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segunda-feira, 21 de julho de 2014

Diagnóstico Ambiental da cidade de Araraquara aponta espécies com risco de extinção

Pipira-da-Taoca é uma das espécies ameaçadas de extinção que foram detectadas no estudo ambiental em  Araraquara (Foto: João Henrique Barbosa/Arquivo pessoal) Fonte G1

Estudo encontra 10 espécies com risco de extinção em área urbana

Estudo inédito realizado por biólogos da Secretaria do Meio Ambiente de Araraquara (SP) detectou 234 espécies de animais que vivem próximas aos quatro córregos que ajudam no abastecimento de água da cidade.
O Diagnóstico Ambiental do Ribeirão das Cruzes surpreendeu pela quantidade e a qualidade da fauna encontrada, já que dez espécies correm risco de extinção – cinco aves e cinco mamíferos. Oitenta por cento do trecho pesquisado fica em áreas urbanas ou periurbanas, que são as faixas de transição entre a cidade e o campo. Os dados coletados servirão de base para medidas de proteção do meio ambiente.
O estudo levou um ano e dois meses para ser concluído e contou com o apoio de universitários, Polícia Ambiental e o aval do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A área estudada tem 58 quilômetros de extensão e havia passado por um processo de reflorestamento em 2010.
Ecossistema – Por meio da fauna, os biólogos conseguiram traçar o estado geral do ecossistema pesquisado.
 “A fauna é responsável por grande parte da manutenção da mata. Ela serve como um bioindicador. Ao saber quais animais habitam o local, é possível prever e planejar algumas estratégias para conservação e restauração do ambiente”, destacou o biólogo coordenador do estudo, João Henrique Barbosa.
Araraquara ainda não tinha um trabalho ambiental desse porte, o que impede comparações com dados anteriores. Mesmo assim, o resultado foi considerado surpreendente.
“Em dados quantitativos, a área está muito bem para um padrão urbano, apesar dos impactos, como queimadas e descarte de lixo nas margens dos córregos. Temos espécies interessantes, que normalmente são encontradas em ambientes mais fechados e conservados. Outra questão são os dados qualitativos. Nós ainda não atraímos a mesma quantidade de frugívoros (comedores de frutas) que há de insetívoros (que comem insetos). Isso é um sinal que a área ainda está se regenerando, e que esse processo está no início”, destacou Barbosa.
Aves – Dentre os animais encontrados, os pássaros foram os mais numerosos. Ao todo, foram catalogadas 168 espécies, número que impressionou os pesquisadores porque a maioria das regiões é composta de pequenos blocos de matas ciliares, com cerca de 30 metros de extensão.
As mais comuns são as urbanas, como o João-de-Barro, o Bem-te-vi, o Carcará e o Curruíra.
Risco de extinção – Porém, foram observados cinco tipos que correm risco de extinção, segundo lista do governo estadual. São elas: o Chorozinho do Bico Comprido, a Araraúna, a Pipira-da-Taoca, a Curica e o Anu-Coroca (espécie de papagaio).
Os mamíferos também marcaram presença na lista de animais ameaçados. Dos 27 catalogados, cinco estão nela: o Gato-do-mato, a Onça Parda, o Veado-Mateiro, o Lobo-Guará e o macaco Bugio-Preto.
A aparição de felinos de grande porte, como a onça e a jaguatirica, também foi um ponto positivo. “São o topo da cadeia alimentar. Para que esse animal ocorra, há uma diversidade de outras formas de vida e organizações ecológicas. Ele se alimenta de vários outros.
Répteis e anfíbios – Foram observados 27 tipos de répteis, a maioria deles cobras e lagartos.
“A presença deles também é importante por causa do controle natural de roedores. O lixo jogado nos rios, por exemplo, atrai ratos, que por sua vez, atraem cobras. E com isso elas ficam cada vez mais perto das casas. Com essas informações, poderemos, por exemplo, municiar determinado posto de saúde com o soro apropriado para eventuais picadas a moradores naquela região”, informou o biólogo.
Os anfíbios são os de localização mais difícil, segundo Barbosa. Doze espécies foram mapeadas, como o Sapo-Cururu, o Sapo-Boi e algumas pererecas arborícolas, aquelas que vivem em árvores.
Monitoramento e educação – “Já temos a base, sabemos quem são e onde estão esses animais. A partir de agora faremos um monitoramento. Escolheremos espécies-alvo e tentaremos reencontrá-las. A presença ou não delas vai refletir se o ambiente continua bem ou se piorou. Os animais irão nos dar essas respostas”, disse o coordenador do estudo.
Com o apoio do Sesc, a Secretaria de Meio Ambiente lançou um miniguia das aves de Araraquara. A publicação lista dezenas de espécies, com fotos, informações e percentual de chances de avistamento.
“Em vez de simplesmente falar ‘vamos preservar o mato’, podemos dizer que nesse local habitam mais de 100 espécies de animais, que necessitam daquela região para sobrevivência. Então geramos um novo olhar sobre a manutenção do ambiente. Na Europa, existe o ‘Birdwatching’, que é a observação de pássaros levada a sério. Temos um grupo no município e queremos incentivar as pessoas”, finalizou Barboza.

O estudo ainda servirá de base para a formulação de políticas de proteção do meio ambiente e em levantamentos de impacto ambiental, normalmente exigidos para empresas que vão se instalar e precisam providenciar medidas protetivas para conseguir a licença de instalação. (Fonte: G1)
Veja também:
Pesquisa mapeia animais na área do Ribeirão das Cruzes em Araraquara

Pensar Eco comenta:
Parabéns por esse trabalho! Que esse projeto sirva de modelo para ser aplicado em mais cidades. 
Érica Sena

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