoeira, Atibainha, Paiva Castro, Águas Claras e a estação de Guaraú. Em meados de 2014 o nível de armazenamento de água caiu para assustadores 7% da capacidade útil. Não fosse o aproveitamento do volume morto, nome dado ao reservatório que fica abaixo das comportas de captação e que garantiu mais 400 milhões de metros cúbicos, a água poderia acabar em agosto. Agora, há uma sobrevida até o fim de outubro, de acordo com dados da própria Sabesp.

Muitos culpam o clima instável nos últimos anos para tentar explicar o fenômeno. Isso porque a região Sudeste teve apenas 25% da chuva esperada para o período entre dezembro de 2013 e fevereiro de 2014 – tradicionalmente os meses mais chuvosos do ano.

A instabilidade ambiental é resultado da falta de ações sustentáveis no passado. O planeta começa a cobrar o preço por anos de exploração. Em três décadas, por exemplo, a emissão de dióxido de carbono (principal gás do efeito estufa) aumentou de 330 para 400 partes por milhão, o que contribuiu para a redução de 40% da camada de gelo do Oceano Ártico e 30% da biodiversidade do planeta. O aquecimento global faz com que o clima oscile, gerando secas frequentes em alguns pontos e chuvas torrenciais em outros.

É preciso pensar na sustentabilidade tanto no lado econômico quanto no social. 

Uma pesquisa do Ministério do Meio Ambiente mostra que 66% dos brasileiros desconhecem o conceito de “consumo sustentável”, mesmo considerando o desperdício de água e energia como um dos mais graves problemas ambientais do país. Ações bem simples seguem ignoradas por grande parte da população: ainda hoje é comum ver pessoas lavando calçadas ou que deixam a torneira aberta ao escovar os dentes. No ambiente corporativo, aparelhos eletrônicos costumam ficar ligados fora do horário do expediente. E na esfera pública, as energias eólica e solar ainda são consideradas cara demais.

O sistema Cantareira já deixou uma mensagem clara: passou da hora de ações sustentáveis nortearem a vida das pessoas e a agenda governamental. Caso contrário, pode ser tarde demais. 
(Cecília Vick*)

*Cecília Vick é Diretora Executiva da GreenClick, empresa que contribui com a neutralização da emissão de CO2 no país.

Fonte: NB Press Comunição


Pensar Eco comenta:

Perfeito! Concordo com Cecília, os recursos naturais, destacando a água, estão dando sinais de alerta há décadas, mas infelizmente, por diversos motivos, inclusive o financeiro, grande parte da sociedade e dos governantes se fazem de cegos, mudos e surdos.

Sempre me pergunto o porquê da sociedade não se sensibilizar com o apelo ambiental. Existem campanhas bem feitas em relação à sustentabilidade, muitas informações nas mídias, mas mesmo assim ainda temos um número muito grande de ANALFABETOS AMBIENTAIS. Por quê? Onde nós, ambientalistas, profissionais da área, estamos errando? O que devemos fazer para mudar isso?
Alguém tem a resposta? Se tiver, me escrevam?

Érica Sena

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Érica Sena
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